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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Xingar no trânsito vira caso de Justiça

Trânsito não é lugar para desrespeito nem ofensas. Muitas vezes,
o estresse e a pressa acabam guiando as ações do motorista.
Um tribunal no Distrito Federal deu ganho de causa a duas pessoas que se sentiram ofendidas ao volante. A Justiça entende que trânsito não é lugar para desrespeito nem ofensas.
Muitas vezes, o estresse e a pressa acabam guiando as ações do motorista. Decisões como essas da Justiça podem ajudar também a reduzir a violência no trânsito.
“Não xingo nem faço cara feia. Se a pessoa mostra que não gostou, mando andar”, comenta a aposentada Eulina Oliveira.
“Simplesmente ignoro, fico na minha. Não adianta discutir”, diz outro motorista. “Não tem como segurar”, admite uma senhora.
Às vezes, quem não consegue se segurar não controla a irritação e desconta a raiva em alguém pode acabar na Justiça e pagar caro. Nenhum artigo do Código de Trânsito trata disso, mas em menos de uma semana o Tribunal de Justiça do Distrito Federal deu razão a duas mulheres que foram xingadas no trânsito.
A comerciante Elza Maria dos Santos foi uma das vítimas de um motorista de pavio curto.
“Eu estava no meu carro parada no sinal fechado. De repente, veio um senhor até o meu carro muito alterado me xingando de má motorista, idiota e burra. Ele disse: ‘Se você não sair do meio, eu vou passar por cima’. Aí saiu cantando pneu e foi embora”, conta a comerciante Elza Maria dos Santos
Um vendedor de sorvete que estava no sinal anotou a placa do carro. A comerciante processou o motorista irritado e ganhou: vai receber R$ 3,6 mil.
“Eu me senti um pouco aliviada, porque a vergonha e o vexame que eu passei, com o povo olhando”, diz Elza Maria dos Santos.
A dona-de-casa Marcelina Lopes entrou na Justiça contra uma empresa de ônibus e vai receber R$ 5 mil de indenização. Por causa de uma deficiência na perna, ela prefere não passar pela roleta, mas o motorista ficou irritado e brigou com ela.
“Compensar, não compensa. Pelo menos, vai servir de exemplo para os outros saberem respeitar o usuário”, defende a dona-de-casa Marcelina Lopes.
“O juiz leva em conta a humilhação sofrida pela vítima perante os demais e perante terceiros. Também tem na aplicação da indenização um caráter punitivo e educativo”, explica o advogado Eduardo Roriz.
A frota que não pára de crescer é o sinal de que os engarrafamentos só tendem a aumentar. Por isso, ter paciência vai ser cada vez mais necessário.
“A primeira coisa é manter a calma. E manter a calma significa abordar o outro motorista com quem você teve o conflito estendendo a mão, dando um sorriso e propondo uma relação amistosa”, orienta Davi Duarte, especialista em trânsito da Universidade de Brasília (UnB).
A doméstica Antônia da Luz, especialista em boas maneiras, sabe bem disso.
“Nunca saí do sério, nunca insultei ninguém, nunca dei má resposta, nunca fui mal educada com ninguém. Quanto mais lenha no fogo, mais a fogueira sobe. Quando um não quer, dois não brigam”, defende.

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