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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Planalto anuncia últimos 14 ministros do segundo mandato de Dilma

Maioria dos 14 é formada por ministros que já estão no governo.Nomeação dos 39 integrantes da nova equipe será nesta quinta.


A Secretaria de Comunicação Social da Presidência anunciou nesta quarta-feira (31), véspera da posse de Dilma Rousseff, os últimos 14 ministros do segundo mandato da presidente reeleita (leia nota oficial ao final desta reportagem). Todos os 39 ministros serão empossados nesta quinta-feira (1º).
Dos 14 anunciados nesta quarta, a maioria (13) é formada por ministros que já integram a atual equipe.
A única novidade é o diplomata Mauro Vieira, embaixador do Brasil nos Estados Unidos, que ocupará o Ministério das Relações Exteriores. Para o lugar de Vieira, na embaixada em Washington, vai o atual ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo.
Veja a lista divulgada nesta quarta:
- Advocacia-Geral da União: Luís Inácio Adams
- Assuntos Estratégicos: Marcelo Neri
- Casa Civil: Aloizio Mercadante
- Comunicação Social: Thomas Traumann
- Desenvolvimento Social: Tereza Campello
- Direitos Humanos: Ideli Salvatti
- Gabinete de Segurança Institucional: José Elito Siqueira
- Justiça: José Eduardo Cardozo
- Meio Ambiente: Izabella Teixeira
- Micro e Pequena Empresa: Guilherme Afif Domingos
- Políticas para Mulheres: Eleonora Menicucci
- Relações Exteriores: Mauro Vieira
- Saúde: Arthur Chioro
- Trabalho: Manoel Dias

14 últimos ministros anunciados para o segundo mandato de Dilma VALE ESSE (Foto: Editoria de Arte/G1)
Acima (a partir da esq.): Luis Adams, Marcelo Néri, Aloizio Mercadante Thomas Traumann, Tereza Campello, Ideli Salvatti, José Elito Siqueira; abaixo: José Eduardo Cardozo, Izabella Teixeira, Affif Domingos, Eleonora Menicucci, Mauro Vieira, Arthur Chioro e Manoel Dias (Editoria de Arte/G1)
Reeleita em 26 de outubro, Dilma anunciou de forma fatiada os titulares dos 39 ministérios. Dificuldades nas negociações com partidos aliados a obrigaram a retardar as definições.
A presidente começou a formar a nova equipe ministerial no fim de novembro com o anúncio dos novos integrantes da área econômica: Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central). Em 1º de dezembro, ela confirmou aindicação do senador Armando Monteiro (PTB-PE), candidato derrotado ao governo de Pernambuco, para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Após a definição da equipe econômica, começou a disputa entre legendas aliadas para ocupar as pastas com maior prestígio e, principalmente, com orçamentos mais volumosos.
Principal sócio de Dilma no governo federal, o PMDB pressionou a presidente para aumentar sua fatia no primeiro escalão. No primeiro mandato de Dilma, o partido administrou cinco pastas (Agricultura, Aviação Civil, Previdência, Turismo e Minas e Energia), mas os peemedebistas consideravam esses ministérios de pouca expressão.
Na semana passada, após tratar pessoalmente com os dirigentes das siglas aliadas, a petista anunciou, por meio de nota oficial, os titulares de 13 pastas, incluindo nesse lote as cotas de PMDB, PSD, PROS, PRB e PC do B.
Após as negociações, o PMDB acabou aumentando a cota de cinco para seis ministérios. O partido deixará a gestão da Previdência, passará a controlar os ministérios de Pesca e Portos e se manterá em Agricultura, Minas e Energia, Aviação Civil e Turismo. O PT, com 16 ministros filiados ao partido na atual equipe, passará a ter 13 no segundo mandato.
Como compensação pelo apoio que deu à petista na corrida presidencial, o PSD ganhou o Ministério das Cidades, pasta de orçamento bilionário, cujo titular será o ex-prefeito de São Paulo e presidente do partido Gilberto Kassab.
Recém-criado, o PROS emplacou o governador do Ceará, Cid Gomes, na gestão do Ministério da Educação, assumindo uma área até então controlada pelo PT. 
Na mesma leva, o PRB, partido que aumentou sua bancada federal na última eleição, obteve o controle do Ministério do Esporte, pasta cobiçada por conta da organização da Olimpíada de 2016 no Rio. Aliado histórico dos petistas, o PC do B foi deslocado para o Ministério de Ciência e Tecnologia.
Na última segunda (29), o Planalto confirmou osnomes de outros sete novos ministros.Antonio Carlos Rodrigues, vereador do PR em São Paulo e suplente da senadora Marta Suplicy, foi anunciado como novo titular do Ministério dos Transportes. Gilberto Occhi, indicado pelo PP, foi deslocado das Cidades para a Integração Nacional.
Um dos coordenadores da última campanha presidencial, o petista gaúcho Miguel Rossetto trocou o Desenvolvimento Agrário pela Secretaria-Geral da Presidência. O ex-ministro Patrus Ananias (PT-MG) foi confirmado para o comando do Desenvolvimento Agrário, substituindo Rossetto.
O deputado Pepe Vargas, que durante o primeiro mandato esteve à frente do Ministério do Desenvolvimento Agrário, foi transferido para a Secretaria de Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional. Com isso, o antigo titular da pasta, Ricardo Berzoini (SP), migrou para o Ministério das Comunicações. Por fim, Dilma ainda promoveu o secretário-executivo da Previdência Social, Carlos Gabas, para o posto de titular da pasta.
Nesta segunda-feira (30), o Planalto divulgou mais um integrante do primeiro escalão. O ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o sociólogo Juca Ferreira foi anunciado para o comando do Ministério da Cultura, pasta que ele administrou entre 2008 e 2010.
Nota oficial
Leia a nota oficial divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência com o anúncio dos últimos 14 integrantes do ministério no segundo mandato de Dilma:

NOTA OFICIAL
A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje mais um nome para seu ministério. O Embaixador Mauro Luiz Iecker Vieira assumirá o Ministério de Relações Exteriores.
A presidenta agradeceu a dedicação do Embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, que assumirá a embaixada brasileira nos EUA .

A presidente agradeceu também a dedicação dos seguintes ministros e os convidou para continuarem exercendo os seguintes ministérios:



1.  Aloizio Mercadante Oliva – Casa Civil
2.  Arthur Chioro – Saúde
3.  Eleonora Menicucci de Oliveira – Políticas para as Mulheres
4.  Guilherme Afif Domingos – Micro e Pequena Empresa
5.  Ideli Salvatti – Direitos Humanos
6.  Isabella Teixeira – Meio Ambiente
7.  José Eduardo Cardozo – Justiça
8.  José Elito Carvalho Siqueira – Segurança Institucional
9.  Luis Inácio Adams – Advocacia Geral da União
10.  Manoel Dias – Trabalho e Emprego
11.  Marcelo Côrtes Neri – Assuntos Estratégicos
12. Tereza Campello – Desenvolvimento Social e Combate à Fome
13. Thomas Traummann – Comunicação Social

A posse dos novos ministros será realizada no dia 1º de janeiro.

Secretaria de Imprensa
Secretaria de Comunicação Social
Presidência da República

VERSÃO FINAL - Ministério Dilma (Foto: Editoria de Arte G1)
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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Retrospectiva 2014: o cenário econômico do ano da Copa e das eleições

Economistas previam um ano difícil para o desempenho econômico do país em 2014, com eleições e Copa do Mundo. Havia aumentado a apreensão em relação às contas públicas e ao desempenho da indústria. Para completar, o mercado internacional não ia nada bem. Mas todos concordavam que o ano não seria marcado por nenhuma "tragédia".  No decorrer, contudo, veio a recessão técnica, e as projeções foram ficando cada vez mais pessimistas -- ingredientes perfeitos para a oposição na disputa eleitoral, que não poupou esforços para sugerir as "fórmulas perfeitas". Na reta final, o PIB deve terminar o ano no azul, mas o cenário deixa desafios e cuidados importantes a serem tomados no próximo ano.
O ano de 2014 também ficou marcado pelo anúncio da criação do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics e do Acordo Contingente de Reserva do grupo, em uma tentativa de fortalecer o poder econômico da China, da Rússia, do Brasil, da Índia e da África do Sul. Foi também o ano das perdas das ações da Petrobras, no rastro da Operação Lava Jato. A estatal, contudo, conseguiu seu recorde de produção diária de petróleo e gás natural liquefeito (GNL), com 2,29 milhões de barris, superando a marca de 2010.
Foi o ano ainda da fusão entre a Oi e a Portugal Telecom, que gerou prejuízo à empresa brasileira devido ao calote de 897 milhões de euros que sua parceira portuguesa recebeu de uma empresa do Grupo Espírito Santo. A brasileira chegou a ficar de fora do leilão 4G. Houve também o julgamento de Eike Batista por crimes contra o mercado financeiro. A MMX, empresa do ramo de mineração, entrou com pedido de recuperação judicial e a OGX, agora OGPar, passou definitivamente para as mãos dos credores. Houve a queda nos preços do petróleo, influenciada também pela menor demanda mundial a partir do baixo crescimento das economias.
Quando o ano começou, a economia chinesa, dos Estados Unidos e da Europa não davam sinais muito animadores. No primeiro trimestre, os Estados Unidos registraram uma queda de 2,9%, confirmando que sua recuperação ainda seria lenta (no final do ano, contudo, o país teve uma crescimento de 5% no terceiro trimestre, após revisão, o maior resultado do país nos últimos 11 anos). A China e a Europa tampouco apontavam retomada no curto prazo. Conforme destacou o professor Alex Luiz Ferreira, professor da Universidade de São Paulo (USP), ao contrário do que se pensava, o Brasil não se desconectou de forma alguma das economias centrais, principalmente da China, com quem tem laços comerciais muito fortes, e com Estados Unidos e Europa, pelos laços financeiros. 
"As economias estão muito conectadas. Se houver uma desaceleração lá fora, isso vai impactar o Brasil. Isso ocorreu em 2009. Só que, naquela época, existia a possibilidade de incentivar a economia doméstica com política monetária e política fiscal, mas os sinais dos últimos anos demostram que esses canais foram enfraquecidos. Agora há uma possibilidade menor de realizar uma política expansionista", explicou Ferreira na ocasião.
O professor de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Francisco Lopreato, ajudou a resumir a situação: "A questão é: Nós vamos crescer puxados por onde? O setor externo está difícil, o setor público, difícil - a situação não está muito favorável nas contas públicas para que o Estado amplie seus gastos; a indústria não promete muita coisa, não há perspectiva para que ela venha a ter um comportamento muito significativo no ano que vem, a ponto de trazer grande impacto no PIB. Só temos as concessões, e não sei se elas garantem uma melhora por si." Com a disputa eleitoral, "ninguém quer se aventurar diante do quadro de incerteza que se criou". 
No início de junho, a divulgação do acréscimo de apenas 0,2% do PIB no primeiro trimestre (que ainda poderia ser revisado para uma taxa negativa), aliado à queda de 0,8% da indústria, retração do consumo das famílias em 0,1% e queda de 2,1% nos investimentos, entre outros dados, gerou expectativas pessimistas, com analistas reforçando as chances do PIB ficar negativo em dois trimestres seguidos - devido a resultado negativo no terceiro trimestre ou no primeiro, após uma revisão de seu desempenho, com o índice negativo do segundo trimestre já quase dado como certo. A queda do PIB em dois trimestres consecutivos determinaria a "recessão técnica".



Veio a Copa. No início de julho, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) ressaltou que o cenário econômico e a Copa do Mundo prejudicaram as vendas no varejo. O comércio do Rio, por exemplo, fechou o mês de junho com menor crescimento em oito anos para o período, de acordo com dados do CDL-Rio.  “O mês de junho, que sempre foi aquecido pelas vendas do Dia dos Namorados, uma das datas fortes do comércio, este ano teve queda no crescimento, coincidindo com o jogo entre Brasil e Croácia, que abriu o Mundial. Além disso, o inverno fraco não ajudou nas vendas do comércio, também colaborando para  2,4% de crescimento, o menor dos últimos oito anos”, avaliou o presidente do CDL-Rio, Aldo Gonçalves, na ocasião.
O Mundial, entretanto, teve pontos positivos, apesar da redução da jornada de trabalho, que afetou a indústria e o comércio, devido aos feriados criados para o evento. O setor de serviços foi estimulado, principalmente os hotéis e restaurantes. 
No final de agosto, o que o mercado e economistas projetavam se confirmou. O Brasil registrou a "recessão técnica". O desempenho do PIB no primeiro trimestre foi revisado para uma queda de 0,2% no PIB, e o do segundo trimestre caiu 0,6%. A indústria de transformação e de construção civil estavam em queda constante há quatro trimestres consecutivos. "Pior não poderia ser", ressaltou o ex-ministro do Planejamento e presidente do Fórum Nacional (Instituto Nacional de Altos Estudos - INAE), João Paulo dos Reis Veloso, em conversa com o JB por telefone.
Com a chegada das eleições, resultados de pesquisas de intenção de votos impactavam na Bolsa e no humor dos agentes econômicos na hora de investir e movimentar a economia. Conforme explicou Rafael Cortez, cientista político da Tendências Consultoria, ao JB, o desempenho da economia e as eleições são uma via de mão dupla. Expectativas acabam afetando o humor dos agentes econômicos, fenômeno típico de países em desenvolvimento, o que acaba colocando alguns pilares da política econômica em risco. "Nos países avançados, esses são dilemas resolvidos. Já que têm instituições econômicas sólidas, ficam relativamente protegidos da alternância de governos."
A bolsa brasileira, então, virou alvo fácil para grandes agentes do mercado financeiro. No primeiro turno, se Marina Silva subia nas pesquisas, seguia o mesmo ritmo o Ibovespa. No segundo, foi a vez de Aécio Neves assumir o papel de esperança do mercado financeiro. Os dois significavam uma mudança em relação à política econômica atual, um retorno a uma posição conservadora. A presidente Dilma, em setembro, chegou a ressaltar em coletiva quando questionada sobre o desempenho da bolsa: "Eu acho que está ficando ridículo. Especulação tem limites. Tem alguém ganhando com isso e não sou eu." 
"A história do Brasil está recheada de casos em que agentes financeiros aproveitaram os momentos eleitorais para apoiar explicitamente algum candidato, gerando profunda instabilidade nos mercados e auferindo ganhos financeiros das ondas especulativas criadas por suas próprias análises e declarações", alertou o economista Guilherme Santos Mello, pesquisador do Cecon-IE/Unicamp e professor da Facamp, em artigo intitulado Mercado financeiro, especulação e processo eleitoral
Após a vitória apertada de Dilma Rousseff nas urnas, nomes como Maria da Conceição Tavares, Luiz Gonzaga Belluzzo, João Sicsú e Marcio Pochmann assinaram um manifesto contra o pensamento único que estaria sendo veiculado pela imprensa tradicional, de que a austeridade fiscal e monetária seria a única solução para o país. Eles dissertaram sobre os perigos de um reforço da austeridade, a necessidade de manter as taxas de juros reais em níveis baixos e de apresentar um regime fiscal comprometido com a retomada do crescimento. 



Na hora de o governo definir os líderes do Ministério da Fazenda e do Ministério do Planejamento no segundo mandato, nomes mais ligados ao programa desenvolvimentista do governo e outros que representavam maior austeridade e aproximação do mercado começaram a surgir. No fim das contas, Joaquim Levy, que não aparecia em nenhuma lista de cotados a princípio, surgiu como favorito e levou o Ministério da Fazenda. Nelson Barbosa, que era um dos principais cotados ao posto, foi para o Ministério do Planejamento.
Joaquim Vieira Ferreira Levy, doutor em Economia pela Universidade de Chicago (1992), já trabalhou no FMI, no Banco Central Europeu, foi secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda e economista-chefe do Ministério do Planejamento do governo de FHC, e secretário do Tesouro Nacional no governo Lula. "A gente tem que olhar os gastos, os diversos gastos que já foram feitos, estancar alguns, reduzir outros. E, na medida do necessário, a gente pode considerar algum ajuste de impostos, sempre olhando a compatibilidade com aquele objetivo que a gente falou: de aumentar nossa taxa de poupança. É muito importante o Brasil poupar um pouco mais para poder investir mais e também estar preparado para este mundo, que nos últimos dias, inclusive, está claro, está mais turbulento", disse Levy em entrevista à TV em meados de dezembro.
Um pouco depois do anúncio de Levy e Barbosa, veio a alteração do superávit. A aprovação do projeto de lei que desobriga o governo a cumprir metas de superávit primário neste ano gerou fortes reações, apesar do histórico de alterações nos últimos 20 anos. Na ocasião, o Francisco Lopreato apontou para a necessidade de continuidade dos investimentos para manter a economia funcionando, mas ressaltou a necessidade da adoção de cuidados com as contas públicas, levando em conta a trajetória de alta dos últimos anos, apesar de alertar que um "arrocho" nas contas só pioraria o cenário. 
"O governo não perdeu o controle dos gastos, o que ele fez foi, como a economia deste ano desacelerou bastante, tentar evitar uma desaceleração ainda maior, sustentando um nível de gasto importante. Tentou manter o nível de investimentos. Poderia ter cortado o nível, mas aí a queda do PIB ainda seria maior, então a opção foi sustentar, apesar da evidente queda da arrecadação, provocada por uma política de que não deu certo, de desonerações", explicou Lopreato.
A expectativa dos mais pessimistas, no final de 2013, era que o país crescesse em torno de 1,8% neste ano. A balança comercial também melhoraria e a inflação ficaria em torno de 6%. Já próximo do fim do ano, o boletim Focus publicado no dia 19 apontava para um crescimento de 0,13% do PIB e inflação de 6,38%, queda de 2,5% na produção industrial, e balança comercial com um déficit de US$ 1,8 bi. Já o Banco Central revisou sua projeção de crescimento do PIB de 0,7% para 0,2% no dia 23 de dezembro. 
Sobre a situação internacional, em artigo publicado no início de dezembro, Paul Krugman, Nobel de Economia, resume a situação dos Estados Unidos e da Europa: “A economia americana parece estar finalmente saindo do buraco profundo no qual entrou durante a crise financeira mundial. Infelizmente, a Europa, o outro epicentro da crise, não pode dizer o mesmo. O desemprego na zona do euro ficou estagnado em quase o dobro do nível americano, enquanto a inflação se mantém bem abaixo da meta oficial e a deflação é um risco cada vez maior.”
Fonte: Jornal do Brasil

Governo publica decreto que eleva salário mínimo para R$ 788

O Diário Oficial da União desta terça-feira (30) publica o decreto da presidente Dilma Rousseff que reajusta o salário mínimo de R$ 724 para R$ 788, já a partir de 1º janeiro de 2015. O novo valor representa reajuste de 8,8%.
A Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional havia definido um salário mínimo de R$ 790 a partir de janeiro do próximo ano ao aprovar o relatório final da Lei Orçamentária para 2015. O texto, no entanto, ainda precisa ser aprovado pelo plenário.
O valor do salário mínimo é calculado com base no percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano retrasado mais a reposição da inflação do ano anterior pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Fonte: Jornal do Brasil

Muda, Brasil


O ano de 2014 desmoralizou qualquer astrólogo, numerologista ou jornalista metido a fazer apostas sobre o Brasil. A goleada humilhante de 7 a 1. A morte trágica de Eduardo Campos. As reviravoltas nas eleições. O petrolão, com o roubo de bilhões. Esses cataclismos somados tornam uma irresponsabilidade o texto abaixo. No ano passado, fiz meus votos ao presidente que fosse eleito em 2014. A julgar pelo que aconteceu, éramos ingênuos e não sabíamos. Dilma Rousseff também não sabia de nada. Eis minhas apostas para 2015.

O mordomo, aliás, o doleiro será o único a continuar preso até o fim do próximo ano.
A Papuda será transformada provisoriamente num resort, com jacuzzi nas celas, para se adaptar ao novo estilo de presidiário itinerante. Fará convênio com o Copacabana Palace para fins de semana semiabertos na suíte favorita de Lula e Gisele Bündchen.
Dilma Rousseff voltará a falar. Mas levará tempo. Está rouca de tanto engolir os sapos do Lula.
Nenhuma refinaria será aprovada em 2015. Virou sinônimo de regrosseria.
A delação premiada virará moda nos presídios e nas favelas comandadas por traficantes e milicianos.
Bombeiro nenhum conterá os vazamentos. Ou o desabamento das ações da Petrobras.
Dona Marisa achará pequeno o tríplex no Guarujá e pedirá ao marido Lula um quadrúplex.
Paulo Roberto Costa abrirá uma empresa de consultoria para bandidos arrependidos e escreverá um best-seller definindo o que é “offshore vermelho”.
Sergio Moro perseguirá falcatruas até no Supremo. Ninguém segura mais o homem com jeito de bom moço. Silvio Berlusconi teme que Moro peça cidadania italiana.
Venina, a menina veneno da Petrobras, mostrará outros e-mails matadores e estrelará a nova temporada da série Downtown Brasília.
Graça Foster será promovida por Dilma. A qualquer coisa. Imperatriz do pré-sal, imperatriz leopoldinense, não importa. Sem Graça, Dilma não fica. Uma não vive sem a outra.
O novo Enem (Exame Nacional de E-Mails), a ser criado por Dilma em 2015, tem o objetivo de ajudar Graça a melhorar o nível de interpretação de texto.
Joaquim Levy, o Clark Kent da equipe ministerial, ajustará até a saia da Dilma. Só que ela esconde na manga uma pedra de kriptonita.
Cuba também investigará as contas da Petrobras. E o mojito desbancará a caipirinha no gosto dos americanos.
Carteiradas de juízes para levar vantagem pessoal serão finalmente extintas, porque ninguém mais leva a sério.
Motoristas de ônibus e vans não terão mais raiva assassina de ciclistas e pedestres.
O Congresso só aprovará reforma da cozinha.
Deputados e senadores esticarão o recesso para aproveitar as últimas boquinhas e os últimos jatinhos emprestados.
Parlamentares acharão pouco o aumento de seus vencimentos, de R$ 26.700 para R$ 33.800.
A lista dos políticos envolvidos com o amigo oculto Alberto Youssef só será divulgada após o Carnaval por “excesso de trabalhos” em 2014. Você acredita?
O Botafogo pedirá audiência ao papa Francisco, para que ele revele a mandinga que fez para que seu clube, o San Lorenzo, fosse campeão da Libertadores.
A Baía de Guanabara será despoluída.
O Gastão, sobrinho do Tio Patinhas Alckmin, será multado em 50% de suas contas se consumir mais água do que deve. Paulistas caíram como patinhos na lagoa seca.
Brasileiros de todas as classes sociais aprenderão a dizer “por favor”, “obrigado” e “desculpe”. 

Fonte: epoca.globo.com