A crise financeira internacional vai atingir o crédito e elevar juros de empréstimo, bem como, a médio e longo prazo pode comprometer o Fundo de Participação dos Estados e dos Municípios, é o que diz Samuel Costa Filho, professor de economia da Universidade Federal do Piauí, e um dos organizadores da palestra sobre a crise econômica global, ministrada na tarde de ontem, naquela universidade.
O economista também adverte que os administradores municipais e o governo do Estado devem ter cautela com os gastos públicos, uma vez que a crise pode afetar o Fundo de Participação dos Municípios e o Fundo de Participação do Estado, por conta do desaquecimento da economia que reduz a arrecadação tributária, fonte de recursos do poder público.
Segundo o mestre em Teoria Econômica, a curto prazo a economia piauiense já sente a redução do crédito nas compras a prazo, bem como a elevação dos juros para tais contratos financeiros. "Essa bolha que se tornou a economia especulativa culmina agora com a fuga do crédito por conta de muitos investidores buscarem mais liquidez nos negócios, é a primeira parte do processo, que arrasa as bolsas de valores. A segunda parte vem com a redução do crédito e a elevação dos juros, posteriormente teremos a redução do ritmo de crescimento dos países, e dentre eles o Brasil", disse.
Em âmbito local, corre o risco de termos um crescimento na inflação e redução da capacidade de consumo. Na visão do economista, é necessário que o governo do Estado e as prefeituras tenham muita cautela com os gastos públicos, uma vez que com o resfriamento da economia pode haver uma redução no Fundo de Participação dos Municípios e Fundo de Participação do Estado. Segundo Samuel Costa Filho, os administradores precisam manter a economia equilibrada, a fim de atenuar os efeitos de uma crise financeira que não há como se medir o real impacto.
Questionado sobre a atual política econômica do governo, Samuel garante que não há grande diferença da herança deixada por Fernando Henrique Cardoso, uma vez que as medidas de ambos se concentram no controle da inflação, das taxas de juros mais altas, e do superávit primário - relação entre exportações e importações. Para a sociedade em geral, o economista adverte que é hora de evitar o consumo demasiado e tomar bastante cuidado com os compromissos contraídos junto às instituições financeiras. "É um cuidado que tanto os administradores públicos quanto a sociedade devem assumir", afirma.
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