Seja bem vindo(a) ao nosso blog!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"Não mato o trabalho. O trabalho é que me mata"

Competir, se destacar, suportar todas as pressões,
conquistar um salário invejável - e depois torrá-lo no psiquiatra

Adoro camisetas dessas que trazem frases sintéticas que são verdadeiros manifestos. Elas vão direto ao ponto, gritam mensagens e sentimentos que grudam nos nossos neurônios feito chiclete. O equivalente moderno desse meio de comunicação rebelde é o Twitter. No espaço de poucos caracteres alguém esperneia, berra, reflete com inteligência e bom humor. O mundo lê e se identifica.

Assim como os bons tweets, algumas camisetas são simplesmente geniais. Há alguns meses entrei com a minha filha numa loja moderninha instalada no espaço estreito que já foi uma garagem.Uma camiseta trazia a estampa de uma lousa com giz e apagador. No quadro negro, a frase: “Não mato aula. A aula é que me mata”.

A frase é das boas: politicamente incorreta e instigante. Por mais que eu considere a educação um patrimônio gigantesco e um valor fundamental é preciso reconhecer que o processo de aprendizagem é doloroso. Na maioria das vezes, ser aluno dói. É ser obrigado a cumprir uma rotina que não escolhemos, a aprender conteúdos que parecem inúteis e são esquecidos tão logo o bimestre acaba e a encarar chateações de todo tipo.

O desabafo da camiseta faz ainda mais sentido para as crianças da geração da minha filha do que faria para mim quando eu tinha os 10 anos dela. Algumas escolas e professores até que se esforçam, mas, na maior parte dos casos, as aulas são maçantes para a geração que já nasceu digital.

O mundo mudou, mas o script da vida escolar continua praticamente o mesmo: lousa, apagador, alunos sentados, professor em pé, ouvir, escrever, fazer lição de casa. Para muitos alunos, escola é o próprio tédio. Esses garotos não matam aula. Estão lá. De corpo presente, mas dispersos. É a aula que os mata.

Fiquei pensando em que medida esse sentimento (de estar presente, mas incomodado ou infeliz) nos persegue desde a escola até a vida adulta, quando entramos no mercado de trabalho. Se o trabalho é fonte de tristeza, que danos emocionais pode causar? Lembrei de alguém que poderia me dar boas pistas.

No final do ano passado, assisti em Fortaleza a uma palestra do psiquiatra Duílio Antero de Camargo, durante o Congresso da Associação Brasileira de Psiquiatria. Depois de conversar com ele nesta semana, fiquei convencida de que grande parte dos trabalhadores (talvez a maioria) tem vontade de gritar: “Não mato o trabalho. O trabalho é que me mata”. Se esse é o seu caso, mãos ao Twitter.

Um dos campos de pesquisa de Duílio é o presenteísmo. Esse é um termo que significa “estar presente no trabalho, mas com um sintoma leve de alguma doença ou distúrbio”. A pessoa não falta, mas trabalha doente. Não é só o trabalhador que perde com isso. A empresa também perde.

“Pesquisas realizadas nos Estados Unidos demonstram que as perdas de produtividade por depressão e dores sofridas por trabalhadores que não faltam ao trabalho superam as perdas de produtividade derivadas do absentesísmo”, diz Camargo. Ele é um dos especialistas do setor de psiquiatria do trabalho do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

O presenteísmo é um problema conhecido pelos profissionais de recursos humanos e pelos médicos do trabalho. A maioria deles, porém, se preocupa mais com os fatores ambientais que provocam mal-estar e doenças: ergonomia, calor, segurança do trabalho etc.

Duílio decidiu investigar um campo pouco explorado. Ele pesquisa os problemas emocionais e os transtornos psiquiátricos originados no trabalho. Está lançando o livro Psiquiatria ocupacional, pela Editora Atheneu. A obra pode ser comprada na editora, mas só chegará às livrarias em maio.

Os transtornos mentais (entre eles, os depressivos) já são a terceira causa de afastamento do trabalho no Brasil. Ficam atrás apenas dos acidentes e das lesões conhecidas como LER/Dort, o conjunto de doenças provocadas pelo esforço repetitivo. Na região sudeste, os transtornos mentais ocupam o segundo lugar.

“A maioria das empresas trabalha com metas e impõe cobranças radicais. A pressão exagerada por produtividade e o excesso de tensão provocam problemas emocionais que podem desencadear transtornos mentais graves”, diz Camargo.

A coisa é mais ou menos assim: o funcionário trabalha num ritmo insano, enfrenta pressões e acostuma-se a ouvir reclamações constantes da chefia em reuniões constrangedoras. Passa anos nesse ritmo como se esse fosse o ambiente natural de sua profissão. Não reclama, por medo de perder o emprego ou porque não quer ser considerado um fraco.

Até que um dia os problemas emocionais começam a aparecer. Pode ficar ansioso, meio deprimido ou sentir medo. Se isso durar um dia ou outro e não atrapalhar a vida do sujeito, significa que ele ainda não está sofrendo de uma doença psiquiátrica. Mas se a ansiedade, a depressão e o medo perdurarem e começarem a provocar problemas físicos (taquicardia, hipertensão, dores de cabeça, insônia, por exemplo) pode ser o sinal de que um transtorno mental está instalado. Esse é um terreno fértil para uma série de males, entre eles transtorno do pânico, depressão, transtornos do sono, síndrome de burnout (esgotamento total) etc.

Você reconhece essa descrição? Aí no seu trabalho tem alguém que passou por isso? Infelizmente essa é uma situação corriqueira. Até recentemente, os empregados tinham grande dificuldade de comprovar na Justiça que os transtornos psiquiátricos eram provocados pelo trabalho. Duílio e outros profissionais procuraram estabelecer aquilo que na linguagem jurídica se chama nexo causal. Ou seja: de que forma a situação vivida no trabalho pode ter provocado o dano observado.

A depressão do sujeito foi disparada pelo chefe ou pelo casamento ruim? Pelo assédio moral na empresa ou por sua condição sócio-econômica? No livro, Duílio apresenta um questionário que ajuda o médico do trabalho, os psiquiatras e os peritos a fazer essa distinção.

Ele também analisou as ementas de 56 processos julgados e que tiveram o nexo causal reconhecido. A pesquisa é apresentada em tabelas que relacionam a síndrome psiquiátrica, o nexo causal e os sintomas associados. Elas revelam histórias exemplares da extensão dos danos que um ambiente de trabalho doente pode provocar. É o caso do funcionário que sofreu rebaixamento de cargo e redução de salário. Como se não bastasse, foi transferido para outra cidade e perdeu o direito à moradia. O resultado foi perturbação mental e suicídio.

Será que é tão difícil construir um ambiente profissional saudável? É natural que o relacionamento entre chefes e subordinados seja conflituoso. Ele envolve relações de poder e uma convivência forçada entre pessoas que não se escolheram. Se homens e mulheres que se casam apaixonados e de livre e espontânea vontade às vezes brigam como cães e gatos, o que esperar da relação entre chefes e funcionários que trocam gentilezas contínuas como se estivessem prestes a entrar num ringue de Vale-Tudo?

Acho que uma regra básica do bom senso deveria prevalecer: não faço aos outros aquilo que não gostaria que fizessem a mim. Essa norma simples já seria capaz de evitar muito do desrespeito e dos danos emocionais que ouvimos por aí. Os tantos conflitos do mundo corporativo demonstram que a coisa deve ser muito mais complicada do que isso.

Há saída? Segundo Duílio, as empresas precisam ser sensibilizadas e criar programas preventivos. Isso significa avaliar a saúde mental dos funcionários por meio de questionários e testes e ensinar as pessoas que ocupam cargos de chefia a lidar com emoções. “Não adianta tentar mexer na base. Quem tem o poder é que precisa aprender a lidar com gente e a zelar pela saúde mental de todos”, diz Duílio.

Os danos emocionais são especialmente perversos quando acometem os profissionais que ganham os menores salários. Aqueles que estão indefesos, sem a menor condição de pagar uma psicoterapia ou um tratamento psiquiátrico. Os profissionais mais qualificados têm a chance de colocar na balança as perdas e os ganhos que cada empresa oferece. Vale a pena batalhar, se destacar, competir, suportar todas as pressões, conquistar um salário invejável -- e depois torrá-lo na terapia ou no psiquiatra? Conheço vários profissionais, de diferentes áreas, que estão nesta situação. E outros que ainda não procuraram ajuda, mas deveriam.

Você já sofreu danos emocionais ou doenças psiquiátricas provocados pelo trabalho? Conhece alguém que passou por isso? Conte pra gente. Queremos ouvir a sua opinião.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Educadores lamentam escolha de Tiririca para comissão na Câmara

Indicado para Educação, palhaço teve de provar à Justiça não ser analfabeto;
ele pediu a seu partido, o PR, para ser indicado ao posto
Depois de submetido a um teste para provar à Justiça Eleitoral que não era analfabeto, o deputado, cantor, compositor e humorista Francisco Everardo Oliveira Silva - o Tiririca - foi indicado, nesta sexta-feira, titular da Comissão de Educação e Cultura da Câmara.

A escolha foi anunciada pelo líder do PR, Lincoln Portela (MG), e atende a um pedido pessoal do deputado. Um ofício confirmando a indicação - antecipada pelo estadão.com.br às 15h38 desta sexta - será protocolado pelo PR na terça-feira. Segundo a assessoria de Tiririca, ele queria muito fazer parte da comissão porque pretende atuar, como deputado, na área artística. É até filiado, em São Paulo, ao sindicato da categoria.

A notícia espalhou surpresa e desconsolo entre educadores."É um retrato da sociedade que temos", reagiu o professor Mozart Neves Ramos, da ONG Todos pela Educação. "Acho lamentável", acrescenta a titular de Pedagogia da Faculdade de Educação da Unicamp, Maria Márcia Malavasi. "Não por ele, mas porque há tantas outras pessoas com carreira, seriedade e currículo para essa missão."

Tiririca vai discutir e votar políticas educacionais depois de chegar ao Congresso envolvido numa aura de analfabetismo. Eleito com mais de 1,3 milhão de votos - a segunda maior votação da história da Câmara -, só conseguiu tomar posse depois de provar, perante um juiz eleitoral, que sabia ler e escrever. O argumento do juiz Aloisio Silveira, que o aprovou no TRE paulista, foi que "a Justiça Eleitoral tem considerado inelegíveis apenas os analfabetos absolutos e não os funcionais". O educador Mozart Ramos fez uma comparação: "Imagino se, na hora de formar uma seleção brasileira de futebol, houvesse vagas e cotas para os clubes, como para os partidos". O mais grave, observou, é que este é um ano importante para as causas educacionais. "Temos um Plano Nacional de Educação a ser definido. Com ele, a Lei de Responsabilidade Educacional. A reforma do ensino superior, a questão das cotas." Uma agenda "em grande parte técnica, que exige gente de preparo no setor".

Lembrando que o Brasil tem "14 milhões de analfabetos com mais de 15 anos e muitos milhões mais de analfabetos funcionais", ponderou que Tiririca não está preparado para atender "à dramática necessidade de se organizar a educação para uma sociedade moderna e preparada".

Marcia Malavasi, da Unicamp, esclareceu que não tem nada pessoal contra o deputado. "Não se trata de desmerecer as qualidades que ele possa ter. Mas é evidente que há uma inadequação entre o que ele representa e o tamanho dos desafios da educação brasileira."

Completando sua tarde de celebridades, a Câmara emplacou também o ex-jogador de futebol Romário (PSB-RJ) como vice-presidente da Comissão de Turismo e Desporto. Nesse time jogarão também Danrley de Deus (PTB-RS), ex-goleiro do Grêmio, e o ex-boxeador Acelino de Freitas, o Popó. Romário já avisou que pretende trabalhar com os grupos encarregados de organizar a Copa do Mundo , em 2014, e a Olimpíada do Rio, em 2016. A Comissão de Finanças terá o ex-participante do programa Big Brother Brasil Jean Wyllys (PSOL-RJ).

Professores ganham aumento de 16% no piso

Docentes da rede pública de todo o País vão receber R$ 1.187,97
por jornada de 40 horas; MEC flexibilizará regra para liberar recursos
O ministro da Educação, Fernando Haddad, anuncia hoje o novo piso salarial dos professores da rede pública do País. O valor será de R$ 1.187,97 para docentes de nível médio que cumprem carga horária de 40 horas - uma alta de 15,84% sobre os R$ 1.024,67 adotados em 2010. Para os professores que cumprem 20 horas, o piso será de R$ 593,98.

O governo anuncia também o abrandamento das regras para a liberação de recursos federais para as cidades que têm dificuldades para pagar o piso salarial. Atualmente, para receber o recurso adicional quando não é possível atingir ao piso mínimo, o Estado ou o município tem de destinar 30% de seu orçamento para a educação - e não os 25% exigidos pela Constituição. Pela nova regra, valerá o porcentual definido na Constituição.

O Ministério da Educação (MEC) vai flexibilizar também a regra que determina que, para repassar a verba, o município precisa atender 30% dos alunos na área rural. A condição deverá ser derrubada.

Fundeb. O presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, questiona o valor estabelecido pelo MEC e acusa o Ministério de não seguir a decisão da Advocacia-Geral da União. Segundo a AGU, o reajuste do piso tem de ser baseado no valor do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) efetivamente realizado.

Segundo Ziulkoski, o reajuste do piso não deveria ser feito agora, em fevereiro, mas apenas em abril, quando já se terá contabilizado o valor executado do Fundeb. Segundo seus cálculos, o valor atual do piso deveria ser de R$ 994 e não R$ 1024. "Se eles fixarem o piso agora e não em abril, incorrerão no mesmo erro do ano passado e prejudicarão inúmeros municípios." Ziulkoski também lembrou que estudos da confederação apontam que pelo menos nove Estados não têm condições de pagar o piso mínimo dos professores.

Repasse. O MEC rebateu as queixas e informou que, de 2003 até hoje, dobrou o repasse de recursos do Fundeb para os municípios, passando de R$ 37,5 bilhões para R$ 83,8 bilhões. Segundo o ministério, houve aumento também do repasse de recursos do salário-educação, que saltou de R$ 3,8 bilhões em 2003 para R$ 6,6 bilhões em 2010. Segundo o MEC, foram também repassadas verbas para transporte e merenda escolar. 

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Garçom, por favor… a conta

A fidelidade de toda a bancada do PMDB a Dilma na aprovação do salário mínimo de R$ 545 pela Câmara teve um preço. A conta começa a chegar agora.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Que vergonha! Deputados recebem salários com 61% de aumento este mês

Os deputados estaduais receberão os salários deste mês com aumento de 61,8%, que eleva os vencimentos dos parlamentares dos atuais R$ 12,380 mil para R$ 20 mil. O aumento é decorrente do reajuste auto-concedido pelos deputados federais, que em dezembro aumentaram os próprios subsídios, equiparando-os aos vencimento de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com o aumento, o salário dos deputados federais passou de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil, pagos a partir deste mês. O aumento gerou o efeito cascata nas assembléias legislativas. Um deputado estadual passa a receber agora R$ 20 mil, ao invés dos R$ 12,380 mil que recebiam até janeiro. Os salários de fevereiro na Assembleia são pagos a partir do dia 10 de março.
O salário de deputado estadual equivale a 75% do subsídio de deputado federal. A decisão do Legislativo piauiense elevará os vencimentos de um parlamentar estadual em 61,8%, de acordo com o aprovado na Câmara Federal. O salário do governador é o mesmo dos deputados estaduais, mas o governador Wilson Martins vetou o aumento do próprio salário, para evitar efeito cascata para os cargos no Executivo, apesar de não haver vinculação do salário do governador com os secretários.
O presidente da Assembleia Legislativa, Themístocles Filho (PMDB), confirmou o reajuste dos parlamentares estaduais com base no salário dos federais. O aumento será aplicado automaticamente. "Vamos fazer a mesma coisa, até mesmo obedecendo ao que diz a lei", justifica ele. O reajuste vigora a partir de fevereiro, ou seja, o primeiro pagamento com aumento será pago até o dia 10 do próximo mês. Os deputados do Piauí ainda têm mais R$ 32 mil para gastar com assessores, mais R$ 2,6 mil para passagens e R$ 650 para gastos com telefone. Mas, segundo informações oficiosas da Casa, o valor das verbas de gabinete não é o mesmo para todos os deputados.
Alguns parlamentares comentaram que para que o Legislativo do Piauí cumpra a decisão do Congresso Nacional, será preciso fazer adequações e promover alguns cortes para garantir recursos para este pagamento. Ainda há preocupação quanto ao pagamento de aposentadoria e pensão de ex-deputados e seus familiares. (LC)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Rede Estadual - Professores iniciam greve por tempo indeterminado e paralisam centro

Após assembleia, docentes percorrem ruas de Teresina,
pedem reajuste salarial e criticam aumento no IAPEP.
Os professores do Piauí entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda (14), dia previsto para o retorno às aulas. Eles tomaram a decisão em Assembleia na praça da Bandeira e tomaram as ruas do centro da cidade em direção à sede do Iapep, órgão que também é alvo do descontentamento dos docentes.

Por onde passam, os professores interditaram ruas e dificultam o trânsito no centro da capital. Gritando palavras de ordem como "trabalhador na rua, governo a culpa é sua!", eles reivindicam um reajuste salarial de 15% e que o aumento na contribuição do servidor para o Iapep anunciado semana passada em 10% seja cancelado.

De acordo com a presidente do Sinte, Odeni Rocha, a categoria tenta negociar com a Secretaria de Educação deste o ano passado, mas não obteve sucesso. "Com certeza isso irá comprometer o ano letivo e é culpa do governo. Tentamos várias vezes negociar e o eles sequer nos receberam", pontua.

O salário do professor com carga horária de 40 horas é R$ 915. Atualmente existem no Piauí aproximadamente 23 mil docentes.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Brasileiros têm 4º maior consumo de álcool das Américas, diz OMS

No continente americano, país fica atrás de Equador,
México e Nicarágua. Homens consomem 24,4 litros por ano;
mulheres, bem menos, 10,6 litros.

Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que os brasileiros consomem 18,5 litros de álcool puro por ano. No continente americano, o valor é menor apenas que os do Equador (29,9 litros), do México (27,2 litros) e da Nicarágua (20,5 litros) (veja quadro abaixo). Os dados dizem respeito a pessoas acima de 15 anos que bebem (não à média da população). As informações foram divulgadas em um relatório global sobre saúde e consumo de álcool da OMS, com dados referentes até o ano de 2005. Entre os homens, o consumo anual é de 24,4 litros. Já as brasileiras tomam 10,6 litros por ano.

No Brasil, 54% das pessoas que bebem escolhem cerveja. Destilados são a opção de 40%. Vinho responde por 5% e outros tipos de bebida somam 1%.

Uma conta simples é capaz de mostrar como não é difícil chegar ao valor apontado pela OMS: as principais cervejas brasileiras têm um teor alcoolico de até 5%. A latinha comum, distribuída em bares e mercados do país, tem 350 mililitros - ou 17,5 mililitros de álcool puro. Usando esses valores como exemplo, um brasileiro precisaria tomar menos de 3 latinhas por dia para ultrapassar 18,5 litros por ano. Segundo a OMS, o consumo global de álcool mata 2,5 milhões por ano, por causa das doenças relacionadas ao abuso da bebida. O valor é equivalente a 4% de todas as mortes no mundo, tornando o álcool mais letal que a Aids, a violência urbana e a tuberculose.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Projeto estabelece piso salarial para agentes de saúde

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 7056/10, do deputado Pedro Chaves (PMDB-GO), que fixa em R$ 1.020,00 o piso salarial dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias e institui as diretrizes do plano de carreira da categoria.

A proposta regulamenta a Emenda Constitucional (EC) 63/10 e altera a Lei 11.350/06, duas normas que tratam especificamente desses profissionais e também fixa critérios para o exercício da profissão.

Hoje, os agentes são contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - Decreto-Lei 5452/43) pelos órgãos ou entidade da administração direta, autárquica ou fundacional, mas não têm uma carreira no quadro do funcionalismo. De acordo com o autor, a proposta representa um avanço na proteção a esses trabalhadores, complementando o reconhecimento de seu papel no sistema de saúde.

Insalubridade

A proposta também reconhece as condições de insalubridade do trabalho desses agentes e prevê que eles devem ter equipamento adequado de trabalho e receber adicional. A proposta também atribui caráter técnico às atividades e institui um curso a ser seguido como requisito para o desempenho profissional.

O projeto regulamenta ainda o repasse de recursos financeiros aos gestores locais do Serviço Único de Saúde (SUS), para possibilitar o cumprimento da lei e garantir o pagamento dos salários dos agentes de todo o País. Essas regras estabelecem punições para o desvio de finalidade desses recursos.

Tramitação

A proposta foi apensada ao Projeto de Lei 7495/06, do ex-senador Rodolpho Tourinho. Os dois projetos tramitam em regime de prioridade e serão analisados por uma comissão especial. Íntegra da proposta: PL-7495/2006 / PL-7056/2010

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Professores poderão ter o mesmo reajuste salarial dos parlamentares

Os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Pedro Simon (PMDB-RS) apresentaram em 16 de dezembro/2010, projeto de lei que estende o mesmo percentual de reajuste salarial concedido aos parlamentares do Congresso Nacional aos professores da educação básica das escolas públicas brasileiras.

Com o aumento de 61,78% dos parlamentares, aprovado ontem nas duas Casas do Congresso, o piso salarial dos professores passaria de R$ 1.024,00 para R$ 1.656,62. Para Cristovam, a desigualdade salarial entre os parlamentares - que pelo projeto aprovado nesta quarta-feira (15), passarão a receber R$ 26,7 mil - e os professores é substancial, talvez a maior em todo o mundo, com conseqüências desastrosas para o futuro do Brasil.
Na opinião do senador, a aprovação do reajuste de 61,78% para os professores da educação básica permitirá que o Senado dê uma demonstração mínima de compromisso com a melhoria da qualidade da educação das crianças brasileiras, o que contribuirá, segundo ele, para melhorar a credibilidade da Casa frente a opinião publica.

Neste sentido, o site Petição Pública está com um abaixo-assinado, colhendo assinatura de todas as pessoas que são favoráveis ao Projeto de Lei dos senadores Cristovam Buarque e Pedro Simon. Acesse o site e participe dessa campanha: