queda na arrecadação tributária vai afetar todos os estados brasileiros
De acordo com o economista Luis Carlos Puskas, da Universidade Federal do Piauí, a crise financeira mundial pode achatar os salários dos piauienses, pode promover desemprego e causar grandes prejuízos à classe trabalhadora do Estado, uma vez que até no funcionalismo público os reajustes salariais podem ser menores.“Até do ponto de vista político, se a crise econômica chegar aqui, a classe trabalhadora perderá em força de negociação e pressão, por conta do desemprego e dos baixos salários. Do ponto de vista do mercado, quanto mais gente disposta a trabalhar e menos postos de emprego, mais baixos serão os salários”, afirma.
Puskas afirma que o Piauí por depender excessivamente de recursos federais e do poder público, o comércio e a prestação de serviços serão, também, afetados. “Nossa indústria é incipiente, o comércio e a prestação de serviços serão afetados, o governo terá de garantir o aquecimento da economia tanto em âmbito local quanto nacional”, diz.
O cientista demonstra preocupação com a possibilidade de um processo inflacionário mais intenso e que “pode arrasar o padrão de vida daquelas pessoas com menor poder aquisitivo”.
No que se refere à solução do problema, o economista afirma que não se pode precisar a magnitude dos impactos da crise, mas certamente um novo modelo econômico pode ser criado. “Foram às circunstâncias econômicas que criaram o Keynesianismo e também o Neoliberalismo, agora, nós vamos aguardar que modelo é esse que surgirá”, garante o cientista.
O membro da Comissão da reforma tributária no Congresso Nacional, deputado Júlio César Lima (DEM), afirmou que deve haver uma queda na arrecadação da União em decorrência da crise financeira. Pode haver uma queda também no repasse de recursos constitucionais para os estados e municípios.
“Há uma preocupação grande do relator Sandro Mabel (PMDB/GO) de criar um fundo para acudir nas emergências, porque haverá redução drástica na arrecadação federal e conseqüentemente nas transferências para os estados e municípios”, explicou Júlio César.
Ele disse que os impactos e efeitos da crise na receita da União ainda serão avaliados. “Se prevê diminuição, porque o ritmo de crescimento da economia do país desacelera, e desacelera também a as receitas e as transferências para os estados e municípios”, enfatizou.
Segundo Júlio César, houve uma reunião dos deputados da Comissão da Reforma Tributária com esta preocupação. A intenção é não aprovar a reforma antes da crise ter repercussão e podermos avaliar isso no país”, comentou.
Júlio César disse que tem que observar vários aspectos, inclusive o problema da guerra fiscal e os impostos arrecadados no destino.
“Agora temos que rever pontos da reforma como avaliação da receita. O que foi avaliado deve ser revisto. Nos dois últimos anos, tudo que foi avaliado, o governo arrecadava mais. Este ano foi R$ 60 bilhões a mais do que foi estimado, mesmo com a perda da CPMF. Para 2009 só com bola de cristal”, finalizou o deputado.
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