Policiais realizam manifestação no Morumbi na tarde desta quinta.
Tumulto ocorreu quando eles tentaram passar por barreira da PM.
O confronto entre policiais civis em greve e equipes da Polícia Militar (PM), ocorrido na tarde desta quinta-feira (16), deixou mais de 20 feridos. O tumulto começou por volta das 16h na Rua Padre Lebret, no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. O protesto marca um mês de paralisação da categoria.
O Palácio dos Bandeirantes informou que um dos feridos é um coronel que participava da negociação entre os manifestantes. Ele teria sido atingido por um disparo na perna e foi levado, ainda segundo o Palácio, para o Hospital Albert Einstein, na mesma região do confronto.
A assessoria do Albert Einstein enviou nota confirmando que, até as 19h20, foram recebidas em seu pronto atendimento 13 pessoas vítimas da confusão. Não há nenhum paciente em estado grave e cinco das vítimas já haviam sido liberadas no horário. O Hospital Itacolomy recebeu cinco pessoas e o Hospital Universitário, um ferido.
O Hospital São Luiz disse que atendeu cinco policiais civis na unidade do Morumbi. Quatro deles foram atendidos, medicados e receberam alta: um homem de 34 anos com escoriações na face; outro de 49 anos com ferimentos superficiais na coxa e no braço esquerdos; um policial de 44 anos com queimaduras de 1º e 2º graus na mão direita e na face e um homem de 43 anos com queimaduras de 3º grau na região abdominal. Um policial de 30 anos teve fratura exposta em um dedo da mão direita, além de sofrer escoriações na mão esquerda. Ele fez exames e foi transferido para outro hospital.
Em nota, o governo do estado diz que "o confronto começou no momento em que o comando grevista aceitou proposta do governo de enviar um representante ao local onde estava concentrada a manifestação para receber um documento com a posição dos manifestantes".
O presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo, João Batista Rebouças Neto, disse que os policiais civis não dispararam nenhum tiro, apesar de carregarem armas. “Se fosse manifestação de professor, teria sido muito pior e até morrido alguém”, afirmou. De acordo com ele, 2.800 policiais participavam do ato quando houve o tumulto.
Confronto
O grupo que seguia em passeata forçou a passagem por uma primeira barreira formada pelos policiais militares. Houve confonto. Com empurrões e troca de socos, policiais civis romperam o cordão de isolamento. Para conter o grupo que seguia em caminhada, policiais militares que estavam em uma segunda barreira lançaram bombas de efeito moral, tiros de borracha e gás lacrimogênio. O grupo de manifestantes recuou. Carros das equipes de forças especiais da PM foram estacionados em um cruzamento para formar uma barreira compacta contra o avanço da passeata.
Após o retorno dos manifestantes, carros de equipes da Polícia Civil se aproximaram da região onde foi feito o bloqueio. Após cerca de 10 minutos de tensão, com arremesso de bombas de efeito moral, o grupo de manifestantes se aproximou da barreira e tentava novamente avançar. Por volta das 16h18, novamente foram arremessadas bombas de efeito moral para dispersar o grupo.
Protesto no Palácio
Os manifestantes tentavam seguir em direção do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo. No caminho, grupamentos de policiais militares ficaram de prontidão. Há barreiras formadas por PMs da Força Tática, da Tropa de Choque e da Cavalaria. O clima é de tensão e os manifestantes gritam palavras de ordem.
Por meio de outra nota, o governo do estado de São Paulo informou que as vias públicas situadas ao redor do Palácio dos Bandeirantes são consideradas área de segurança. "Por esse motivo, todas as manifestações populares programadas para esses locais são obrigatoriamente desviadas para áreas próximas, que não se encontram na zona delimitada pela resolução, que abrange as avenidas Morumbi e Giovanni Gronchi e as ruas Combatentes do Gueto, Rugero Fazzano e Padre Lebret".
Segundo a CET o acesso aos hospitais Albert Einstein e São Luiz estavam prejudicados. No horário, começava a chover fraco na região, o que agravava as condições do tráfego. Os motoristas parados no local, sem orientação de trânsito, reclamavam e tinham dúvidas sobre que trajeto seguir.
Contra reclamações
O presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo, João Batista Rebouças Neto, reage às reclamações dizendo que a medida é necessária. “É preciso entender que, como a polícia defende a população, foi necessário chegar a esse ponto para melhorar as condições de trabalho”. Ele afirma que o sindicato tenta desde o mês de fevereiro entrar em contato com o governador José Serra. Segundo Rebouças, Serra não quer recebê-los e justifica que não tem dinheiro. Os policiais civis pedem 15% de reajuste salarial em 2008 e 12% para 2009 e 2010.
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