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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Quinze piauienses estão sendo investigados na CPI da Pedofilia

Pelo menos 15 piauienses estão sendo investigados na CPI (Comissão Parlamentar de Inuqérito), presidida pelo senador Magno Malta (PR-ES).
Os piauienses foram listados a partir do cadastro de Google por transferência de arquivos com pornografia infantil e do resultado do inquérito da Polícia Federal (PF) no Piauí abarto a partir da prisão do produtor de vídeo Hildengard Menezes.
A investigação e o processo aberto na Justiça Federal estão sob sigilo. O Piauí não foi atingido pela Operação Carrocel II, desencadeada em 17 estados e Distrito Federal.
"Não podemos apreender computadores e deixar pedófilos soltos", protesta Magno Malta.
Durante entrevista concedida na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, o senador Magno Malta comentou que a legislação brasileira não autorize a prisão de pessoas que armazenam fotografias e vídeos contendo imagens de abuso sexual de crianças e adolescentes.
Ao elogiar os resultados da Operação Carrossel 2 - a apreensão de vasto material pornográfico usado na prática de pedofilia em 113 residências e empresas distribuídas em 17 estados e no Distrito Federal -, o parlamentar defendeu a aprovação, pela Câmara dos Deputados, de projeto (PLS 250/08) que tipifica a posse desse tipo de material, já aprovado pelo Senado.
" Não queremos operações que apreendam computadores e deixem os pedófilos soltos. Pela lei vigente, a prisão só pode ocorrer se houver flagrante, se a polícia chegar no momento exato em que o pedófilo está no teclado do computador, enviando a pornografia, o que é muito difícil de acontecer. Se a legislação já tivesse mudado, teríamos hoje 113 ordens de prisão e não 113 mandados de busca e apreensão", afirmou Magno Malta, que preside a CPI da Pedofilia, parceira da PF na Operação Carrossel 2.
Na coletiva de imprensa, o chefe da Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, delegado Adalton de Almeida Martins, informou que o órgão fará a perícia de todo o material apreendido nos estados e no DF. Mesmo informando que as informações sobre os resultados da operação estão ainda em fase de consolidação, Martins revelou que foram encontrados equipamentos contendo pornografia infantil em todos os locais vistoriados.
O delegado explicou que os computadores aprendidos estavam ligados a uma rede conectada ponto a ponto, ou peer-to-peer, no jargão da informática.
Nesse sistema, um computador se conecta diretamente ao outro, sem a necessidade de um provedor central de acesso. Em resposta aos jornalistas, Martins disse que a cooperação com a CPI da pedofilia permitiu o aperfeiçoamento de ferramentas essenciais ao combate da pedofilia na Internet, como os softwares usados para o rastreamento de usuários da rede, a triagem e a compilação de dados.
Com a evolução da tecnologia, informou o delegado, o Brasil está atuando em cooperação com mais de 70 países, o que permitiu que ação semelhante à realizada nesta quarta-feira fosse também deflagrada em Portugal, Japão, Israel, República Tcheca e Senegal. Os dados sobre a conexão entre pedófilos nesses países foram fornecidos pela Polícia Federal a representantes da Interpol no Brasil, explicou ele.

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