Presidente do Senado diz que decisão sobre nepotismo
deve ser cumprida. Mesa Diretora já havia determinado
demissão imediata de parentes.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), enviou nesta terça-feira (23) carta a todos os 81 senadores pedindo o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determina o fim do nepotismo nos três Poderes. No documento, Garibaldi pede que as exonerações ou dúvidas de parlamentares sobre a súmula sejam resolvidas até o dia 10 de outubro.
A carta com o prazo fixado por Garibaldi é uma resposta a pedidos de alguns senadores, que exigiam uma comunicação oficial do Senado sobre o cumprimento da decisão do STF. A Mesa Diretora do Senado já havia se reunido e defendido o cumprimento da súmula imediatamente. O prazo até 10 de outubro, no entanto, dá uma folga aos senadores.
Nesta terça, o presidente do STF, Gilmar Mendes, afirmou que cabe ao Ministério Público definir punições a quem não cumprir a súmula contra o nepotismo. Ele não adiantou quais seriam as punições que poderiam ser aplicadas para os casos de nepotismo nos três Poderes. “Pode haver punições de variada ordem, mas isto é matéria que não está a cargo do STF. Devem dirigir-se ao procurador-geral da República e ao Ministério Público nos Estados”, disse.
Gilmar Mendes voltou a lembrar também que o Supremo está aberto para receber qualquer reclamação contra o não cumprimento da súmula vinculante, mas que o órgão apenas definirá se os casos protocolados configuram ou não o descumprimento da norma, mas não determinará as punições. “Na verdade, como a decisão de não implementar a súmula cabe reclamação ao STF, esse é o instrumento”, disse.
No texto da carta enviada aos senadores, Garibaldi lembra que o fim do nepotismo é obrigatório. “Conforme o artigo103-A da Constituição, a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal é de observância obrigatória por toda a administração pública, impondo-se, portanto, à administração do Senado Federal.”
A carta pede que os parlamentares encaminhem à Presidência ofícios informando não ter parentes em cargos de comissão ou confiança ou para tirar alguma dúvida sobre o alcance da súmula. “Estimaria que referido expediente fosse encaminhado à Presidência até o dia 10 de outubro próximo”, diz trecho.
Segundo o STF, a súmula aprovada no dia 21 de agosto entrou em vigor após sua publicação no Diário Oficial, no dia seguinte.
Balanço não-oficial das exonerações ocorridas no Senado após a edição da súmula do STF mostra que da maioria dos demitidos até agora são sobrinhos de parlamentares.
O primeiro a anunciar a demissão de um parente foi justamente Garibaldi Alves. Carlos Eduardo Alves Emerenciano é sobrinho do peemedebista e trabalhava em seu gabinete há quatro anos na elaboração de projetos e discursos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário