Era madrugada. O casal chegou de carro e estacionou próximo a um bar, no centro de Passo Fundo, no norte gaúcho.
Segundo testemunhas, homem e mulher entraram no local para beber. Por volta das duas da manhã, o carro deles foi roubado.
O assaltante rodou por cinco quadras até perceber que não estava sozinho. No banco traseiro, dormia um menino de cinco anos. O ladrão não pensou duas vezes.
A duas quadras de um telefone público, o ladrão abandonou o carro e ligou para o 190. Quando o policial atendeu do outro lado da linha, o bandido, indignado, contou tudo o que se passou.
A conversa foi gravada pelos policiais:
Ladrão: “Seguinte, eu vou ser bem sincero pra ti, tá. Eu roubei um carro ali, tá, agora. E eu peguei o carro e tinha uma criança dentro, cara. E eu não vi, entendeu, não vi. Tu manda uma viatura lá e manda o filha da ... do pai dele pegar ele e levar pra casa. Um piazinho, tá”.
O ladrão ainda mandou um aviso ao padrasto do garoto:
Ladrão: “E diz pro filho da... do pai dele se não ir... nova vez que eu pegar aquele auto e tiver o piá lá, eu vou matar ele”.
De acordo com a ocorrência, o padrasto e a mãe do menino só perceberam o que tinha acontecido depois de 40 minutos e só porque foram avisados pelos policiais.
Hoje, eles prestaram depoimento na delegacia de proteção à criança e ao adolescente. O padrasto não quer se identificar. Ele afirma que parou apenas para fazer uma entrega no local.
“Como ela já estava dormente, ela disse: posso ficar no carro? Pode. Inclusive as portas do carro estavam abertas, com o vidro semi-aberto”, conta o padrasto.
A mãe e o padrasto devem responder por abandono de incapaz. a pena varia de seis meses a três anos de prisão./ o conselho tutelar também está investigando o caso.
“Negligência, né. Jamais a gente deixa uma criança dentro de um carro sozinha e principalmente de madrugada”, fala Tereza Cappellesso, conselheira tutelar.
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