A Justiça da Bahia informou que um exame toxicológico apontou que a perita Delma Gama, contratada pela defesa do pai e da madrasta da menina Isabella, acompanhou uma audiência sobre o caso na semana passada sob efeito da substância Propofol, de uso exclusivo hospitalar para sedação e anestesia.
O titular da 1ª Vara do Júri da Comarca de Salvador, juiz Cássio Miranda, afirmou que pediu o exame para avaliar o estado de saúde da perita, que adiou a audiência por três vezes.
Delma Gama, que fez uma perícia no apartamento do casal Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá a pedido dos advogados de defesa, era a última testemunha a depor no caso Isabella. O objetivo da nova análise seria contestar o laudo feito pelos peritos paulistas.
A perita alegou dores na garganta e no peito para faltar à primeira audiência. Na segunda ocasião, alegou "forte estresse emocional, por conta do pós-operatório de cirurgia plástica palpebral, abdominal e mamária". Oficiais de Justiça e policiais chegaram a comparecer na casa de Delma para uma perícia médica no dia 9 de setembro.
Após constatar que Delma tinha condições de ir à audiência, a perita e o filho saíram em disparada de carro do local, colidindo em duas viaturas. Ela alegou à polícia que não fugiu e que precisou ver um médico com urgência, por causa de um curativo. Na terceira tentativa, marcada para a manhã do dia 12 de setembro, Delma desmaiou e adiou a audiência para tarde.
Questionado se a perita sofrerá alguma punição, o juiz afirmou que essa é uma questão posta para o Ministério Público, segundo o BATV. Ele também disse que vai oferecer representação contra o advogado Rogério Neres e o avô de Isabella, Antônio Nardoni, por crime contra a honra. Os dois acusam o magistrado de ter praticado crime de tortura e abuso de autoridade durante a audiência. O magistrado nega as acusações, esclarecendo que agiu de acordo com a lei.A representação será encaminhada ao Ministério Público de São Paulo, por meio da Presidência do Tribunal de Justiça da Bahia. 'Não sou um torturador, e sim um magistrado. Tudo o que fiz, portanto, foi cumprir com o meu dever', disse.
Isabella Nardoni foi encontrada ferida no dia 29 de março no jardim do prédio onde moram o pai e a madrasta, na zona norte de São Paulo. Segundo os Bombeiros, a menina chegou a ser socorrida e levada ao Pronto-Socorro da Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu por volta da 0h.
O inquérito policial apontou que ela foi agredida, asfixiada e jogada do sexto andar do edifício. No dia 18 de abril, Alexandre e Anna Carolina foram indiciados por homicídio doloso, triplamente qualificado. No dia 6 de maio, o promotor Francisco Cembranelli denunciou e pediu a prisão preventiva do casal, aceita pela Justiça.
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