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quinta-feira, 21 de agosto de 2008

ESCÂNDALO: Grampos da Polícia Federal e corrupção no Governo

EXCLUSIVO: 'Joaquim Almeida surtou. Ele não regula bem'
Após toda a repercussão da suposta denúncia levantada contra o Governo Wellington Dias (PT) pelo advogado Joaquim Almeida, ex-secretário estadual de Governo, o secretário estadual de Segurança, deputado estadual licenciado Robert Rios (PCdoB), fez um desabafo em entrevista ao 180graus na tarde desta quinta-feira, dia 21, e contou toda "a verdade" do que realmente aconteceu.
"O Joaquim Almeida está surtando, está fora de tempo, não está regulando bem. É delírio. E tudo vai servir para desmoralizá-lo publicamente. O que vai ser pior, pois vai entrar em uma depressão profunda", assegurou o secretário de Segurança.
Robert Rios disse que toda a denúncia de grampo, revelando uma suposta compra milionária de livros didáticos por parte do Governo é "ficção".
O Jornal Diário do Povo trouxe em sua edição desta quinta-feira, dia 21, em matéria assinada pelo editor-chefe, jornalista Zózimo Tavares, que o advogado Joaquim Almeida, ex-secretário de Governo no primeiro mandato de Wellington Dias, esteve na Procuradoria da República, no Piauí, para prestar uma declaração a termo sobre denúncia de corrupção no Estado. Joaquim Magalhães garantia que Robert Rios afirmou que havia um esquema de corrupção que envolveria, além dos dois, o secretário de Educação, deputado federal Antonio José Medeiros (PT), o secretário de Trabalho, deputado estadual Hélio Isaías (PTB), o advogado Nelson Nery Costa e até o próprio governador.
As denúncias estariam relacionadas com a compra milionária de livros didáticos para a Secretaria Estadual de Educação, através de uma suposta licitação fraudulenta. No depoimento do advogado na Procuradoria da República, consta que o esquema teria sido descoberto pela Polícia Federal, em Recife (PE), através de interceptação de ligações telefônicas, os famosos 'grampos'. A Procuradoria da República no Piauí encaminhou o caso à Procuradoria Geral da República, em Brasília. Segundo Joaquim Almeida disse que quem lhe fez o "fuxico", segundo publicou o jornal, dos grampos foi o secretário Robert Rios, durante um encontro no espaço esportivo Bom de Bola.
COMO TUDO COMEÇOU: "QUEREM ME MATAR"
Falando ao 180graus, em seu gabinete, na sede da Secretaria Estadual de Segurança, garante que tudo não passa de "delírio" de Joaquim Almeida.
"Na verdade, tudo começou quando o Joaquim Almeida me procurou, há alguns meses, para denunciar que achava que estava correndo risco e poderia morrer assassinado. Ele veio me dizer que tinha certeza que tinha uma pessoa em cima da passarela que fica no Hospital São Marcos (Centro de Teresina) pronta para matá-lo. Ele insistiu e eu acionei a Polícia e até a CICO (Comissão de Combate ao Crime Organizado) para investigar. Nada foi encontrado", afirmou.
Robert Rios então disse que começou a perceber que Joaquim Almeida já não estava mais "normal". Foi quando voltou a receber uma nova ligação do advogado, já recentemente. "Ele me ligou dizendo:
"Secretário. Por favor, venha até o Metropolitan Hotel (Centro da capital) que tenho algo a lhe falar".
Fiquei imaginando o que seria. Mas tudo bem, passei lá, no finalzinho da tarde, e conversei com ele. Ele disse:
"Robert, se me matarem, saiba que foi um promotor de justiça que mandou".
Ele falou em um tal de Leão, que não sei quem é. E depois me pediu ajuda porque achava que estava sendo grampeado. E era pela Polícia Federal de Pernambuco. Deixei passar. Tentei falar com ele depois de alguns dias, por telefone, e vi que ele não estava mesmo bem. Estava só a 'lama', isto é, completamente bêbado".
Depois daí o secretário disse que o encontrou, semana passada, no espaço esportivo Bom de Bola, localizado no bairro Ilhotas, zona Sul da cidade, próximo ao Rio Poty Hotel.
"Sempre estou no Bom de Bola. Todas as terças, jogando um futebolzinho. E sou craque viu. Atuo pela ponta esquerda. Pois bem, na semana passada o Joaquim Almeida apareceu no Bom de Bola. Com todo aquele seu jeitão de lord, me viu e falou: "Esse é o Robert Rios, parente do Protógenes Queiroz (delegado da Polícia Federal da Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro milionário Daniel Dantas)".
Eu ri do deboche dele e disse: "Que é isso. Olha aquele negócio de Pernambuco com você". Foi aí que ele surtou de vez".
Para Robert Rios, o assunto "Pernambuco" foi o que o fez "surtar de vez" e, "do nada", começou a falar "coisas que ninguém entendia". Disse o secretário:
"Ele levantou a mão e disse para mim e todos os presentes no Bom de Bola: "Não tenho nada a ver com essa história de livro didáticos. Nem sou amigo do Antonio José Medeiros. Eu conheçou o Procurador Geral da República viu".
Ficamos todos sem entender. Eu, quando falei em Pernambuco, brinquei com um assunto de anos atrás, quando ele (Joaquim Almeida) respodeu a um processo por lá. Mas aí ele veio com essas estórias, e ninguém entendia nada. Quando foi esta semana, de segunda para terça-feira, ele fez a denúncia. E até me enviou uma cópia".
Mas o secretário disse que está tranqüilo e não vai "mexer uma palha" contra o advogado. Ironizou, insistiu no discurso de que Joaquim Almeida está "surtando", criticou nomes como o senador Heráclito Fortes (DEM), que jjá se pronunciou sobre o caso e pediu investigação, e garantiu ao governador que tudo não vai passar de uma enorme desmoralização.
"Quando o Joaquim Almeida disse que ia fazer a denúncia, além de ter me procurado, foi falar para o governador Wellington Dias. Este depois me ligou e queria saber que diabos de gravações e grampso eram esses.
"Governador, isso ão existe. É coisa da cabeça do Joaquim Almeida", eu disse pra ele. E assegurei que o Joaquim Almeida e todos que acham que ele está certo vão sair desmoralizados, completamente acabados nessa história toda"
GRAMPO NO PI: Heráclito e Mão Santa pedem investigação
O caso da denúncia dos grampos no Piauí começa a ganhar repercussão nacional. O senador Heráclito Fortes (DEM) cobrou nesta quinta-feira (21) rapidez na investigação realizada pela Polícia Federal (PF) em Pernambuco, que descobriu através de escuta telefônica a existência de um esquema de corrupção envolvendo recursos do governo federal repassados à Secretaria de Educação do Estado do Piauí. A investigação foi revelada pelo jornal Diário do Povo em matéria assinada pelo jornalista Zózimo Tavares
O 180graus repercutiu o caso à 1h da madrugada desta quinta-feira, dia 21, logo após a publicação do jornal. Heráclito lembrou que a Secretaria de Educação é comandada pelo deputado federal licenciado, Antonio José Medeiros.
"A história relatada é preocupante porque envolve pessoas que serviram e que servem ao governador Wellington Dias (PT). E os fatos são graves. Envolve um dos advogados mais requisitados do estado, Nelson Nery, a quem respeito muito; envolve o deputado estadual Hélio Isaías, meu amigo pessoal, sou amigo da sua família, fui amigo do seu irmão; e o ex-secretário de governo do Wellington Dias, Joaquim Almeida,que foi meu secretário de governo quando fui prefeito de Teresina", relatou.
O senador assinalou que a grande surpresa é que foi o secretário de Segurança Pública, deputado estadual licenciado Robert Rios, quem avisou os envolvidos sobre a investigação da PF. Citando o jornal, Heráclito disse que o ex-secretário de governo, Joaquim Almeida, apresentou denúncia junto à Procuradoria Geral da República do Estado do Piauí pedindo uma apuração rápida dos fatos. O senador pediu que o ministro da Educação, Fernando Hadad, o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF), também apurem as denúncias.
"O que nós precisamos apurar aqui é em que circunstâncias ou por que a Polícia Federal fez esses grampos, qual o objetivo e a que conclusões chegou. Esse fato precisa ser esclarecido o mais rápido possível. É preciso que se apure esse grampo no Piauí", ressaltou.
MÃO SANTA TAMBÉM SE PRONUNCIA
Outro senador piauiense, Mão Santa, se pronunciou. Ele acusou a Polícia Federal de não atuar na prisão de petistas em seu estado, pois seriam "imunes", e citou escândalos envolvendo o partido, como os detectados pela Operação Sanguessuga e envolvendo a construtora Gautama.
"Estou perplexo. Por que a Polícia Federal não algema ninguém do PT no Piauí?", questionou.
De acordo com o senador, o PT gere mal o estado, que está "afundando", e hoje, segundo ele, o Piauí voltou a ter os piores índices do Brasil.
O parlamentar também comentou a decisão do Supremo Tribunal Federal de proibir o nepotismo no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Para Mão Santa, é importante separar o joio do trigo, o cargo de confiança dos "que entraram no governo pela porta larga" quando deveriam, segundo ele, entrar pela "porta estreita, do concurso".
Ele frisou que "cargo de confiança não é emprego", e citou que a ex-primeira-dama da Argentina, Eva Perón, e do Brasil, Darcy Vargas, trabalharam em cargos de confiança na gestão de seus maridos, Juan Perón e Getúlio Vargas.
W. Dias já sabia da denúncia de Joaquim Almeida, mas nega tudo
Após a publicação no Jornal Diário do Povo, com repercussão no 180graus, de denúncia de corrupção, feita pelo ex-secretário estadual de Governo Joaquim Almeida, o governador Wellington Dias (PT) comentou sobre o que poderia ser um escândalo dentro de sua administração.
Joaquim Almeida, esteve na Procuradoria da República, no Piauí, para prestar uma declaração a termo sobre denúncia de corrupção no Governo do Piauí. Segundo a denúncia, feita ao advogado pelo secretário de Segurança, deputado estadual Robert Rios (PCdoB), o esquema de corrupção envolveria o secretário estadual de Educação, deputado federal Antonio José Medeiros (PT), o secretário estadual do Trabalho, deputado estadual Hélio Isaías, o advogado Nelson Nery Costa e até o próprio governador.
Ele próprio, Joaquim Almeida, estaria envolvido. As denúncias estariam relacionadas com a compra milionária de livros didáticos para a Secretaria de Educação, através de licitação fraudulenta. Conforme ainda o depoimento do advogado Joaquim Almeida na Procuradoria da República, o esquema teria sido descoberto pela Polícia Federal, em Recife, a partir de interceptação de ligações telefônicas. A Procuradoria da República no Piauí encaminhou o caso à Procuradoria Geral da República, em Brasília.
W.Dias, durante solenidade em homenagem à judoca Sarah Menezes, piauiense que esteve nas Olimpíadas de Pequim, na China, admitiu que já sabia da denúncia de Joaquim Almeida. No entanto checou a informação sobre possível corrupção com o seu secretário de Segurança. Robert Rios teria dito a ele que não existe nenhum tipo de informação relacionada a grampo.
"Fiquei sabendo do assunto pelo próprio Joaquim Almeida, que é meu amigo pessoal e foi secretário de Governo no meu primeiro ano de mandato. Joaquim tem todo o direito de entrar com representação na Justiça. Mas eu telefonei para o Robert Rios e ele negou totalmente as denúncias. Eu acreditei nele. E agora confio na Justiça. E se houver qualquer tipo de escândalo envolvendo alguem do meu Governo, eu mesmo tomarei as providências, doa a quem doer", disse W.Dias.
REVELAÇÃO POLÊMICA: Compra milionária de livros didáticos para a Secretaria de Educação
Reportagem exclusiva do Jornal Diário do Povo, edição desta quinta-feira, dia 21, assinada pelo editor-chefe Zózimo Tavares, diz que o ex-secretário de governo, Joaquim Almeida, esteve na Procuradoria da República, no Piauí, para prestar uma declaração a termo sobre denúncia de corrupção no Governo do Estado. Segundo a denúncia, feita ao advogado pelo secretário de Segurança, deputado Robert Rios, o esquema de corrupção envolveria o secretário de Educação, o deputado Hélio Isaías, o advogado Nelson Nery Costa e ele, Joaquim Almeida, além do próprio governador Wellington Dias.
As denúncias estariam relacionadas com a compra milionária de livros didáticos para a Secretaria de Educação, através de licitação fraudulenta. Conforme ainda o depoimento do advogado Joaquim Almeida na Procuradoria da República, o esquema teria sido descoberto pela Polícia Federal, em Recife, a partir de interceptação de ligações telefônicas. A Procuradoria da República no Piauí encaminhou o caso à Procuradoria Geral da República, em Brasília.
COMO TUDO COMEÇOU
Quinta-feira da semana passada, dia 14 de agosto, no Clube Recreativo Bom de Bola, freqüentado, no bairro Ilhotas, por empresários, políticos e profissionais liberais, o secretário de Segurança, Robert Rios, abordou o advogado Joaquim Almeida dizendo ter um “fuxico” para lhe contar. O advogado perguntou-lhe se o tal “fuxico” era do interesse dele, Joaquim. Robert disse que não só era de interesse dele, mas também do advogado Nélson Nery (sócio de Joaquim no escritório Almeida & Costa e chefe da Defensoria Pública do Estado), do Hélio Isaías (deputado do PTB e secretário do Trabalho e Empreendedorismo), do secretário de Educação e do próprio governador Wellington Dias.
Antes de falar do “fuxico”, conforme o depoimento, Robert teria se autoproclamado alterego de muita gente, vangloriando-se de saber até o que as pessoas pensavam. E relatou que, através de escutas telefônicas realizadas pela Polícia Federal, em Recife, sabia de um esquema montado para fraudar licitação milionária para compras de livros didáticos para a Secretaria de Educação do Piauí, envolvendo as autoridades já citadas.
O advogado Joaquim Almeida provocou Robert indagando se ele sustentaria a acusação em outro lugar. O secretário disse-lhe que repetiria o que dissera em qualquer canto e a qualquer hora.
No dia seguinte, o ex-secretário Joaquim Almeida dirigiu-se à Procuradoria da República no Piauí. Ele se encaminhou diretamente ao procurador-chefe, Kelston Lages, para prestar uma declaração a termo relatando os fatos e pedindo providências no sentido de apurar as acusações que lhe eram imputadas pelo secretário de Segurança. O advogado acusou Robert de montar esquema de “grampos” telefônicos para depois fazer chantagem.
FORO PRIVILEGIADO
Depois que o ex-secretário foi ouvido, Kelston Lages distribuiu o caso para o procurador da República Antônio Cavalcante de Oliveira Júnior. Este declinou da atribuição, justificando que se tratava de pessoas com foro privilegiado. O Ministério Público Federal, de 1º grau, não tem competência para investigá-las. Então, encaminhou o depoimento, de três páginas, para a chefia da Procuradoria-Geral da República, em Brasília, na segunda-feira passada, dia 18, com um despacho de uma página e meia, com um resumo da questão.
Eu procurei o advogado Joaquim Almeida ontem à tarde e este, por telefone, disse-me que não quer confusão com o secretário Robert Rios. Mas não aceita ser chamado de desonesto sem provas. Ele explicou que acredita que fez o que devia ao procurar o Ministério Público Federal e não quis acrescentar mais nada, além de sugerir que eu aguardasse o andamento do processo para fazer eventual divulgação.
E AGORA 'JOSÉ'?
O caso denunciado por Joaquim Almeida à Procuradoria da República é grave, gravíssimo, mesmo, e exige uma tomada enérgica de providências.Poucos, no Piauí, têm a autoridade de Robert Rios para falar de bandido e de polícia, seja pelo cargo que ocupa, seja pela experiência profissional que acumulou como delegado federal.
Em sendo verdadeiras as revelações atribuídas a Robert Rios , a estrutura de Governo no Piauí estaria corrompida a partir do Palácio de Karnak, com ramificações por suas entranhas. Seria, sem dúvida, um escândalo de proporções jamais vistas e de desfecho inimaginável, com desdobramentos na área criminal e no âmbito da improbidade administrativa.
Mas por que, como guardião da ordem, o secretário de Segurança não tratou da questão diretamente com o governador? Afinal, o governador é citado como envolvido ou apenas como interessado, já que tudo o que ocorre na administração estadual é do seu interesse e de sua responsabilidade? E por que, por dever de ofício, não tomou as providências cabíveis? E por que foi levar a questão justamente para Joaquim Almeida?
Em se comprovando que as acusações de Robert são apenas falácias, é hora de o secretário aprender que em mesa de bar se paga tanto pelo que se consome quanto pelo que se fala. Aí seria a hora de o governador tomar suas providências.

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