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quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Opinião: Cenários Eleitorais de 2008 a 2012

José Professor Pachêco – Advogado e Professor
Confirmadas as candidaturas de Teresina e das principais cidades do Estado e iniciada a cata de votos, já é possível vislumbrar cenários em projeção até 2012, com PT e PSDB polarizando as disputas eleitorais no Estado e na Capital.
Em primeiro lugar, torna-se evidente que Sílvio Mendes (PSDB), candidato à reeleição, é franco favorito na Capital, com possibilidades de liquidar a fatura, ainda no 1º turno. A decisão das chamadas “oposições” (PT, PMDB, PC do B, PDT e PSB) de saírem unidas em torno de Nazareno Fonteles (PT) fortalece essa possibilidade. Com várias candidaturas, articuladas taticamente, seriam maiores as “chances” de levarem a disputa para o 2º turno.
Em segundo lugar, cabe ressaltar que essa unidade do Karnak faz parte de um plano muito bem arquitetado pelo Governador W. Dias. Ele não quis correr riscos de estimular a divisão, temendo perder o controle dos seus, durante uma disputa eletrizante na Capital. O calor dos debates deixaria alguns mais vulneráveis; geraria ciúmes; abriria arestas e redundaria em constrangimentos públicos, que dificultariam a paz ao seu governo, podendo inviabilizar futuros acordos, inclusive eleitorais.
Ao costurar, com maestria, o “difícil” apoio de seus aliados ao petista Nazareno - não se enganem! - Wellington deve ter dado a Wilson Martins, a garantia de que será ele o candidato a governador, em 2010. Mais que isso: o governador está conformando mais estabilidade ao seu bloco. E nada foi de graça. Cite-se a criação recente de cargos na estrutura estatal e as composições celebradas nas principais cidades, a exemplo de Piripiri, onde o ex-deputado Simplício Mário (bancário, amigo do Governador) retirou sua tão sonhada candidatura em nome do insípido Dr. Pinto (do PDT); ou ainda em Altos, onde Marcelo Mascarenha, da denominada “Esquerda do PT”, tornou-se Vice na chapa do Dr. Fonseca (ex-prefeito pelo PFL, agora no PSB).
Com isso, W. Dias empurrou para a periferia as supostas pretensões de João Vicente Claudino, que ao optar por Sílvio na Capital, ficou excluído do jogo e ainda ver o Governador dirigindo os prefeitos de seu Partido (o PTB) pelo interior afora.
O cenário atual aponta que Wellington se afastará em 2010 para disputar uma das vagas do Senado e Wilson Martins (no comando da máquina) será o candidato do bloco governista à reeleição. Se eleito, W. Dias passará a ameaçar a estabilidade do PSDB na Capital, em 2012.
De seu lado, o PSDB já percebeu tudo e escalou o ex-prefeito Firmino (pasmem!) como candidato a Vereador. Assim, a cúpula tucana pretende tirá-lo do ostracismo, deixando-o numa espécie de “aquecimento” para disputar a sucessão de Sílvio Mendes. Vale lembrar que o PSDB costuma reeleger seus prefeitos com facilidade, mas corre riscos, sempre que precisa renovar, sendo favorecido pela ausência de adversários competitivos. Em 1996, quando Chico Gerardo não quis disputar a reeleição, os tucanos engalfinharam-se numa disputa interna entre Ubiraci Carvalho e João Alberto Monteiro, lançando, na última hora, Firmino Filho, sem nenhuma aceitação popular. Favoreceu-os outra briga interna, a do PT, que esvaziou a campanha do próprio Nazareno, depois de cassar o Diretório Municipal para impor W. Dias com seu Vice. No 2º turno Firmino enfrentou um Alberto Silva, que ainda carregava o desgaste de seu último governo. Nova crise, os tucanos reviveram em 2004, quando Sílvio teve que suar a camisa para chegar ao 2º turno e, aí, vencer com facilidade a inconsistente Adalgisa.
É esse cenário de crise que os tucanos querem evitar. Para isso, não basta eleger Firmino. É preciso que ele tenha votação recorde e consiga o apoio de Sílvio às suas pretensões. E mais: faz-se necessário que, até lá, não surja uma terceira força. O que, aliás, é bom também para os petistas e seus aliados.
Nesse particular, faz-se oportuno destacar que os debates eleitorais podem contribuir para surgimento de uma terceira força. Cabe, entretanto, aos candidatos da esquerda, especialmente a Alexis Leite (PSOL), a difícil tarefa de resgatar a consciência crítica de Teresina com um discurso contundente e propostas consistentes, que representem os movimentos populares de contestação e de reivindicação. Além disso, precisa ter a capacidade de: desmontar a candidatura de Nazareno – representante de dois governos (Wellington e Lula) - que não traduz diferenças programáticas, o que a torna desnecessária e inoportuna; e de apresentar-se como alternativa a Sílvio Mendes.

Um comentário:

  1. ALEXIS LEITE FEZ O SEGUINTE COMENTÁRIO:
    Li. Um grande exercício de conjuntura. Esclareço: "Cabe à frente ser capaz de criar a estratégia e o conjunto de táticas para que o seu representante possa fazer surgir uma terceira força. O Alexis é muito pequenininho para uma tarefa tão grande e pesada. O bichinho pode morrer se quiser levantar isso sózinho" Ficará melhor, acho.

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