Seja bem vindo(a) ao nosso blog!

domingo, 13 de julho de 2008

Hoje: 18 Anos do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente

Protestos marcam missa de sétimo dia do menino João Roberto
RIO - Protestos pela paz marcaram na manhã deste sábado o início da missa de sétimo dia do menino João Roberto Amorim Soares, de 3 anos, morto no último domingo na Tijuca por policiais militares . Por volta das 9h da manhã, familiares e amigos começaram a chegar na Catedral Metropolitana de São Sebastião, na Avenida Chile, no Centro, vestindo camisas brancas estampadas com a foto do menino. Com faixas pretas em sinal de luto, cerca de 20 taxistas, colegas de trabalho do pai de João, chegaram em carreata ao local. (Veja fotos cerimônia)
À pedido dos pais de João, a missa, celebrada por cerca de duas horas pelo padre Haroldo, foi realizada em local reservado. Ao final da cerimônia, a avó materna do menino desmaiou e precisou ser levada para a sacristia. Os pais de João Roberto, o taxista Paulo Roberto Amaral e a advogada Alessandra Soares, também precisaram ser amparados devido à forte comoção.
Cerca de 300 pessoas, entre familiares, amigos e famílias de outras vítimas da violência na cidade compareceram à homenagem. Os pais do jovem morto por um PM na saída da Boate Baronetti, em Ipanema, chegaram no final da missa, assim com as mães dos três rapazes da Morro da Providência que foram entregues a traficantes da Mineira por militares Exército.
O menino João Roberto voltava da casa de parentes, na Ilha do Governador, com a mãe e o irmão de 9 meses, Vinícius, quando o carro em que estava foi atingido por 17 tiros, disparados, segundo as investigações, por dois policiais militares. Os PMs perseguiam assaltantes e confundiram o veículo da família com o dos criminoso.
Orkut: 108 comunidades sobre morte de João
O tamanho da indignação com a morte de João e da solidariedade com a família do menino, pode ser medido no Orkut : há 108 comunidades com o nome da vítima, que reúnem pelo menos cem mil internautas, como informa reportagem publicada no jornal O Globo deste sábado (acesso à íntegra somente para assinantes) . Em apenas uma delas, são mais de 40 mil integrantes. A maioria das comunidades pede justiça e critica a atuação da Polícia Militar, relembrando outras crianças vítimas da violência na cidade.
Mãe depõe e confirma que não houve confronto
A mãe de João Roberto prestou depoimento nesta sexta à tarde ao delegado-titular da 19 DP, Walter Alves de Oliveira, e ratificou o conteúdo do laudo da perícia do ICCE feita em seu carro. A perícia constatou que não houve troca de tiros com bandidos . Ela também validou as imagens da fita de uma câmera de segurança mostrando os policiais fazendo disparos contra o carro. O resumo do depoimento comprova que houve falha operacional.
O diretor do IML, Jefferson Oliveira, disse nesta sexta que já acrescentou ao laudo da necropsia da criança os dados dos exames de radiologia do Hospital Copa D'Or. Ele requisitou os dados após saber que os exames indicaram a presença de um fragamento de bala, de pouco mais de um centímentro, na parte frontal da cabeça do menino. O laudo do IML será entregue na segunda-feira à delegacia.
Segundo o diretor , o pedaço de projétil relatado pelo Copa D'Or tem na verdade seis milímetros. O tamanho, explicou, pode ter parecido maior porque numa radiografia de alta dimensão ou numa tomografia qualquer partícula é aumentada.
Nesta sexta, Sueny Kellen Oliveira da Silva, de 13 anos, cega de nascença, pôde ver pela primeira vez o rosto de sua mãe, depois de receber uma córnea de João Roberto. Sueny teve alta do Hospital dos Servidores do Estado.
Cabral diz que episódio arranhou sua alma
O governador Sérgio Cabral disse nesta sexta, em entrevista ao blog Radio do Moreno, no Globo Online, que a sua política de enfrentamento será mantida, mesmo após a morte de João Roberto. Segundo ele, a luta contra a criminalidade gera muito estresse. Ao ser perguntado se adversário políticos fariam uso eleitoreiro da morte do menino, Cabral foi enfático:
- Primeiro, eu quero dizer que esse episódio arranhou a minha alma, o meu coração como cidadão, como pai. Qualquer pessoa que tente fazer uma ilação, e eu sei que tentam, da minha política de governo, na área de segurança, com esse episódio, eu só posso classificar como uma cretinice. Isso é algo absolutamente tão cretino que eu... Eu confio no bom senso da população.
Laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), divulgado nesta quinta-feira, revela a cadeirinha do irmão do menino João Roberto Soares, morto na Tijuca, Vinicius, de apenas 9 meses, chegou a ser atingida por fragmentos de um projétil , mas o bebê não se feriu.
A Polícia Militar informou que já concluiu a sindicância interna sobre a conduta dos PMs no dia do crime, conforme reportagem exibida nesta sexta-feira no telejornal RJTV 1ª edição, da TV Globo. O resultado está na delegacia, mas ainda não foi divulgado.
Os dois policiais militares responsáveis pelos disparos, que permanecem presos, no entanto, mantêm a versão de que houve troca de tiros com os bandidos. Eles não quiseram prestar novo depoimento, e disseram que só voltam a falar em juízo. (Avós de menino participam de protesto por paz)
A mãe do menino afirmou que não aceita as desculpas das autoridades pelos erros que causaram a morte de seu filho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário