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segunda-feira, 28 de julho de 2008

A POLÊMICA HGV X HUT: "QUEM É QUE VAI PAGAR POR ISSO?"

A aposentada Raimunda Pereira da Luz, de 80 anos não foi atendida no Pronto Socorro do Hospital Getúlio Vargas onde foi levada pela nora Maria das Graças Alves com pressão arterial alta de 18 por 11 e nem encaminhada para o Hospital Dr Zenon Rocha.
Maria das Graças Alves disse que Raimunda Pereira da Luz está em Teresina para fazer vários exames em tratamento médico, e quando foi fazer o exame sanguineo no HEMOPI pasosu mal por causa da pressão arterial alta e não concluiu o procedimento.
Os médicos do HGV disseram que não podiam atendê-la porque o estabelecimento hospitalar ja estava sendo fechado.
"Isso é um desrespeito que estou levando minha sogra para um hospital particular porque eu não tenho dinnheiro, mas tenho cartão de crédito e vou pagar a consulta"Declarou Maria das Graças.
HGV e HZR selecionam pacientes que serão atendidos em suas unidades
Acesseíauí

Os Hospitais Getúlio Vargas (HGV) e Zenon Rocha (HZR) montaram equipes de triagem para selecionar os pacientes que serão recebidos e atendidos em suas unidades de pronto-socorro. A atitude faz parte do cronograma de transição entre os hospitais. A partir desta segunda-feira (28), por determinação do governador Wellington Dias, o HGV deixou de ser porta-entrada para os casos de urgência e emergência que chegam a Teresina.

A orientação entre as equipes médicas que atuam no HGV, é que devem ser recebidos no pronto-socorro apenas os casos de pacientes referenciados pelo SAMU e com traumas de alta-complexidade, politraumatismos, ferimentos por arma branca e de fogo. Já o HZR está apto a receber todos os casos clínicos e de queimados.
Na manhã de hoje, apenas dois pacientes foram encaminhados do Zenon Rocha para o HGV, por apresentarem traumas ósseos. O aposentado Elias de Moura Fé, 66 anos, foi um deles. Seu Elias sofreu uma queda e fraturou o crânio. Sem voz e mobilidade na parte esquerda do corpo, ele e a esposa, dona Carmélia Moura, procuraram imediatamente o Hospital Zenon Rocha. Lá, o aposentado passou pela triagem e foi conduzido para o HGV.
Aflita, dona Carmélia perguntou ao diretor do pronto-socorro, Aderivaldo Andrade, se o caso de seu Elias poderia ser tratado no HGV e ouviu do médico uma resposta afirmativa.
Até as 09h30, aproximadamente 60 pacientes registraram entrada no pronto-socorro do HGV. Nesse mesmo período, o HZR já havia realizado seis atendimentos clínicos e uma cirurgia. De acordo com a assessoria de comunicação do Zenon Rocha, as ambulâncias que vêm do interior do Piauí e de estados vizinhos também já estão seguindo as novas orientações e levando os doentes diretamente para o hospital.
João Orlando vai mandar pacientes voltarem para o Getúlio Vargas
Acessepiauí
O presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), João Orlando, disse no final da tarde deste domingo (27), que o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) vai virar uma praça de guerra se o pronto-socorro do HGV realmente fechar amanhã. Ele condenou a nota divulgada pelo Governo do Estado, mesmo tendo conversado com o governador Wellington Dias (PT) e, a princípio, acertado a polêmica.
“Não temos condições de receber este pessoal. Nem gente na recepção para atender este povo nós temos”, disse Orlando. O médico disparou contra o governo ao afirmar que o acordo com a prefeitura foi atropelado. João Orlando ressaltou que se morrer gente esta segunda-feira, a FMS não vai se responsabilizar.
“A transferência é para ser feita de forma gradativa. Pelo ritmo que estava até o fim de agosto tudo estaria resolvido e sem trauma”, afirmou.
João Orlando disse ainda, que até a presente data nenhum servidor do HGV foi transferido para o HUT. Mais de 500 estavam na lista para trabalharem no hospital. “Simplesmente nada, ninguém foi transferido”, informou.
A reportagem do Acessepiauí tentou falar com o secretário de Saúde, Assis Carvalho, mas ele se encontra no interior do Piauí e não respondeu aos telefonemas. A decisão de fechar o pronto-socorro do HGV foi anunciada pelo governador Wellington Dias na quarta-feira.
TRANSIÇÃO DO HGV PARA O ZENON ROCHA TEM REFORÇO POLICIAL
J. Meio Norte
Tem até reforço policial no primeiro dia de intensificação na mudança das atividades do pronto-socorro do Hospital getúlio Vargas (HGV) para o Hospital Zenon Rocha (HZR). O reforço foi solicitado pela Fundação Municipal de Saúde (FMS) para o HZR, temendo tumulto diante da possibilidade de um volume de paciente muito acima da capacidade atual de atendimento do hospital de urgência.

O presidente da FMS, João Orlando Gonçalves, informou que funcionarão a partir de hoje dois Centros de Triagem para pacientes que precisam de atendimento médico de urgência e emergência – um no Zenon Rocha e outro no Pronto-Socorro do HGV.

Ele orientou que os hospitais dos municípios do interior do Piauí e de outros Estados na região Meio Norte enviem os pacientes para o Pronto-Socorro do HGV até a transferência definitiva de pessoal para o Hospital Dr. Zenon Rocha.
João Orlando foi comunicado de que a Secretaria Estadual de Saúde estava orientando os hospitais do interior do Piauí para que enviassem os pacientes diretamente para o HZR. Ele ficou preocupado com essa orientação porque vai de encontro com o acordo fechado na quinta-feira com o governador Wellington Dias, que definiu o funcionamento de duas Comissões de Classificação de Risco no Pronto-Socorro e do HZR.
Por isso, João Orlando ficou preocupado também com anúncios da TV do Governo do Estado orientando que os casos de urgência e emergência sejam levados para o Hospital Dr. Zenon Rocha. João Orlando Gonçalves disse que solicitou o reforço policial para o Hospital Dr. Zenon Rocha, além do reforço de médicos, auxiliares e atendentes de enfermagem.
“Vai ser o caos. Não temos pessoal para fazer o atendimento de todos de um dia para o outro. Por isso, é preciso lembrar que o Pronto-Socorro do Hospital Getúlio Vargas vai continuar atendendo e fazendo a triagem”, declarou João Orlando.
Segundo ele, o Hospital Dr. Zenon Rocha precisa de 28 clínicos e atualmente trabalham apenas oito profissionais do município e o Pronto-Socorro do Hospital Getúlio Vargas vai enviar oito clínicos gerais a partir de hoje. Ficam 16, a metade do que o Pronto-Socorro do HGV realmente necessita.
O HZR precisa de 21 a 28 cirurgiões, mas tem oito deles e o Pronto-Socorro do HGV vai enviar três, que somam 11, uma equipe ainda insuficiente para atender plenamente a demanda do Pronto-Socorro Municipal.
“Por essas razões ainda não temos condições de atender todo mundo. Os pacientes têm agora dois hospitais abertos para o atendimento de emergência”, falou o presidente da Fundação Municipal de Saúde.
Falou que não tem sentido o Pronto-Socorro do Hospital Getúlio Vargas receber um paciente em estado grave e enviar para que um Centro de Triagem no HZR examine e envie-o novamente de volta para o HGV, correndo o risco de morte e outras conseqüências. “Essa transferência tem que ser feita de forma tranqüila, calma e paulatinamente”, falou João Orlando.
JOÃO ORLANDO DIZ QUE GOVERNO COMETEU LOUCURA EM NOTA
J. Diário do Povo
“Aquilo foi uma loucura, em apertada síntese. Do jeito que fora comunicado, todos os atendimentos de urgência e emergência seriam de responsabilidade do Hospital de Urgência de Teresina. Foi criada uma angústia na população, pela maneira como colocaram que o HGV iria fechar. A nota deveria ter falado a respeito das diferenças nos atendimento dos dois hospitais e não avisar que absolutamente todos os casos deveriam ir para o HUT”, afirmou João Orlando, presidente da FMS (Fundação Municipal de Saúde).
Em entrevista ao Diário do Povo João Orlando, criticou severamente a nota do Governo do Estado que comunicava à população sobre a transferência do Pronto Socorro do Hospital Getúlio Vargas para o Hospital de Urgência de Teresina Dr. Zenon Rocha. De acordo com João Orlando o comunicado do Governo gerou grande confusão e prejudicou o entendimento da população.
O Presidente da FMS reclama que, em reunião com o governador Wellington Dias, na quinta-feira, 24, na presença de representantes do Ministério Público, da Assembléia Legislativa, o processo de transferência do pronto socorro nos atendimentos de menor complexidade se daria de forma didática e paulatina.
“Nós nos espantamos com o comunicado, liguei para algumas pessoas nos bairros para saber como elas haviam entendido o que o governo disse. Todas elas entenderam que o HUT iria receber todos os casos, indefinidamente, foi um erro”, acrescenta.
A nota televisiva do Governo do Estado foi retificada na tarde de sábado, sendo que desta vez o comunicado fora alterado e as atribuições do Getúlio Vargas definidas. Na nova nota o governo acrescenta que “O pronto socorro do HGV só receberá novos pacientes de urgência que tenham traumas graves, como: ferimento por arma branca e de fogo, acidente no trânsito e quedas com fraturas politraumáticas”. A nota anterior além de não fazer essas referências colocava o Samu e o HUT como os responsáveis por encaminhar a população ao Getúlio Vargas.
“Nós vamos atender a população nas pequenas cirurgias e na questão ambulatorial”. Explica o presidente que afirma que os acidentes graves, e as cirurgias complexas, são todas da alçada do HGV e o próprio Serviço de Atendimento Móvel de Urgência há mais de uma semana já faz essa triagem e está preparado para decidir que hospital encaminhará o paciente.
COM HGV FECHADO GOVERNO QUER R$ 20 MI
A medida tomada pelo do Governador Wellington Dias de fechar o pronto-socorro do Hospital Getúlio Vargas (HGV) tem várias razões; garantir o funcionamento do Hospital de Urgência Dr. Zenon Rocha (HZR), forçar uma solução a greve dos médicos e funcionários que não querem ir apara o HZR e evitar a perda de R$ 20 milhões destinados ao HGV. Os recursos são para reforma e ampliação do hospital. Wellington Dias disse que o HGV tinha virado um campo de guerra, que tinha macas espalhadas pelo corredor e pelo pátio, porque o hospital tem capacidade para atender 90 pacientes, mas estava com 220.
Wellington Dias foi informado pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que teria problemas para liberar recursos para o HGV e que estava com os recursos liberados para o HZR, mas que não estava funcionando. As obras de reforma e ampliação do HGV foram adiadas.
Segundo o Governador, a partir de onze de agosto o pronto-socorro do HGV não atenderá mais nenhum paciente, a não ser depois de uma triagem feito no HZR e que tenha traumatismo de alta complexidade. A partir de segunda-feira, o pronto-socorro do HGV não atenderá mais pacientes sem recomendação do HZR, e a partir de agosto não atenderá mais de forma nenhuma.
"Não temos porque sobrecarregar o HGV por uma atividade que não era função dele, principalmente quando se tem um hospital feito especialmente para isso. Estamos transferindo os pacientes para o Hospital de Urgência de Teresina", assinalou Wellington Dias, no Palácio de Karnak, durante a solenidade de comemoração dos resultados do trabalho feito para combater a dengue no Estado. O Governador reclamou que a população continua sem atendimento.
"Chega dessa história. É uma questão humana. Qualquer um que chegue ao HGV está entrando num campo de guerra. Se não tivesse uma solução, poderia até não reclamar, mas a solução está aqui, no HUT", assegurou.
Segundo Wellington, os cronogramas que foram elaborados para os dois hospitais foram extrapolados, o que o forçou a tomar uma decisão. "Tivemos que fazer isso para salvar vidas. Não cabe mais ninguém no HGV", acrescentou.
"O Estado cumpriu tudo. Não dá mais. Estamos brincando com vidas humanas. Não vamos permitir isso. Entregamos uma obra essencial para o Piauí. Foi feito um hospital com 300 leitos e 25 UTIs", disse o Governador completando que Teresina tem um hospital com estrutura pronta e recebendo dinheiro. "O ministro Temporão disse que há dois meses vem mandando dinheiro", finalizou. (LC)
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