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domingo, 27 de julho de 2008

Mais de 66% dos estudantes não sabem conceituar as drogas

Com o propósito de continuar os estudos relacionados ao tabagismo, o professor mestre em Fisiologia pela Universidade Federal do Piauí, Francisco Teixeira Andrade, executou, com a colaboração dos estudantes da disciplina de Fisiologia dos cursos de Nutrição e Enfermagem e Educação Física, um trabalho junto a estudantes de ensino fundamental e médio, com o objetivo de colher e reavaliar dados sobre drogadição e seus correlatos.

Uma das questões indagava sobre a capacidade dos estudantes de conceituarem dependência de drogas. O resultado demonstrou que 33,98% dos pesquisados se disseram incapazes de conceituar. Dos 1.195 (66,02%) estudantes que se afirmaram capazes de conceituar a dependência às drogas, 1.109 escreveram um conceito, mas apenas um dos conceitos emitidos respondia com perfeição a questão formulada.
Entre as questões colocadas para pais e professores uma delas estava em reconhecer o álcool e fumo como drogas psicotrópicas. Menos de 40% dos pais entrevistados reconheceram estas drogas como danosas e tal resultado também foi encontrado entre os educadores, onde menos de 37% dos entrevistados reconhecem o fumo e álcool como drogas psicotrópicas.
A pesquisa conclui que o conjunto de respostas fornecidas pelos entrevistados confirma as carências e necessidades de informações, algo que foi reconhecido por 90% dos pais e professores entrevistados, de melhoria nos conhecimentos, em especial para estes dois grupos de agentes socializadores (pais e professores) pela oportunidade que têm de interagir com seres humanos em sua infância e adolescência, ou seja, em momentos críticos do desenvolvimento integral e de alta vulnerabilidade, sobretudo do sistema nervoso, para o processo de instalação de distúrbios de comportamento a exemplo da drogadição.
"O problema é tão mais complexo do que se possa imaginar de forma que as medidas mais eficientes passam pela educação, ou seja, por valores que deveriam ser repassados pela família, escola e sociedade", disse o professor Francisco Teixeira.
A pesquisa "Conhecimento e Uso de Drogas por Estudantes, Professores e Não Professores" foi aplicada em 45 escolas da rede pública e privada de 28 bairros de Teresina, durante o ano passado. A pesquisa, envolvendo pais e educadores, foi realizada entre os meses de abril e maio, em residências e escolas também da rede pública e privada, tendo participado um total de 901 pessoas, sendo 442 professores, 15 pedagogos e 444 adultos (pais ou mães). O trabalho envolveu 1.810 estudantes de ambos os sexos com uma média de idade de 16 anos, que responderam a um questionário anônimo e de auto-preenchimento baseado em outros já aplicados pelo Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas.

Medidas de controle do uso de drogas:

1. Levantar anualmente apenas o dado relativo a prevalência de experimentação das drogas, assim que for implantado algum programa de controle por entidades envolvidas com a causa; 2. Tornar o tema SPA (Substâncias Psicotrópicas Adicto-gênicas) e Drogadição disciplina obrigatória de todas as licenciaturas e cursos similares (algo previsto nos Parâmetros Curriculares Nacionais); 3. Oferecer nas modalidades presencial ou ensino à distância cursos de capacitação para professores da ativa, pais e outros interessados; 4. Tornar obrigatória a capacitação de agentes do Programa Saúde da Família e de equipes hospitalares; 5. Viabilizar tecnicamente a abordagem dos temas colocados acima, por pessoas devidamente qualificadas em ambientes de convivência social; 6. Adequar as escolas no sentido de que se tornem prazerosas em si e permanentes oferecedores do máximo de opções estimulantes às suas crianças e adolescentes. Escolas que além de seus atributos básicos, tenham reais possibilidades de promover o desenvolvimento esportivo e/ou artístico e disponibilizar opções saudáveis de lazer ao estudante e comunidade que lhe freqüenta.

Tabagismo causa 55% das mortespor acidente vascular cerebralA Organização Mundial de Saúde considera o tabagismo um dos mais sérios problemas de saúde pública do planeta. São cerca de 4 milhões de mortes precoces por ano em todo mundo, sendo que 100 mil delas só no Brasil, por causas associadas ao uso dos derivados do tabaco em suas mais diversas formas. O tabagismo causa mais mortes prematuras do que: AIDS, cocaína, heroína, álcool, incêndios, acidentes de trânsito e suicídios.

Os dados dão conta de que 90% das mortes por câncer de pulmão e 30% das mortes por outros cânceres estão relacionados ao uso do tabaco. Ainda 84% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica e 55% das mortes por acidente vascular cerebral (AVC) têm relação direta com o tabagismo.

O cigarro agrega um conjunto de 6 mil substâncias tóxicas, sendo que 4.720 já são identificadas e dentre essas existem inúmeras substâncias capazes de prejudicar o organismo por inteiro, a curto, médio e longo prazo.

De acordo com o médico e professor mestre em Fisiologia da Universidade Federal do Piauí, Francisco Teixeira Andrade, a curto e até a médio prazo os danos provocados pelo uso do tabaco são quase imperceptíveis, ou seja, a pessoa somente dá conta dos problemas somente a longo prazo. "Então para um jovem que tenha começado a fumar há poucos meses ou há poucos anos, praticamente ele não vai manifestar nenhuma conseqüência dos danos que ele já tem, porque o organismo tem reservas", disse o médico.

Ele explica, por exemplo, o fato de que o sistema cardiovas-cular em repouso trabalha com uma parte da sua potencialidade e esta parte corresponde a aproximadamente 20% de sua total potencialidade. "Desta forma, a princípio, a utilização desta potencialidade é muito pequena e quando o indivíduo começa a sofrer danos ele passa a usar mais suas reservas e como ele tem uma grande reserva muitas vezes ele praticamente não percebe que houve algum dano e só vai perceber quando a doença já vem de longo prazo", explicou.

Desta forma um adulto que fuma há 10 ou 20 anos, do ponto de vista sintomatológico ele se sente bem, saudável, mas caso ele seja submetido a uma bateria de exames, especialmente na área cardiovascular e respiratória, será percebido o que ele não percebe, ou seja, que danos severos já foram causados no organismo.

"Os danos acabam sendo mascarados por estas reservas orgânicas que o individuo detém e só irão se manifestar mais profundamente a longo prazo e deverão se manifestar na área cardíaca por uma angina de peito, que é uma dor na região do coração quando algum esforço é feito", disse Francisco Teixeira.

Outros problemas como dificuldades na ereção, na realização de atividades físicas e até mesmo para locomoção, podem culminar na obstrução e entupimento dos vasos, chegando até mesmo a necessidade de amputação.

Tabagismo e colesterol causam doenças do coração
A nicotina, um dos itens presentes no cigarro, proporciona a diminuição de circulação de sangue no nosso corpo, deixando o nosso coração mais frágil. O risco de um ataque cardíaco em um fumante é duas vezes maior do que em um não-fumante. Os fumantes passivos também estão expostos a um maior risco de doenças cardiovasculares.
Há evidências de que o tabaco aumenta os níveis de LDL (mau colesterol) e reduz o HDL (bom colesterol), acelerando o aparecimento de arteriosclerose. Ou seja, o fumo também é responsável direto pelo acúmulo de gordura nas paredes das artérias coronárias, além de afetar o coração e os vasos sangüíneos. Quando a pessoa já é propensa a produzir taxas altas de colesterol, o tabagismo eleva ainda mais os riscos de doenças do coração.

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