A mensagem de mudança de Barack Obama
ecoou mundo afora em explosões de alegria e de esperança.
Manifestações de apoio ao novo presidente americano chegam de todos os continentes. Da África do Sul veio uma das mais belas, do líder Nelson Mandela. Diz ele: "a vitória demonstrou que nenhuma pessoa, em nenhum lugar do mundo, deve ser impedida de sonhar para transformar o mundo num lugar melhor".
Um daqueles momentos em que sentimos que a história está sendo escrita diante dos nossos olhos, que somos parte dela. Guardar o documento impresso do dia em que um negro subiu ao posto mais alto do mundo e espalhou uma sensação de esperança pelo planeta, talvez seja a maneira de manter isso por mais tempo. Daí a fila para comprar a edição histórica do “Washington post”. “Um jornal é uma forma de lembrar. Vou fazer um quadro e botar na parede”, diz o homem, carregando na capa a manchete: “De novo aclamada, a nação dos sonhos”.
No Museu da Notícia, as edições de ontem já foram expostas. Mesmo os tablóides ingleses captaram a importância do momento - um grande salto para a humanidade.
Salto que muitos americanos comparam com a libertação dos escravos, ao escolher o Memorial de Lincoln - o mesmo de onde Martin Luther King fez o memorável discurso "eu tenho um sonho" - para fazer um grande painel, com as assinaturas e mensagens do povo.
Enquanto as mães quenianas tentam guardar o momento já batizando seus filhos recém-nascidos com o nome de Barack, as meninas, Michelle, esperando que o futuro traga a eles também coisas antes nem sonhadas no continente negro.
A obamania varre também a Europa: 84% dos franceses se declararam felizes com a eleição de Obama, em pesquisa. Mas os jornais franceses, ingleses, espanhóis já destacam na capa as questões práticas que seguem a euforia da vitória. Como ele vai governar? E com quem?
“Ele pode trazer esperança, mas não vai estancar o ódio do mundo pela América”, prevê um comentarista do ‘Times’ londrino.
É que passado o primeiro momento, a Europa quer esperar para ver como serão os próximos anos de relacionamento com os Estados Unidos.
O sentimento ontem em Bruxelas, sede da União Européia, foi descrito por um jornal francês como de grande alívio, por finalmente se livrar de George Bush. Foram oito anos mais que difíceis. Bush contrariou os interesses europeus na questão do clima, afrontou os valores ocidentais com os maus tratos a prisioneiros na prisão de Guantánamo, o governo dele mentiu para invadir o Iraque. E finalmente, permitiu a quebra do Lehman Brothers, tido como episódio que mergulhou o mundo nessa crise financeira.
Barack Obama entrou para a história ao ser eleito. Mas como ele vai aparecer nos livros? Esse capítulo, ele mesmo vai escrever. A partir de hoje.
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