A crise econômica e a instabilidade do dólar pedem cautela aos consumidores que desejam fazer compras financiadas até o final do ano. Se os crediários não puderem ser evitados, os economistas recomendam que o consumidor dê uma entrada correspondente a 50% do valor do bem, para evitar parcelamentos duradouros.
"O ideal é que se espere até 2009, para ver como o mercado reage. Caso contrário, o consumidor deve pagar uma entrada maior e financiar o restante da compra", disse o economista Valmir Falcão.
Ele explica que o consumo é quem define o sistema capitalista e que, ultimamente, o Governo Federal está preocupado com a desaceleração deste consumo, a exemplo do que ocorreu em setembro e outubro passados. "O consumidor fica receoso em comprar e o Governo começa a enviar pacotes de créditos para que a crise não repercuta nas vendas", diz. O primeiro pacote, explica Valmir, foi liberado aos bancos e em seguida foi a vez das montadoras de veículos serem contempladas. Só para as montadoras foram liberados R$ 4 bilhões recentemente.
"Para 'desovar' os veículos em estoque, as montadoras estão ampliando os prazos e baixando os juros. Os juros são variáveis e vale a pena pesquisar antes de adquirir um carro novo", diz. Apesar da "ajuda" do Governo, o economista diz que não houve uma queda significativa na taxa de juros e que, por enquanto, o consumidor não pode comemorar.
Quem deseja viajar até o final do ano, também deve repensar seus planos, principalmente se o destino for um país onde o dólar é a principal moeda. "O dólar está muito instável no momento e, por conta disto, já houve uma retração nas vendas de pacotes de viagens internacionais", completou. Na semana passada, o dólar fechou com alta de 5% e, até ontem, a moeda valia R$ 2,275.
As mesmas recomendações também são válidas para a compra de eletrodomésticos. A diferença de preços entre a compra à vista e parcelada deve ser levada em consideração nesta hora. "As grandes lojas estão investindo cada vez mais em publicidade e para elas a crise ainda não teve repercussão nas vendas. O mesmo não acontece com as lojas menores, que têm dificuldade na abertura de crédito. Na dúvida, a melhor opção ainda é comprar à vista ou pagar mais na entrada", conclui Valmir Falcão.
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