Após Assembleia, grevistas protestaram no centro de Teresina
e ocuparam a sede da Secretaria Municipal de Educação
Em greve há mais de dois
meses, reivindicando o cumprimento da Lei Federal nº 11.738/2008, que estabelece
o PISO SALARIAL E A JORNADA DE TRABALHO do pessoal do magistério público, professores(as)
municipais de Teresina reuniram-se em assembleia e saíram em passeata pelas
principais ruas do centro da cidade, nessa sexta feira (13/04), fazendo
discursos inflamados e gritando palavras de ordem contra a postura dos gestores
municipais que se negam a negociar a pauta de reivindicações da categoria.
Em pleno horário de almoço,
os manifestantes conseguiram parar o trânsito numa das principais vias de
acesso aos diversos bairros da capital piauiense - avenida Frei Serafim -, realizando uma forte queima de pneus.
Em seguida, na tentativa
de provocar a abertura do canal de negociações
com a Prefeitura de Teresina, os(as) grevistas dirigiram-se à sede da SEMEC, sendo recebidos por policiais militares que trancaram os portões de acesso à secretaria, causando indignação e revolta nos professores(as) que, em protesto, pularam as grades de proteção e entraram no prédio.
Quando a professora Janete Freitas subiu as escadas para fazer registros fotográficos, do andar superior do prédio, os policiais militares formaram uma barreira e a empurraram, na tentativa de impedi-la. Essa atitude por parte dos policiais acirrou os ânimos dos manifestantes, que reagiram em defesa da colega, gerando tumulto, confusão, empurra-empurra e chutes.
Finalmente, por volta das 13 horas, os(as) professores(as) conseguiram romper o bloqueio policial, entrar nas dependências da SEMEC e ocupar o gabinete do
secretário Paulo Machado, onde permaneceram até o início da noite de sábado(14).
Cerca de 20 professores(as) permaneceram acampados na sede da SEMEC, por mais de 30 horas, recebendo apoio, solidariedade e alimentação da categoria e de representantes de diversos movimentos sociais.
Durante todo o sábado, foram feitas várias tentativas de negociação para a desocupação do prédio, todas elas coordenadas pelos Coronéis Lídio Rodrigues de Sousa Filho
(Chefe do gabinete Militar do Prefeito) e Júlia Beatriz Pires de Almeida
(Chefe do Departamento de Gerenciamento de Crises e Direitos Humanos da Polícia Militar).
Após várias reuniões,
finalmente, as partes envolvidas conseguiram celebrar o entendimento mediante a assinatura de um TERMO DE COMPROMISSO, garantindo a realização de uma audiência com a participação
do Prefeito de Teresina, representantes dos(as) professores(as), da OAB-PI e dos
Ministérios Públicos Estadual e Federal.
Conforme o Termo assinado, a audiência deverá
acontecer na próxima segunda feira (à tarde) ou na terça feira (pela manhã), no Palácio da Cidade.
Após a assinatura do documento, os grevistas se reuniram para os acertos finais e, em seguida, deixaram o prédio sem causar qualquer dano ao patrimônio público.
Coronel Júlia Beatriz |
É importante registrar que, apesar de a greve da educação municipal já durar quase 70 dias, somente agora, após a radicalização do movimento, é que o Prefeito Elmano Férrer se dispôs a conversar com os(as) grevistas.
Em NOTA os manifestantes disseram que a necessidade de buscar a abertura do canal de negociações com a PMT os obrigou
a acampar e a ocupar a sede da SEMEC.
A pauta de reivindicações da categoria é composta por 24 pontos, dentre os quais, está o
cumprimento da Lei Federal nº 11.738/2008, que trata do Piso Salarial e do Horário Pedagógico
dos(as) profissionais do magistério.
Veja, na íntegra, o documento assinado pelos representantes da PMT e da PM:
TERMO DE COMPROMISSO DE REUNIÃO DE NEGOCIAÇÃO DA PAUTA DE REIVINDICAÇÕES DOS SERVIDORES DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL DE TERESINA – PI, QUE ENTRE EM SI CELEBRAM OS SERVIDORES E OS NEGOCIADORES DA POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ.
Os servidores da educação do município de Teresina, em greve desde 06.02.2012, diante do não atendimento das reivindicações apresentadas formalmente à Administração Municipal, em especial, da Lei nº 11.738/2008, que dispõe acerca do Piso Salarial Profissional do Magistério e da reserva de, no mínimo, 1/3 (um terço) da carga horária para atividades extraclasse, reunidos com os Coronéis da Polícia Militar do Piauí, Lídio Rodrigues de Sousa Filho (Chefe do Gabinete Militar do Prefeito) e Julia Beatriz Pires de Almeida (Departamento de Gerenciamento de Crises e Direitos Humanos da Polícia Militar), na Secretaria de Municipal de Educação de Teresina, onde se encontram acampados desde 13.04.2012, resolvem firmar o seguinte Termo de Compromisso:
01. Os coronéis da PM, signatários deste documento, garantem a realização de uma reunião de representantes dos servidores com o Prefeito Municipal, Elmano Férrer, objetivando a discussão da Pauta de Reivindicações que motiva a Greve, devendo ocorrer a referida reunião na próxima segunda-feira (14.04.2012), à tarde, ou na terça-feira (15.04.2012), pela manhã.
02. Os servidores suspendem a ocupação, retirando-se das dependências do prédio, mediante entrega do mesmo às autoridades policiais.
03. Além Prefeito com sua equipe e dos representantes dos servidores, deverão participar da referida reunião, representantes do Ministério Público Estadual, do Ministério Público Federal (Procuradoria da Repúlica) e da OAB – PI, que serão contatados pelos servidores.
04. A Tenente-Coronel PM, Júlia, compromete-se em acompanhar a servidora Osmarina Moura, agredida fisicamente, quando do acesso à Sede da SEMEC no dia de ontem (13.04.2012), por um Policial, em visita à Corregedoria da Polícia Militar para formular denúncia contra o policial agressor.
Teresina – PI, 14 de abril de 2012
José Professor Pachêco |
COMENTÁRIO - JOSÉ PROFESSOR PACHÊCO:
Acerca dessa
ocupação da SEMEC, vale registrar o seguinte:
1) O grupo
majoritário da direção do SINDSERM (ligado ao PSTU), representado pelo presidente (Francisco
Sinésio), posicionou-se contrário à ocupação, defendendo a retirada imediata do
local, sob a alegação de que o objetivo já tinha sido alcançado (sair na
imprensa);
2) Derrotados, pela tese da permanência no local, visando a
abertura de um canal de negociação, esses diretores abandonaram literalmente o
acampamento, deixando as pessoas, que ali se encontravam acampadas, entregues à própria sorte;
3) No sábado pela manhã, os ocupantes tiveram que fazer
"vaquinha" para comprar o café da manhã, substituída depois pelo Cartão de Crédito da Osmarina Lopes e pela solidariedade de
várias pessoas (Lourdes Leite, Amélia Nunes, Aldir Nunes e outros);
4) A Tesoureira do Sindicato (que possui Licença Classista) somente
apareceu às 9h15min, perguntando quantas pessoas iriam almoçar;
5) A cúpula do Sindicato (Sinésio, Gervásio e outros), que
segundo informação se encontrava numa reunião do Partido, compareceu somente ao
meio dia, quando a PM já estava no local para negociar a desocupação.
Apesar do boicote, a ocupação foi mantida para persistir na defesa dos
interesses da categoria. E uma coisa é certa: já vi muita canalhice no
movimento sindical, mas igual ao que ocorre atualmente no SINDSERM, é inédito.
A categoria precisa ser mais exigente e não se deixar levar pelas manobras e
pelos interesses espúrios de alguns.
Alguns dos diretores do SINDSERM tem que cair na real e perceber que para a categoria é quem perde com picuinhas,briguinhas e discursos recheados de falsidade !!! O bom senso pede que os objetivos da categoria prevaleça diante das vaidades pessoais e da falta de humildade !! Se objetivos da categoria fossem realmente prioridade,não existiam esses boicotes a determinados colegas ,que apesar das divergências político-partidárias todos reconhecem o valor !!! Chega de falso discursos e briguinhas,deixem as divergências pra época da eleição !!! Eis um dos motivos de muitos colegas sequer aparecem nas assembleias !!!
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