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segunda-feira, 2 de abril de 2012

AUTISMO: ABAIXO O PRECONCEITO!


TENHO UM NETINHO DE 5 ANOS QUE TEM AUTISMO E GOSTARIA QUE VOCÊS, AMIGOS E AMIGAS DO FACE, DIVULGASSEM ESSE DESABAFO DO MEU FILHO (PAI DO GABRIEL) QUE RELATA UM TAMANHO PRECONCEITO PARA COM MEU NETINHO LINDO :
Autismo quando acabará o preconceito?
Eu sou pai de criança com o diagnostico de autismo e como muito pais de crianças portadoras de deficiência físico-motora, déficit de atenção, hiperativos, distúrbios de comportamento entre outras, sofro com a dificuldade de aceitação do meu filho em de Instituições de Ensino, clubes recreativos, academias, espaços públicos etc. O que estou escrevendo aqui não é um pedido de piedade, mas um desabafo por ver em tantos lugares não cumprirem do direito legal que meu filho e outras crianças portadoras de alguma deficiência têm em usufruir de um ensino de qualidade, da pratica esportiva, de interação social, e demais necessidades que estas crianças, adolescentes, adultos e idosos têm para terem uma vida digna. 
No ultimo dia 06 de março de 2012, eu fui convidado a retirar meu filho de 05 anos da natação da AABB, pelo professor Manoel, por meu filho ser portador de autismo, o clube não teria condições de trabalhar com ele. Ele já estava matriculado desde dezembro de 2011, nunca me ausentei da piscina, sempre o acompanhando. Quando o matriculamos, eu e minha esposa, não visamos o aprender a nadar, mas o trabalho de interação com outras crianças, que é de extrema necessidade para o seu desenvolvimento.
De fato, houve um episódio em janeiro que ele evacuou na piscina, e o fato se repetiu no dia 06/03/12, mas eu nestes dois momentos acompanhei o processo de higienização da piscina, localizando o zelador para limpá-la. Na primeira ocorrência o professor Manoel me abordou de forma abrupta me questionando que eu havia matriculado meu filho e omitido o diagnostico de autismo, fato este que não omiti tanto no momento da matricula e na avaliação médica dele no clube. Ainda acrescentando, ele falou que se tivesse tomado conhecimento não teria aceitado. No segundo fato fiz o mesmo procedimento, e o professor Manoel, me abordou novamente já afirmado quejá tinha dado uma chance, e ele fez de ‘novo’, e desse jeito o que ele iria falar para os outros pais?” Fato é que nesse dia, havia alguns pais e nenhum falou sobre a situação nem retiraram seus filhos da piscina, posterior ao fato. 
Esperei uma semana para ir à AABB para solicitar o cancelamento da matricula do meu filho, tempo este, não por omissão, mas para poder acalmar maus sentimentos pela situação.
Fui à presidência do clube, no dia 22/03/12, solicitar o cancelamento da matricula, mediante a declaração por escrito, por parte do clube, do motivo da solicitação do cancelamento da matrícula de meu filho. O presidente veio com o discurso me informou que não era o pensamento do clube tal postura, que existe leis de inclusão social e que tal atitude não poderia ter existido,(mas existiu), que iria se reunir com a equipe de atividades físicas do clube para estudarem uma metodologia de trabalho com ele, pois o clube era “um centro integrador”, e por ser isso, não poderia agir desta maneira. O prazo dado pelo presidente da AABB, para me contatar sobre a situação, foi até o dia 27/03 e hoje já são 31/03 e até o momento, nada. 
Este episódio me fez recordar fato que aconteceu há dois anos, também com ele, quando fomos forçados a tirá-lo do Instituto Dom Barreto, pela mesma situação: O Diagnostico de Autismo.
Como não pudemos ir à reunião que o colégio havia marcado, resolvemos ir antes do inicio das aulas, para a nossa decepção!
Quando iniciamos a falar com a coordenadora do ensino infantil, ela se demonstrou surpresa, pois não sabia que haveria uma criança autista em sua sala de Infantil I, e mais uma vez, o questionamento: “como nós omitimos a informação do diagnostico de autismo de nosso filho”?
Ela pegou uma ficha que preenchemos para o processo de pré-seleção de matricula e lá minha esposa havia informado que nosso filho tinha TIDE (Transtorno Invasivo do Desenvolvimento), pois até então não tinha diagnóstico fechado de autismo. Recebemos a carta de aceite, que o colégio estaria “feliz” em recebê-lo. Fiz a matricula, e uma das exigências era o atestado de saúde. Documento este que solicitamos da neuropediatra que o acompanha de o inicio. Neste documento está informado já o diagnostico de autismo. E, para a nossa surpresa, o colégio não havia lido os atestados médicos da turma que nosso filho seria inserido. Interessante, e nós é que fomos omissos!
O diálogo não terminou por ai. O colégio nos informou que se quiséssemos nosso filho no colégio teríamos que contratar um Acompanhante Terapêutico, porque ele não poderia ficar desacompanhado, e como nosso filho ainda não fala, ele com certeza seria excluído pelas as outras crianças da sala. Como um colégio pode aceitar um fato como esse?
No dia seguinte à reunião, fui solicitar o cancelamento da matricula, que foi prontamente providenciada sem nenhum questionamento, somente me levaram a tesouraria e me devolveram o dinheiro. Achei que foi um alivio para eles.
O que me deixa indignado é o fato de que temos leis que garantem os direitos de nossos filhos, mas ainda há instituições de ensino, academias e clubes que ainda se negam a cumpri-las.
Eu sei que a vida de meu filho está em uma linha tênue onde ele pode 50% de chance ser no futuro um adulto plenamente funcional ou estar 50% de chance de ser eternamente dependente de outros para acompanha-lo em sua vida diária. Mas o que mais me fere é ver minha esposa chorar pelos cantos quando sentimos a preconceito e discriminação que meu filho sofre, e que ele inocentemente não percebe
Acho que já ficamos calados demais, devemos fazer o cumprimento da lei, não podemos mais nos esconder, nos isolar, meu filho não pediu para ser autista, mas por causa disso não devemos ser excluídos da sociedade, nem a sociedade deve nos julgar pela situação. Nós só queremos que seus direitos sejam cumpridos.  (Inácio de Loiola de Oliveira Campos Júnior)

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