Grupo pretende permanecer no local até o dia 26, domingo.
Nesta data, farão uma passeata pelo Aterro do Flamengo.
Os bombeiros que participam do movimento por aumento salarial voltaram a ocupar as escadarias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) na tarde desta quinta-feira (16). Eles pretendem ficar acampampados no local até o dia 26, domingo, quando farão uma caminhada pelo Aterro do Flamengo.
A decisão foi anunciada pelo cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes do movimento. Segundo ele, a manifestação é mais uma medida para conseguir um encontro com o governador Sérgio Cabral ou outra autoridade que discuta as propostas de aumento salarial da categoria e a anistia administrativa e criminal contra os bombeiros manifestantes.
“Estamos em busca de diálogo, mas a estratégia do governo tem sido a de ignorar o movimento, para esfriar. Mas não vamos deixar que isso aconteça. Cada vez mais servidores de outras categorias estão aderindo ao movimento. Está faltando é sensibilidade do governador para conversar”, acrescentou Daciolo.
O cabo disse ainda que o grupo “está bastante flexível” para discutir as reivindicações salariais, mas desde que haja um aceno do governo e “uma justificativa convincente de que não pode atender o aumento que estamos pedindo”.
Para ocupar as escadarias da Alerj, chegaram ônibus com bombeiros de vários lugares do estado. A maioria veio de Macaé e Campos, no Noroeste Fluminense.
De acordo com Daciolo, a partir do dia 26, quando pretendem também colher assinaturas para um abaixo-assinado pedindo anistia para os militares, o grupo deverá adotar outras estratégias, caso o governo não acene com uma proposta de negociação.
O movimento dos bombeiros pede um piso salarial de R$ 2 mil e mais o vale-transporte, mas sem incluir gratificações.
Convocação da Auditoria Militar
Na quarta-feira (15), 426 dos 431 bombeiros e PMs convocados pela Auditoria da Justiça Militar, na Zona Portuária, compareceram ao local para serem citados no processo. Eles serão ouvidos entre os meses de julho e agosto. A informações são da assessoria do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, eles vão responder à ação penal militar pelos crimes de motim, dano em material ou aparelhamento de guerra, dano em aparelhos e instalações de aviação e navais, e em estabelecimentos militares.
Na segunda-feira (13), a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Justiça Militar, recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público estadual contra os 429 bombeiros e dois policiais militares presos no dia 4 de junho. O TJ afirmou ainda que o processo foi desmembrado, formando dois novos: um quanto aos dois policiais militares e outro em relação aos 14 bombeiros considerados "cabeças" do crime de motim, onde se incluem os oficiais. Os demais 415 acusados permaneceram agrupados na ação principal.
Votação adiada
A votação do projeto de lei que antecipa o aumento aos bombeiros do Rio foi adiada na terça-feira (14). A Alerj informou que o projeto recebeu 32 emendas, que deverão ser apreciadas por diversas comissões, e por isso saiu de pauta.
Oito deputados que negociam o aumento salarial dos bombeiros entraram com dois pedidos de emendas às leis 5767 e 5768, de junho de 2010. A lei concedeu reajuste mensal aos bombeiros de cerca de 1% no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2014. Durante a crise que culminou na prisão de mais de 400 bombeiros, o governo anunciou que adiantaria 5,58% de reajuste salarial à categoria, que antes seria paga até dezembro deste ano.
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