A volta do deputado distrital Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM) à presidência da Câmara Legislativa do Distrito Federal está publicada no Diário Oficial da Casa desta quarta-feira (30). Os trabalhos da Câmara, suspensos pelo recesso, devem ser retomados no dia 11 de janeiro. Prudente é aquele que aparece em um vídeo colocando dinheiro dentro da meia.
A partir de agora, será dele a iniciativa de instalar a CPI que vai investigar as denúncias e também comandar a indicação dos membros da comissão que vai analisar os pedidos de impeachment do governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM). Arruda é acusado de comandar um suposto esquema de distribuição de propina a aliados do governo.
Prudente estava licenciado da presidência da Casa. Ele e outros nove deputados suspeitos de terem recebido propina são alvos de processos de perda de mandato. Até terça-feira (29), a Câmara Legislativa era presidida de forma interina pelo deputado Cabo Patrício (PT), que faz oposição ao governador Arruda. A deputada distrital Erika Kokay (PT-DF) disse que o partido vai questionar a decisão de Prudente. Segundo ela, o deputado só poderia retornar à presidênca com o aval da Mesa Diretora da Câmara.
No auge da crise do chamado “Mensalão do DEM em Brasília”, no dia 30 de novembro, Leonardo Prudente disse que usou o dinheiro que recebeu do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa como “ajuda financeira não contabilizada” para a campanha de 2006. Segundo o deputado, o dinheiro foi colocado nas meias e no terno por “uma questão de segurança”.
O escândalo que envolve o governador, parlamentares e empresários começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados. Repasses de dinheiro foram registrados em vídeos e entregues à PF por Durval Barbosa, que denunciou o esquema.
Partidos
Os partidos políticos que anunciaram a saída do governo por causa do escândalo, que veio à tona há mais de um mês, na prática, permanecem com cargos. O PPS foi um dos primeiros partidos a anunciar a saída do governo Arruda, por causa das denúncias. Mas nos bastidores, essa saída tem sido lenta ou, em alguns casos, de fachada.
Na Secretaria de Justiça, por exemplo, o ex-titular deputado Alírio Neto deixou no comando o primo: Flávio Lemos de Oliveira. Já no Procon, o presidente Ricardo Pires, que prometeu entregar o cargo em 15 dias, permanece na função há quase um mês.
Nas administrações regionais, a ordem da Executiva do PPS também não surtiu tanto efeito. Antônio Girotto continua administrador do Park Way. E Joel Alves, do Guará. Os dois pediram licença do partido. Essa é uma forma de burlar o estatuto e não serem expulsos. A direção da legenda diz que em fevereiro vai analisar esses casos.
No Partido Verde, que também deixou o governo, um caso semelhante. O presidente do Instituto Brasília Ambiental, Gustavo Souto Maior, disse que não vai deixar o cargo, nem o partido. A direção da legenda informou que não vai fazer nada, porque ele é considerado indicação técnica, além de ser recém-filiado e não fazer parte da Executiva do PV.
Outros quatro partidos estão fora do governo. Todos os filiados, nesse caso, entregaram os cargos. Mas, alguns, deixaram substitutos, que são braço direito do antigo titular. É o caso das Administrações de Brasília, Estrutural, Cidade do Automóvel, Jardim Botânico e Riacho Fundo II
Nenhum comentário:
Postar um comentário