BRASÍLIA - A falta de quórum inviabilizou nesta quinta-feira o avanço das investigações da Câmara Legislativa do Distrito Federal para apurar as denúncias contra deputados e abrir o processo de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (DEM) e o vice-governador Paulo Octávio (DEM), envolvidos em um escândalo de corrupção, que ficou conhecido como mensalão do DEM.
Arruda é acusado de participar de esquema de pagamento de propina a parlamentares aliados . Foram exibidas imagens em que ele aparece recebendo dinheiro de seu ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa , autor das denúncias, que envolvem ainda o vice-governador, outros integrantes da cúpula do governo local e diversos deputados distritais. (Veja vídeos dos casos)
Segundo o presidente da Casa, Cabo Patrício (PT), os deputados ausentes alegaram que não havia condições para que a Câmara Legislativa funcionasse, uma vez que o prédio está invadido por manifestantes desde a véspera. (Veja fotos da ocupação)
Só cinco dos 24 parlamentares compareceram ao plenário, que havia sido desocupado por estudantes e integrantes de movimentos sociais e partidos políticos de esquerda a fim de que a sessão em que seria discutida a instalação de uma CPI ocorresse. Como a sessão não houve, os manifestantes voltaram a ocupar o plenário.
O pedido de CPI para investigar o caso, no entanto, recebeu apenas quatro assinaturas, a metade do necessário. O pedidos de impeachment de Arruda receberam reforço: o PSB ingressou com mais uma ação, totalizando agora sete .
Seria feita ainda escolha do novo corregedor da Casa. O deputado Junior Brunelli (PSC), que ocupava o cargo, pediu afastamento. Ele é citado no inquérito da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que investiga o suposto esquema de corrupção no DF.
Os deputados da oposição acusaram a base aliada de tentar inviabilizar a tramitação do processo de investigação.
- É injustificável que os deputados utilizem uma manifestação popular, na Casa que é do povo, para não comparecer e postergar o trabalho de investigação - disse a líder do PT na Câmara, deputada Érika Kokay.
O deputado distrital José Antonio Reguffe (PDT) pediu ao presidente em exercício que desse falta aos deputados, inclusive com desconto nos salários. Cabo Patrício respondeu que o regimento da Casa não prevê essa possibilidade. E informou que vai pedir uma justificativa aos colegas.
A próxima sessão da Câmara Legislativa foi marcada para a terça-feira. O presidente informou por meio de sua assessoria que não daria andamento a um pedido de reintegração de posse do edifício. Já os manifestantes voltaram a invadir o plenário e prometeram permanecer no local até que os envolvidos deixem seus cargos.
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