Fundadora da Pastoral morreu em terremoto no Haiti.
Enterro ocorreu no Cemitério da Água Verde, em Curitiba.
Sob aplausos, salva de tiros e com voos de pombas brancas, a médica sanitarista e missionária Zilda Arns Neumann foi enterrada no Cemitério da Água Verde, em Curitiba, na tarde deste sábado (16).
Cerca de 500 pessoas acompanharam o sepultamento, segundo a Polícia Militar. Parentes e amigos ficaram em uma área reservada mais próxima ao jazigo e fizeram orações. Zilda Arns foi enterrada ao lado do marido.
Os cadetes da Academia da Polícia Militar fizeram uma salva tiros. Pombas brancas foram soltas em homenagem à missionária.
Milhares de pessoas se despediram da coordenadora internacional da Pastoral da Criança durante a sexta-feira (15) e a madrugada de sábado, durante o velório. Muitos fizeram o trajeto rezando em voz alta, formando um coro de oração. A médica morreu durante o terremoto no Haiti, após ser atingida por escombros quando fazia uma palestra, na terça-feira (12).
Após o velório, parentes e amigos participaram de uma missa fechada de corpo presente celebrada por Dom Geraldo Lírio, presidente da CNBB.
Dom Geraldo leu uma mensagem de Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo e irmão de Zilda Arns. "Quanto mais medito sobre a vida de Zilda Arns Neumann e seu trabalho em favor das crianças e mãe pobres, me convenço que a esperança nasce com a pessoa humana e se realiza plenamente em Deus", disse Dom Paulo.
Na noite de sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, segundo a Pastoral da Criança, que vai pedir o prêmio Nobel da Paz 'pós-mortem' para a Zilda Arns. Ele anunciou também que vai criar um prêmio nacional com o nome dela para premiar pessoas envolvidas com ações de segurança alimentar no país. O presidente esteve reunido com a família de Zilda por cerca de 45 minutos, quando prestou condolências. Depois, conversou reservadamente com o governador do Paraná Roberto Requião. Ele esteve acompanhado pelos ministros Dilma Roussef e Alexandre Padilha, além dos senadores Suplicy e Ideli Salvatti.
Eu disse à família que todos vão chorar pelo que aconteceu, mas o que a Zilda pregou durante a vida dela, eu espero que tenha ficado gravado na mente das pessoas. E que todos nós sejamos mais solidários", afirmou o presidente.
Para Lula, a médica brasileira transformou sua vida em uma luta constante pela qualidade de vida de idosos, crianças e pessoas carentes. “Se fechássemos os olhos e imaginássemos uma pessoa, a Zilda seria um exemplo muito grande para o mundo e para o Brasil. Ela morreu no momento mais sagrado da vida dela, que era a visita aos pobres pelo mundo”, afirmou o presidente.
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