Polícia investiga avô de Isabella e quer descobrir quem alterou cena do crime
SÃO PAULO - O advogado Antonio Nardoni, avô de Isabella, está sendo investigado. A polícia quer saber se ele ou outras pessoas da família do pai da menina, Alexandre Nardoni, 29, alteraram a cena do crime para mascarar ou destruir provas. De acordo com investigações, alguém limpou o chão do apartamento e lavou uma fralda e uma toalha de rosto usadas para limpar o sangue que escorria da testa da menina.
Antonio Nardoni pode ter entrado no apartamento pelo menos duas vezes antes da interdição pela polícia. Uma delas teria sido, segundo testemunhas, no domingo, horas depois da morte da menina. A segunda teria ocorrido na segunda-feira, dia em que Isabella foi enterrada.
Jornal Hoje obteve o livro de registro de entrada e saída de visitantes do edifício London. Isabella foi enterrada às 9h40m do dia 31 de março, uma segunda-feira. Duas horas e vinte minutos depois de acompanhar o enterro da neta, dois carros da família Nardoni teriam chegado ao prédio. Antonio Nardoni entrou com parentes, pela garagem.
O livro de registros do prédio confirma a entrada dele. O avô paterno de Isabella ficou cerca de 15 minutos no edifício. Logo em seguida interfonou do apartamento de Alexandre, de número 62, para a portaria e disse que um cunhado dele estava descendo para pegar a chave do apartamento 63, que pertence a Cristiane Nardoni, irmã de Alexandre, e que estava ainda em reforma.
A polícia investiga se o pai de Alexandre e as pessoas que estiveram no apartamento com ele alteraram a cena do crime.
O advogado prestou depoimento nesta quarta-feira ao lado da filha, Cristiane Nardoni. Ele negou que tenha mexido no apartamento ou orientado Alexandre e Anna Carolina Jatobá a criarem uma versão para o crime. Cristiane também negou ter lavado uma fralda encontrada pela polícia com sangue de Isabella. A fralda foi achada num balde. Ela negou também ter dito qualquer frase que pudesse complicar o irmão, contestando depoimento de dois funcionários de um bar que disseram ter ouvido dela "meu irmão fez uma besteira". Pai e filha deverão comparecer à reconstituição do crime, marcada para domingo.
Antonio Nardoni confirmou no depoimento que esteve no edifício no dia do enterro, mas disse que foi apenas retirar roupas para o casal e os filhos. Ao ser questionado, o pai de Alexandre negou ter destruído provas do crime. Cristiane também negou ter destruído provas quando entrou no apartamento na noite do crime. Em entrevista ao Fantástico, ela havia dito que apagou o abajur do quarto de Isabella e dos irmãos dela e outras luzes do apartatamento, fechou e saiu. "O abajur estava aceso e eu apaguei o abajur. Apaguei o abajur do quarto dos irmãos, que também estava aceso. Apaguei o apartamento, fechei e saí. Não consegui ficar entrando. Aquela cena foi muito dolorosa, de ver o quartinho dela, as bonequinhas dela, o abajur aceso porque ela estava dormindo ali. Para mim foi muito difícil", disse Cristiane.
Na terça-feira, um dia antes do depoimento de pai e filha, duas testemunhas prestaram depoimento no 20º Distrito Policial e disseram ter visto o avô de Isabella entrando no apartamento de Alexandre e Anna Carolina Jatobá no domingo, dia seguinte ao crime. Ele teria ficado lá por uma hora e meia. Os nomes delas foram mantidos em sigilo. O apartamento não estava lacrado, pois só foi interditado pela polícia quatro dias depois do crime. Não há informações se ele confirmou ou não ter estado no local neste dia.
O Código Penal brasileiro, no artigo 347, prevê pena de 6 meses a quatro anos de prisão a quem altera cena de crime.
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