Ministro atendeu à liminar de Alessandro Molon
O despacho
Na decisão, o ministro ressaltou também que a alegação de "matéria interna corporis" não deve impedir a análise judicial da questão debatida. Ao seu juízo, é "paradoxal que, em um Estado Democrático de Direito, como é a República Federativa do Brasil, ainda existam esferas de poder imunes ao controle jurisdicional".
O pedido
Na petição, o deputado fluminense alegou que a tramitação urgente do veto, tal como aprovada em sessão conjunta do Congresso Nacional na semana passada, violou regras da Constituição Federal e dos regimentos internos das Casas Legislativas, que asseguram ao parlamentar direito líquido e certo ao devido processo legislativo.
Na inicial, o parlamentar sustentou que houve ofensa ao direito constitucional das minorias parlamentares, em razão da criação de um procedimento legislativo ad hoc, aplicável tão somente ao veto nº 38/2012. Para o deputado, o rito adotado teria violado o artigo 66, parágrafos 4º e 6º, da Constituição, ignorando a existência de mais de 3.000 vetos pendentes de exame pelo Congresso, alguns há mais de uma década.
Assim, não poderia haver a pronta e imediata apreciação do Veto nº 38/2012. Por fim, alegou que diversos dispositivos regimentais foram violados, especialmente as disposições que obstam a apreciação de matérias que não estejam na Ordem do Dia; que exigem a constituição de Comissão Mista para elaborar relatório prévio sobre os vetos presidenciais; e estipulam a aplicação supletiva do Regimento do Senado Federal, e não o da Câmara dos Deputados, nos casos de omissões regimentais. O ministro-relator do mandado de segurança, ao conceder a liminar, acolheu os argumentos da petição.
Há um outro mandado de segurança (MS 31814) similar, de autoria do senador Lindbergh Farias (PT/RJ), que deve ser despachado na mesma linha.
Objetivo alcançado
O objetivo dos parlamentares fluminenses foi alcançado. O Congresso fica impedido de apreciar o veto, nesta terça-feira, e a questão é remetida para depois de fevereiro, quando o Congresso volta a funcionar.
A urgência para a aprovação do veto da presidente Dilma Rousseff tinha sido aprovado, no dia 12, por ampla maioria dos votos (408 contra 91 congressistas).
Fonte: Jornal do Brasil
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