BRASÍLIA - O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do
mensalão, começa a apresentar seu voto nesta quarta-feira, após a manifestação
dos três últimos advogados dos réus. Ele deve abordar questões preliminares
levadas pela defesa antes de entrar no mérito da ação. Barbosa vai continuar
sua exposição na quinta-feira e já pediu ao presidente do STF, Ayres Britto,
uma sessão extra no dia seguinte. Alguns ministros reagiram, e o pedido não
deve ser atendido, adiando a conclusão do voto para a próxima semana. A
expectativa é de que Barbosa leve três dias para votar.
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O primeiro a
se opor ao pedido de sessão extra foi Marco Aurélio Mello, que defende a execução
fiel do calendário, com sessões para julgar o mensalão às segundas, quartas e
quintas. Ele quer sessões extras, mas para julgar outras ações. O revisor do
processo, Ricardo Lewandowski, também não quer sessão na quinta-feira, pois
agendou uma palestra no Rio e não pretende cancelar.
- O plenário se tornou tribunal de processo único, mas nós não.
Não estamos licenciados relativamente aos demais processos, continuamos atuando
- disse Marco Aurélio. - Fui surpreendido pela notícia de que o todo-poderoso
relator quer começar (o voto) na quarta. Eu disse para começarmos na quinta. O
relator tem poder, mas não é um todo-poderoso no processo.
Marco Aurélio criticou a postura de Ayres Britto, que, para ele,
tenta apressar o julgamento de forma indevida:
- Poeta geralmente é muito sereno em tudo o que faz, é
contemplativo. Mas, nesse caso, ele não está sendo.
O ministro admitiu que o clima anda tenso entre os colegas:
- É algo que nos entristece e nos deixa um pouco preocupados. Fica
um grupo puxando para um lado, um grupo puxando para outro, quando deveria
haver respeito ao consenso. A discussão deve ser de ideias e não deve descambar
para o campo pessoal.
Nesta quarta-feira à noite, os ministros do STF fazem uma sessão
administrativa para decidir sobre as sessões extras. Só acelerando o julgamento
dará tempo de o ministro Cezar Peluso votar antes de sua aposentadoria, em 3 de
setembro.
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com
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