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sábado, 11 de agosto de 2012

JULGAMENTO DO MENSALÃO: Defesas comparam mensalão a Collor e criticam ausência de Lula


Dois ex-presidentes brasileiros foram citados nesta sexta-feira nas defesas de réus do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado Marcelo Luiz Ávila relembrou o julgamento de Fernando Collor de Mello (PTB), inocentado da acusação de corrupção pela mesma Corte, ao pedir a absolvição do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP). Já o advogado Délio Lins e Silva Júnior, que representa o ex-assessor do extinto PL Antonio Lamas, criticou a ausência de Luiz Inácio Lula da Silva entre os acusados de integrar o esquema.
"E o presidente da República, porque não foi denunciado? Sou intrigado com isso, porque o Ministério Público (MP) não denunciou Luiz Inácio Lula da Silva. Nos autos não tem um depoimento sequer dizendo que Antonio Lamas sabia dessa movimentação de dinheiro. Já quanto ao Lula, tem um depoimento dizendo que ele sabia, mas por que ele não figura em nenhuma denúncia?", disse Délio Lins. Apesar de o Ministério Público recomendar a absolvição de Antonio Lamas por falta de provas, o advogado afirmou que isto não é suficiente. "Requeremos que se proclame para que Brasília inteira ouça que Antonio Lamas não é mensaleiro, não é quadrilheiro, não é lavador de dinheiro", afirmou ao encerrar o sétimo dia de julgamento.
Antes de Délio Lins assumir a tribuna do STF, o filho dele, Délio Lins e Silva Júnior, também citou Luiz Inácio Lula da Silva ao defender o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas. Ele alegou que seu cliente não sabia de nenhum ilícito assim como o ex-presidente, que disse desconhecer o suposto esquema do mensalão e não figura como réu na ação penal. "É tão fácil acreditar no presidente Lula quando ele diz que nada sabia e é tão difícil acreditar em Jacinto quando ele diz que nada sabia, sem que exista um único depoimento nos autos que afirme o contrário", afirmou o advogado.
Terceiro a falar, Marcelo Luiz Ávila começou seu discurso afirmando que iria "inovar" em relação aos defensores dos demais réus ao lembrar o caso ex-presidente Fernando Collor de Mello. Ávila disse que o Ministério Público não conseguiu comprovar o "ato de ofício" necessário para condenar Valdemar Costa Neto. Collor foi absolvido da acusação de corrupção passiva sob o mesmo argumento, de que a procuradoria não conseguiu comprovar o "ato de ofício", ou seja, não se provou que o ex-presidente favoreceu o "Esquema PC" após receber vantagem indevida. "O procurador de certa forma forçou, ou pretende forçar uma reavaliação daquela interpretação", disse o advogado ao criticar a conduta de Roberto Gurgel. O defensor ainda argumentou que o atual deputado não era parlamentar quando recebeu dinheiro do PT e, por isso, não pode ser acusado de corrupção passiva.
Defensor público representa réu no STF
Em meio a advogados de renome, como o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, um dos 38 réus do processo do mensalão foi representado nesta sexta-feira por um defensor público. Haman Tabosa de Moraes e Córdova pediu a nulidade do processo contra o seu cliente, o empresário argentino Carlos Alberto Quaglia. O réu é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção passiva por envolvimento na suposta ocultação de repasses de recursos do PT para o PP.
De acordo com o defensor-geral público federal, a defesa de Quaglia foi cerceada por não ter sido representado por um advogado durante a oitiva de testemunhas na fase processual. "É um senhor de 67 anos, que pode vir a ser condenado a 14 anos de reclusão por essas provas frágeis", disse.
Também na sessão desta sexta-feira, o advogado Guilherme Nostre afirmou que o publicitário Marcos Valérionão conhecia seu cliente, o empresário Breno Fishberg, acusado de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. "Marcos Valério desmentiu a acusação. Disse, em seu depoimento, que não conhece o denunciado Breno Fishberg tendo, em uma única oportunidade, o visto na corretora. É evidente, Marcos Valério não conhece Breno, ele não era seu interlocutor na Bonus Banval", argumentou o advogado.
O julgamento do processo do mensalão será retomado na próxima segunda-feira, com as sustentações orais de mais cinco advogados, que representam os réus Bispo Rodrigues, Roberto JeffersonEmerson Palmieri,Romeu Queiroz e José Borba.

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