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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Após ouro inédito, Sarah Menezes critica estrutura do judô no Brasil


RENAN TRUFFI
Direto de São Paulo


Apesar da tentativa de toda a comissão técnica e do presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderleley Teixeira, de enaltecer a infraestrutura do esporte no Brasil, a atleta Sarah Menezes, que ganhou o primeiro ouro da história do judô feminino brasileiro nos Jogos Olímpicos de Londres, criticou as condições de treino para praticantes da modalidade no Brasil.
Em uma entrevista coletiva realizada em Guarulhos após o desembarque da seleção, Sarah deixou escapar que ainda faltam condições para os atletas que querem seguir carreira no judô. "Com a medalha, as coisas vão melhorar ainda mais, vou montar uma estrutura na minha cidade (Teresina), para que possam apresentar outras Sarahs. No Brasil, deveria ter uma estrutura em todos os estados, para que atletas não precisem largar suas famílias", afirmou.
A afirmação saiu pouco tempo depois da própria técnica da seleção feminina, Rosicleia Campos, dizer que "não existe mais extremos no judô brasileiro". "Hoje todos os estados a gente tem um aporte de estrutura. Essa estutura que a seleção tem, todos os estados têm. A gente tem um trabalho de base fantástico. A equipe junior está viajando pela Europa por exemplo.A Sarah é uma exemplo dessa infraestrutura", defendeu.
Além da comissão técnica e de Sarah, os judocas Rafael Silva, Felipe Kitadai e Mayra Aguiar também estiveram presentes na coletiva. Os três conquistaram a medalha de bronze em Londres, mas já sonham com a vaga nas Olímpiadas de 2016, que será realizada no Brasil.
"O sonho de disputar uma Olimpíada em casa é maior. Ainda não faço ideia do está acontecendo aqui no país. Não olhei minhas redes sociais e continuo tomando banho com minha medalha", brincou Felipe Kitadai.
Outro destaque do Brasil em Londres foi Silva, que garantiu a primeira medalha brasileira na categoria pesado masculino, mais de 100 kg. Ainda que tenha alcançado um bom resultado, ele admite que poderia ter chegado mais longe.
"Quando eu entrei na competição, eu fui lá para brigar mesmo, não queria pensar muito na medalha, queria lutar bem e vencer. Mas, foi meio dramático, várias lutas minhas foram para o tempo extra . Fiquei com a sensação de que poderia ter conquistado um lugar melhor no pódio. Vou guardar todas essas emoções e vou levar para 2016, com força total no meu treinamento", disse.
Com as quatro medalhas, o judô chega a 19 pódios olímpicos na história e passa a vela, com 16, como o esporte que mais medalhas deu ao Brasil.

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