O promotor de Justiça Fernando Santos
lançou manifesto defendendo que o Piauí
não seja dividido e que é preciso que se crie um Estado
que, de fato, pertença a todos.
Em seu perfil da rede social Facebook, o promotor de Justiça Fernando Santos lançou manifesto defendendo que o Piauí não seja dividido e que é preciso que se crie um Estado que, de fato, pertença a todos, e não a uma determinada classe, categoria, ou pessoas.
Confira na íntegra as palavras do promotor contra a divisão do Piauí:
Antes de criar o Estado do Gurgueia, é preciso criar o Estado do Piauí. É chegada a hora de criar o Estado do Piauí. Um Estado que, de fato, pertença a todos, e não a uma determinada classe, categoria, ou pessoas, pois o que temos presenciado, até aqui, é, com raras exceções, um não-Estado. No qual classes, categorias e pessoas o consideram como seu patrimônio, havendo uma total confusão entre o que é público e o que é privado. É chegada a hora de criar o Estado do Piauí. Pois o que vemos é a constitucionalização do nepotismo: parentes de governantes, independentemente de suas formações profissionais e especialidades, ou ausência delas, catapultados em agentes políticos, ao ocuparem secretarias de Estado ou municipais. É chegada a hora de criar o Estado do Piauí. Pois o que vemos são parentes de políticos, com ou sem formação para tanto, sendo escolhidos para cargos de confiança na Administração Pública, empresas financiadoras de campanhas eleitorais vencendo licitações, utilização de empresas e ONGs para parcerias com o Poder Público.
É chegada a hora de criar o Estado do Piauí. Pois o que vemos são carreiras de Estado - Educação, Saúde, Segurança Pública, Administração fiscal e tributária, - serem precarizadas, com contratações temporárias, prestadores de serviços e terceirização. Terceirização esta realizada por empresas que, por incrível que pareça, não possuem, em seus quadros, mão de obra especializada, e que, assim, são utilizadas como meio para que políticos possam indicar seus apadrinhados, burlando a regra do concurso público. É chegada a hora de criar o Estado do Piauí. Pois o que vemos são carreiras de Estado que, em virtude de sua precarização, são incapazes de prestarem serviços adequados à população, reforçando, em consequencia, o nosso subdesenvolvimento.
É chegada a hora de criar o Estado do Piauí. Pois o que vemos são municípios - do norte, do sul, do centro, leste - que, inobstante, a quantidade de recursos repassados pela União, são incapazes de prestarem serviços, com um mínimo de qualidade. E são incapazes justamente porque inexiste a preocupação em estruturar a Administração Pública. É chegada a hora de criar o Estado do Piauí. Pois o que vemos é, a cada mandato eletivo, a ascensão econômica de pessoas e funcionários públicos, cujo patrimônio aumenta exponencialmente. É chegada a hora de criar o Estado do Piauí. Em que a política de desenvolvimento, seja ela qual for, oriente-se por pressupostos como gestão, responsabilidade, transparência e legalidade do setor público. É chegada a hora de criar o Estado do Piauí. Pois até mesmo a decisão entre um Estado mínimo e um Estado provedor pressupõe a existência de um Estado, que, como vimos, ainda não temos.
É chegada a hora de criar o Estado do Piauí. Um Estado concebido para além dos propósitos, interesses e desejos do governante de plantão. É chegada a hora, enfim, de criar o Estado do Piauí que tenha como princípio fundamental cumprir os objetivos da Constituição Brasileira de 1998: construir uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a pobreza e a marginalização, promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. É preciso criar o Estado do Piauí, pois, como dizia um poeta piauiense, é preciso que alguma coisa alimente o meu povo, um sonho, uma qualquer esperança, senão o futuro virá a machadadas.
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