A economia de quem não paga imposto, faz pirataria, trafica
ou rouba no Brasil quase dobrou de tamanho em menos de uma década
Até nas áreas nobres de São Paulo, a barraquinha do DVD faz sucesso. Três por R$ 10. Por que o DVD pirata? “Porque é mais barato”, diz uma consumidora. Eusébio vende óculos e diz que ganha, livre por semana, R$ 150.
Essas atividades não entram para as estatísticas oficiais, mas fazem parte de um mercado que não tem crise. É a economia subterrânea que, além da informalidade, inclui atividades criminosas como roubo, contrabando, prostituição, pirataria, tráfico de drogas e armas. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, a economia subterrânea gerou no Brasil R$ 357 bilhões em 2003. No ano passado, chegou a R$ 578 bilhões. Um aumento de 62%.
“Perde a economia brasileira, porque isso prejudica os negócios, acaba gerando a ideia de que a forma correta de ganhar dinheiro é através da transgressão”, explica o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, André Franco Montoro Filho.
É um valor tão expressivo que representa 18% do PIB brasileiro ou toda a economia da Argentina.
O estudo sugere ainda que o Brasil deixe de arrecadar por ano R$ 200 bilhões em impostos. É menos dinheiro para o governo fazer investimentos e para o país gerar empregos com carteira assinada.
“Mas não é só o governo que perde, o trabalhador perde também. Ele não é registrado, não tem as garantias da legislação trabalhista. O consumidor que compra desses produtos, não tem as garantias do código de direito do consumidor, então o consumidor também perde. O bom contribuinte acaba perdendo, porque como alguns não pagam, quem paga acaba pagando mais”, conclui Montoro.
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