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sábado, 3 de julho de 2010

AS PALAVRAS

(*) Rui Azevedo
A experiência milenar de falar (mais antiga) e de escrever (mais recente) leva-nos a concluir que o desenvolvimento humano, científico e tecnológico, somente foi possível e continuará sendo graças a junção de letras e, por conseguinte, a formação de palavras, que nos permite pensar, avaliar, concluir e planejar o futuro que sonhamos.
Quando faladas, as palavras, muitas das vezes, por alguém que não controla as emoções podem desencadear uma série de inconveniências ou transtornos, não só para quem as pronunciam, mas também para quem as escuta. É que chamamos, no popular, de incontinência verbal.
Quando escritas de forma não bem articulada e objetiva, pode contribuir muito mais para confundir do que para esclarecer, gerando com isso, a pecha de confuso para quem as escreve. Ao longo do tempo, tem-se observado que a ausência do bom-senso, tanto em quem fala como em quem escreve, tem provocado um misto de amor e ódio entre ouvintes e leitores. Claro que as características individuais favorecem para que seja quebrada a sintonia entre falante/escritor e ouvinte/leitor e isso depende também do grau de consciência e dos humores dos envolvidos.
As palavras faladas ou escritas podem aplacar o ódio, mas também podem excitá-lo. Podem mudar o rumo de uma pretensa trajetória política, seja ela pautada na moral e na ética, seja ela alicerçada no engodo e nas pretensões vis, como se presume acontecer no atual momento político. Nota-se o esforço de alguns candidatos, mesmo antes do período destinado à propaganda política, em manifestar-se fazendo apologia ao seu partido político, enfatizando realizações acontecidas no século passado, quando sua agremiação política era dirigida por líderes que realmente se preocupavam com as causas sociais e com os destinos da nação. A grande verdade, até que alguém nos desminta, é que os líderes que estão a aparecer na mídia local e nacional estão preocupados em pronunciar palavras bonitas inspiradas na conveniência de aproveitar o momento para a autopromoção, relevando o compromisso da palavra que deveria estar empenhada, como faziam e ainda fazem nossos pais.
Fiquemos, pois, atentos às promessas que ouviremos nos próximos dias. Com uma margem de segurança, aventuramo-nos a dizer que palavras ao vento serão ditas, promessas serão feitas sem o menor compromisso com futuro que sonhamos e muito menos com a verdade. Tem sido assim nos últimos tempos e eles, os políticos, não têm nenhum motivo novo para mudar de estratégia, haja vista serem suas palavras motivo maior da descrença do povo, segundo as pesquisas de credibilidade mais recentes. Quem viver, verá.
(*) Rui Azevedo é professor.

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