O transporte coletivo e a integração de Teresina esquentaram o terceiro dia de debate na TV Cidade Verde. O candidato à reeleição, Elmano Férrer (PTB), foi duramente criticado pelos opositores e conseguiu dois direitos de resposta nos primeiros minutos do debate.
O candidato do PT à prefeitura de Teresina, Wellington Dias, iniciou esta etapa perguntando a Daniel Solon (PSTU) quais suas propostas para a área de transporte público. Daniel afirmou que seu partido participou ativamente da luta para a diminuição da passagem de ônibus e acusou o atual prefeito de beneficiar empresas privadas.
"Queremos questionar todos os contratos com o Setut, porque são contratos sem licitação, que beneficiam empresas privadas que mandam em Teresina. Queremos um transporte público de boa qualidade, até mesmo para resolver o caos no trânsito. Há um incentivo de transporte individual quando deveria haver para transporte público. Defendemos o passe livre para estudantes e desempregados", afirmou o candidato do PSTU.
O atual prefeito, Elmano Férrer, pediu direito de resposta, que foi concedido pelo representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Thiago Douglas Carvalho. Em sua defesa, o candidato à reeleição garantiu que nenhuma empresa privada manda na cidade.
"Quero esclarecer que a prefeitura tem um prefeito, ninguém manda na prefeitura, a não ser o povo. Não tenho conhecimento de empresas de ônibus ou concessionárias que mandem na prefeitura. Quem manda na prefeitura primeiro é o povo, depois é o prefeito e seus secretários, sempre respeitando todos os direitos", disse Férrer. Daniel Solon também pediu direito de resposta, mas foi negado pelo advogado.
Maklandel Aquino, candidato do PSOL, afirmou que a licitação não resolverá os problemas de Teresina e que seu partido defende a criação de uma empresa pública de ônibus coletivo, em parceria com o metrô. "Queremos uma parceria com o governo federal para priorizar os mais pobres, que dependem de transportes alternativos, mais baratos. Iremos implantar a integração em todas as linhas, sem privilegiar empresas privadas", completou.
Wellington Dias acrescentou que também defende a licitação e além disso, a implantação de tarifas mais baixas em finais de semana e feriados. "Temos compromisso com a licitação. É estranho, as outras cidades fazem, mas Teresina não faz. Vamos ter um compromisso de nos domingos e feriados ter tarifa a R$ 1 para quem paga inteira e R$ 0,50 para quem paga meia. Isso para incentivar as pessoas a ter acesso a cultura, visitar os parentes. O benefício vai ajudar as famílias a se integrar".
Segunda rodada
O tema da segunda rodada continuou relacionado ao transporte público. Daniel Solon questionou Maklandel Aquino sobre suas propostas quanto à diminuição da tarifa, que hoje é de R$ 2,10. O candidato do PSOL respondeu que a diminuição da tarifa será resultado da criação de uma empresa pública, que será criada no primeiro mês de sua gestão.
"Como a empresa pública que vamos criar em janeiro de 2013 não visa o lucro, vamos reduzir a tarifa. Temos uma das tarifas mais caras do país levando em conta os trechos. Entendemos que esse contrato de licitação já caducou. Reduziremos a tarifa, diminuiremos a emissão de gases, higienizaremos os ônibus e ampliaremos as ciclovias, pois temos que desestimular o uso do transporte particular", enfatizou Maklandel.
Elmano Férrer ressaltou que a prefeitura de Teresina tem uma baixa capacidade de investimentos e que em nenhuma capital brasileira há empresas estatais de transporte coletivo. O candidato do PTB relembrou ainda a investigação da caixa preta. "Não sei como conseguiríamos um recurso para implantar uma empresa estatal de transporte. Várias instituições participaram do processo de "escancaramento" da caixa preta do transporte público e todos chegaram à conclusão de que o valor da passagem era mesmo aquele que os técnicos da prefeitura estipularam".
Daniel Solon acusou Elmano de enganar estudantes para garantir a integração em troca de lucros que beneficiam empresários do setor. "O senhor conseguiu enganar alguns estudantes, para garantir a "entregação", em troca do lucros dos empresários. Queremos uma integração de verdade, atemporal, sem redução de ônibus nos bairros. Hoje o lucro dos empresários está cada vez maior. Teresina está privatizada, o seu secretário de Educação é do ramo privado. Hospitais públicos na periferia estão sucateados, o que cria demanda para hospitais privados", atacou o PSTU.
Elmano Férrer solicitou pela segunda vez direito de resposta e foi atendido. "Muito me admira que o senhor, sendo professor universitário desrespeite a pessoa de um secretário, por ele fazer parte também do ramo privado. Ele [Paulo Machado, secretário municipal de Educação] fez todo o curso dele em escolas públicas, ele conhece as deficiências. Não entendo o motivo dessa agressão. Não fechamos nenhuma escola pública municipal, muito pelo contrário, temos é aberto várias", respondeu o atual prefeito. Daniel pediu pela segunda vez direito de resposta, mas não foi concedido.
Bastidores |
Nenhum comentário:
Postar um comentário