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terça-feira, 15 de maio de 2012

SALAS VAZIAS comprovam força da greve de professores


Os professores da rede estadual de educação, em greve há 78 dias, continuam o movimento de paralisação. Apesar do governo, através do secretário de Educação, Átila Lira, ter anunciado a imediata contratação de professores concursados para substituição dos faltosos, descontos no Ponto-Salário dos servidores que não retornarem ao trabalho e a abertura de processo de abandono de emprego e procedimentos administrativos para responsabilizar os funcionários que não cumprirem suas obrigações, muitos professores ainda não voltaram às salas de aula.


A reportagem do 180graus fez um passeio por algumas das principais escolas da rede estadual pública de ensino e constatou: cerca de 90% das salas de aula estão vazias. A equipe de jornalismo do Maior Portal do Piauí resolveu fazer isso em decorrência do que é repassado pelos dois lados nestes quase 100 dias de greve dos professores.

O governo anunciou que as aulas voltaram nesta segunda-feira (14/05). O quadro encontrado foi bem diferente do que é divulgado pelo estado. Salas vazias, ou lotadas, pois várias turmas se juntam, alunos dispersos nos pátios ou nas proximidades das escolas e a falta de esperança no cumprimento do período letivo.




No Colégio Estadual Zacarias de Góis, Liceu Piauiense, de quase 60 professores, menos da metade voltou às atividades. No ensino integral, onde os alunos ficam parte do dia em sala de aula, o funcionamento está quase na sua normalidade, de 24 professores, 17 voltaram. Mas no ensino integrado, que alia atividades profissionalizantes, dos 34 docentes, apenas oito estão trabalhando. A noite a situação é crítica, nenhum professor voltou da greve.


Segundo a vice-diretora, a escola tem cerca de 1.145 alunos matriculados,no período de greve alguns chegaram a ir diariamente, mas devido o desanimo de não ter aula ou pelo custo das passagens de ônibus, desistiram, mas aos poucos começam a voltar.



Quando a reportagem do 180graus solicitou que fossem fotografadas as salas de aulas, só foi autorizado nas salas que estavam cheias, nas vazias, ou que havia poucos alunos, foi proibido. Um aluno informou que as salas estão cheias porque juntam várias turmas de uma mesma série e tem aula com o professor.


A mesma situação acontece na Unidade Escolar Helvídio Nunes, Zona Norte de Teresina. Além do número de matrículas ter caído pela metade nos últimos anos, hoje cerca de 600, nesta manhã só cerca de 50 alunos estavam na escola. Só haviam três salas em funcionamento, uma de cada série do ensino médio, que juntaram várias turmas. O resto das salas estão completamente vazias.




A situação se repete nas demais escolas como o João Clímaco D'Almeida, Edgar Tito, Barão de Gurguéia e Lourival Parente.
O movimento dos professores continua forte e a prova disso foi a assembleia realizada na manhã desta segunda-feira ao lado do Palácio de Karnak. Um grande número de grevistas se reuniram para declarar a continuidade da greve. Apesar disso o movimento começa a se dividir, na assembleia uma professora de Picos, cuja regional decidiu acabar com a greve, foi vaiada no seu discurso. Muitos do movimento chegaram até a jogar ovos. Esse é o grupo que é contra a presidente do sindicato, Odeni silva, que é do mesmo partido do governador.



O governo tenta passar para a população que a situação está normalizada, a verdade é que um caos na educação está instaurado e o ano letivo comprometido. Milhares de estudantes foram prejudicados. A exigência do cumprimento da lei federal que determina o pagamento do piso salarial aos professores parece estar longe de ser atendida e esse é apenas o começo de conflito, já que ambos os lados declaram guerra. 


Se a imagem da administração do governador Wilson Martins (PSB) já estava ruim no quesito educação, essa arrastada e polêmica greve dos professores deixou ainda mais enfraquecida para a população piauiense. O Governo do Estado não consegue fazer os professores voltarem para as salas de aula. Pais de aluno estão decepcionados, pois o ano letivo praticamente está comprometido, faltando apenas dois meses para o fim do primeiro semestre.

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