José Professor Pachêco - Advogado e Professor |
I – O
SILÊNCIO
As decisões da SEMEC
se tornaram públicas, na sexta-feira (18), quando o secretário Paulo
Machado e seus assessores reuniram-se com todos(as) os(as) diretores(as) de unidades escolares (escolas e
CMEI's), para instruir os gestores escolares quanto ao “cumprimento" do
parágrafo quarto de artigo segundo da Lei nº 11.738/2008, que garante a reserva
de, no mínimo, 1/3 (um terço) da jornada de trabalho do professor, para
atividades extraclasse (horário pedagógico).
Vale registrar que as determinações do
secretário, expressas através do Ofício Circular nº 021 / 2012 / GAB / SEMEC, datado de 17 de maio (imagem abaixo), representam uma retaliação a uma categoria que
retornou recentemente ao trabalho, depois de SUSPENDER uma greve de 87 dias.
Clique na imagem para vê-la em tamanho original |
Passaram-se: sábado, domingo,
segunda-feira, terça-feira... E até agora a Diretoria do Sindicato não disse o
que pensa sobre o assunto... ENTALOU!
Limitou-se a dizer que tudo o que
disse antes está valendo.
Ótimo, concordo! Logo, não precisa
desdizer o que foi bem dito. Entretanto, existem fatos novos. A realidade mudou
e os representantes da categoria precisam se posicionar diante desses fatos
novos.
E QUAIS SÃO OS FATOS NOVOS?
Resumidamente, a SEMEC determinou o
seguinte:
a) A partir de agora, a jornada de
trabalho do professor será contabilizada em horas (60 minutos) e não em
horas-aulas (50 minutos);
b) Essa diferença de 10 minutos e mais
o intervalo (chamado “recreio”) integrarão a “conta” para efeito de cumprimento
do HP;
c) O HP será cumprido integralmente na
Unidade (escola ou CMEI);
d) Os desobedientes terão seu ponto
cortado, com os respectivos descontos;
e) Os Diretores de escola/CMEI serão
meros executores, não podendo fazer quaisquer alterações.
Nada disso estava posto no período da
greve. E nada disso foi objeto de análise na Ação Judicial em que o Juiz mandou
cumprir o HP, adequando-o à equação legal 2/3 versus 1/3.
Por isso, faz-se necessário
acrescentar novas orientações para a luta no momento.
II – A CONFUSÃO
DE IDEIAS
Na
sexta-feira, em primeira mão, a Diretoria do SINDSERM divulgou que já havia
discutido o assunto numa reunião com pedagogos, ventilando inclusive a
possibilidade de uma nova greve (veja imagem abaixo).
No sábado(19), em resposta a um questionamento feito por um colega através do facebook, o Diretor de Comunicação do SINDSERM disse que a Diretoria já
tinha previsto tudo e que estava somente esperando a formalização (veja imagens abaixo).
Três dias depois,
começa a confusão: sem dar a resposta prometida (logo, logo!) e tentando
explicar o seu próprio silêncio, a Diretoria do SINDSERM resolve
(estranhamente), no facebook, respondendo a uma postagem de
Susana Oliveira dizer que nada mudou (veja imagem abaixo).
Conclusão
inesperada, porque a Diretoria já havia dito que discutiu com os pedagogos; que
havia a possibilidade de propor uma nova greve; que as medidas já eram
previstas; e que, “logo, logo”, a assessoria jurídica se posicionaria!
Dizer
que o documento da SEMEC “não possui valor algum”, em outro contexto, poderia
significar força expressão.
No
contexto onde foi inserida (veja imagem acima), essa afirmação é - mais que um equívoco - uma
aberração. Enquanto o mesmo não for declarado nulo (pelo judiciário ou sem
efeito pela própria Administração) será aplicável no âmbito da Administração. E
isso pode significar corte de ponto e desconto de salário. Por essa razão, a desobediência tem que ser coletiva, para fragilizar o
Administrador, impossibilitando de retaliar (com faltas e descontos abusivos)
uma categoria inteira.
A
categoria continua cobrando posição do SINDSERM, quando, ainda na
segunda-feira, mais uma vez entra em cena o Diretor de Comunicação, dizendo que
a estratégia será visitar todas as unidades para “esclarecer” (veja imagem abaixo).
Ora,
como são mais de 300 unidades (escolas e CMEI), a maioria funciona em 02
turnos, uma grande parte em 03 turnos e os professores de área lotados em dias
distintos, então esses “esclarecimentos” deveriam ser publicados num panfleto,
no blog, no facebook, enfim, numa nota de TV ou noutro órgão de comunicação de
massa - sem prejuízo das visitas que
iriam acontecendo paralelamente.
Talvez
a Diretoria não faça isso, porque acredita – como já dissera – que “nada mudou (...) O documento da
SEMEC não tem valor algum”.
Então, a confusão se generaliza e, de repente, a Diretoria, sem perceber, reconhece que ALGUMA COISA MUDOU, e diz que incluir o recreio no HP é um absurdo! Mas ainda sentem a necessidade de conferir (veja imagem abaixo).
Então, a confusão se generaliza e, de repente, a Diretoria, sem perceber, reconhece que ALGUMA COISA MUDOU, e diz que incluir o recreio no HP é um absurdo! Mas ainda sentem a necessidade de conferir (veja imagem abaixo).
O
desespero da categoria continua e aumenta a pressão por informações e por uma
posição da Diretoria do Sindicato. Para espanto de todos, os contemplados são
os Diretores de Escolas/CMEI.
Embora,
nenhum tenha feito quaisquer questionamentos ou indagações públicas ao
SINDSERM, foram exatamente os diretores de escolas/CMEI que ganharam uma NOTA
DE ESCLARECIMENTO E DE SOLIDARIEDADE e a disponibilização da Assessoria
Jurídico-sindical.
No
corpo da Nota, há uma suposição de que os Diretores de Escolas/CMEI estão sendo
pressionados e sofrendo assédio moral (veja imagem abaixo).
E a pressão da
categoria continua. Vejam essa postagem de Ronivon Feitosa:
Finalmente, num pequeno comentário a esse apelo do
professor Ronivon, mais uma vez o laborioso Joaquim aparece para anunciar (laconicamente)
uma Assembleia, dia 30.05.2012 (veja imagem acima).
Mas, incrível mesmo
é a resposta de Renato Silva (diretor do SINDSERM) a essa mesma indagação de
Ronivon Feitosa, talvez revelando quais são as prioridades de alguns nesse
momento (confira na imagem acima).
III – A CONCLUSÃO
Em conclusão,
reitero a necessidade e a urgência de uma Assembleia, para: fazer levantamento
da repercussão das medidas em cada local de trabalho; solidificar as
orientações jurídicas e políticas; colher sugestões; fortalecer o sentimento de
unidade e de solidariedade recíproca; e organizar as ações coletivas.
Afinal, vive-se
dizendo que “é a base que manda” e
que “só a luta muda a vida”.
Não dá para vacilar!
ATENÇÃO!
Finalmente,
por volta das 13h, quando eu havia concluído esse artigo, a Direção cedeu às
centenas de cobranças e postou no facebook do Sindicato um cartaz (imagem abaixo) convocando PARALISAÇÃO E ASSEMBLEIA DOS(AS) SERVIDORES(AS) MUNICIPAIS, que somente ocorrerá no décimo segundo dia posterior à divulgação
das medidas da SEMEC.
Se na
máxima popular, “paciência tem limite”, desvio de foco parece não tê-lo.
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