Laudo aponta tortura com excesso de crueldade
Deve ser concluído em uma semana o laudo do exame de corpo de delito feito pela menina torturada em Goiânia. Neste sábado, o Instituto Médico Legal adiantou as primeiras conclusões com exclusividade ao repórter Fábio Castro.
Em 30 anos de trabalho, o médico legista Décio Marinho nunca havia examinado antes uma criança com marcas evidentes de tortura. “Todas as áreas, membros superiores, membros inferiores, tronco, face, todas apresentam lesões, todas apresentam cicatrizes e importante enfatizar: foram produzidas em épocas diferentes. Não foi uma explosão de maldade que ocorreu”.
Pelos exames, a criança vai levar marcas da tortura para o resto da vida. “Essa lesão é definitiva na língua da jovem, na parte lateral e na parte anterior da língua”.
No laudo, o médico terá que responder se houve crueldade nas ações. “Nós podemos dizer com absoluta e inabalável convicção que realmente houve crueldade até em excesso, se é que a gente pode fazer uma dosagem nessa crueldade”.
A menina, de 12 anos, era criada pela empresária Silvia Calabresi há dois anos e sofria maus-tratos há pelo menos quatro meses.
Foi o vizinho Fábio Mesquita que denunciou à polícia que a criança estava amarrada e amordaçada. “A cena que eu presenciei foi um verdadeiro terror. Eu não imaginava que alguém teria coragem de agir daquela forma com uma criança”.
Silvia Calabresi e a empregada dela, acusada de ser cúmplice nas torturas, estão presas em celas isoladas, sem contato com outras detentas. Domingo é dia de visita. Por enquanto, por questões de segurança, elas não poderão receber ninguém, além dos advogados.VEJA O VÍDEO:
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