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sexta-feira, 21 de março de 2008

CRIMES CONTRA A INFÂNCIA E JUVENTUDE

MENINA DE 12 ANOS TORTURADA POR "MÃE" ADOTIVA

Crueldade

publicada em 18/03/2008

Empresária goiana é acusada de torturar mais duas jovens e foi condenada por maus-tratos
Jornal Hoje; Isonilda Souza - Especial
GOIÂNIA e RIO - A empresária Silvia Calabrese, de 42 anos, presa na segunda-feira em Goiânia sob a acusação de torturar uma menina de 12 anos, já foi condenada por maus-tratos a uma menina de apenas 5 anos. Na época, Silvia foi acusada pela mãe de torturar a criança, mas o promotor não obteve as provas da tortura. Pela condenação por maus-tratos, Silvia apenas pagou cestas básicas. Outra suposta vítima de Silvia, uma manicure de 20 anos, disse nesta terça à polícia ter sido torturada por ela quando tinha 15 anos.
Nesta terça, a mãe da menina maltratada aos 5 anos foi à delegacia após reconhecer a empresária pela TV. Sua filha, hoje com 11 anos, ainda tem cicatrizes de queimaduras nas mãos e teve parte dos cabelos arrancada.
Além de torturar a filha de criação, de 12 anos, a empresária submetia a menina a um regime forçado de trabalho, no qual só permitia que ela dormisse quatro horas por dia. A agenda diária de tarefas está descrita num caderno apreendido pela polícia junto com outros objetos usados para torturar a vítima. As páginas mostram que a menina cumpria tarefas domésticas até 1h40m e recomeçava o trabalho às 5h40m. As anotações foram feitas pela empregada doméstica Vanice Maria Novais, de 26 anos, que supervisionava as tarefas.
A polícia também apura a participação do marido da empresária, engenheiro Marco Antônio Calabrese, nos crimes. O advogado dele, Darlan Alves Ferreira, esteve na delegacia e disse que seu cliente se apresentará espontaneamente à polícia ainda nesta quarta-feira. Segundo Darlan, Calabrese admitiu que sabia de "alguns fatos", mas que não denunciou porque não teve coragem de "ir contra a mulher". O engenheiro é dono de uma construtora em Goiânia.
A empresária e a doméstica foram presas em flagrante, acusadas de tortura e cárcere privado. A menina foi achada graças a uma denúncia anônima amarrada e amordaçada na cobertura de Silvia, num bairro nobre de Goiânia. Em depoimento, a vítima contou que morava lá há dois anos e que era forçada a fazer os serviços da casa: lavava, passava e fazia faxina. Quando não conseguia executar o trabalho, contou, era torturada com arames, alicate, afogamentos e ferro quente. A vítima disse que, pouco antes de ser libertada, foi amarrada porque não secou o banheiro. Nesta terça, as duas acusadas foram transferidas da delegacia para um casa de custódia. Como Silvia não tem curso superior, ficará numa cela comum, mas sozinha, para não ser linchada. Se condenadas, as duas podem pegar até 24 anos de prisão. Durante a transferência, a empresária tentou jogar a culpa na empregada.

- Ela falava assim: tem que fazer isso com a menina, porque senão ela vai virar bandida. Ela ficava me induzindo - disse Silvia.

A empregada, por sua vez, negou as acusações: - Ela quer me culpar, mas eu nunca bati na menina. Não a denunciei porque ela me chantageava. Segundo a delegada do caso, Adriana Accorsi, a menina disse que chegou a ficar até três dias sem comer e que chegou a ser forçada a ingerir fezes e urina de cachorro. Disse também que a empresária costumava passar pimenta em seus olhos e boca. A tortura teria começado há cerca de seis meses.
O caso chocou a cidade. Nesta terça, a menina, que está em um abrigo, recebeu roupas e brinquedos, entre eles uma bicicleta que ela revelou ser o "presente de seus sonhos". Um empresário prometeu bancar os estudos dela até a faculdade. A menina não freqüenta a escola desde o ano passado porque foi reprovada por faltas. Ela também recebeu nesta terça a visita dos pais biológicos, Lourenço Rodrigues Ferreira, que mora em Goiânia, e Joana D'Arc da Silva, que vive em Pires do Rio, interior do estado.

O casal prestou depoimento e ambos alegaram desconhecer as torturas. O pai garantiu que não autorizou a "doação" da filha. Ele disse que várias vezes tentou visitá-la, mas foi impedido pela empresária.

- A empregada sempre dizia que ela não estava em casa - declarou. O juiz da Infância e Juventude de Goiânia, Maurício Porfírio Rosa, afirmou que aguarda as investigações para decidir se devolverá a menina aos pais.
- Ela já disse que quer morar com o pai. A princípio, achamos que ele tem esse direito - afirmou .

A delegada ainda avalia se a mãe da menina será indiciada por omissão. A polícia apurou que a dona de casa recebeu dinheiro para deixar a filha com a empresária.

No flagrante de segunda-feira, a polícia filmou a adolescente presa a uma escada de ferro no terraço do apartamento e amordaçada com esparadrapos. - Só a psiquiatria pode explicar o que é tamanha crueldade - disse a delegada. A menina disse que quer voltar a viver com os pais: - Pedia ajuda a Deus. Agora, quero ser feliz com o meu pai e estudar. E ter minha bicicleta. A mãe biológica da criança pediu Justiça: - Eu quero justiça. Silvia jurou que ia cuidar da minha filha e que iria ajudá-la - afirmou a mãe.
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O ESTADÃO
Quarta-Feira, 19 de Março de 2008
Outra jovem acusa empresária de maus-tratos e tortura em GO
Rubens Santos, GOIÂNIA
Lorena Coelho Reis, de 20 anos, denunciou ontem à Polícia Civil de Goiás que foi torturada pela empresária Sílvia Calabrese Lima, de 42 anos, presa anteontem, em Goiânia, sob acusação de maus-tratos contra a menina L., de 12 anos. Ontem à tarde, no 5º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia, cidade vizinha a Goiânia, Lorena relatou à delegada Carolina Paim que morou na casa da empresária quando tinha 14 anos. Durante um ano, disse, viveu dias de violência que só terminaram na festa de seus 15 anos, em 2003. "Aproveitei que todos festejavam e fugi", afirmou Lorena, em depoimento.
De acordo com a polícia, Silvia já tem ficha criminal por três casos de maus-tratos, mas não foram fornecidos detalhes.Segundo o diretor do Instituto Médico-Legal (IML), o patologista Ademar Cândido de Souza, o exame de corpo de delito de L. constatou lesões em várias partes do corpo. Todas provocadas por material perfuro-contundente e térmicos, o que seria a causa, além dos ferimentos, de queimaduras na língua, embaixo das unhas das mãos e nas nádegas.
Quando foi libertada pela polícia, a menina L. estava acorrentada pelos pés e pelas mãos num canto da área de serviço, ao lado da escada de acesso à caixa-d?água do edifício. A empresária mora com a família em uma cobertura de mais de 200 metros quadrados. O imóvel fica no bairro Setor Marista, um dos locais que têm o metro quadrado mais caro da cidade.
A empresária e sua empregada doméstica, Vanice Maria Novais, de 23, também acusada de torturar L., foram transferidas ontem para o Centro de Prisão Provisória (CPP). Quando foram presas, as duas discutiram: "Ela mandou bater, passar pimenta na boca da menina, prender o dedo dela na porta", disse Vanice. "É tudo mentira, você fez tudo isso e agora quer me incriminar", afirmou Sílvia.
O caso chocou a cidade e até o advogado de Sílvia ameaça abandonar o caso. "Trata-se de uma causa difícil de ser patrocinada. Se os fatos forem verdadeiros, dificilmente continuarei no caso", afirmou o advogado Darlan Alves Ferreira. Ele explicou que Sílvia "avocou o direito de falar só em juízo".
Sílvia, que, segundo a polícia, havia sido menina de rua, vivia no apartamento com o marido, o engenheiro civil Marco Antônio Calabrese Lima, sua mãe adotiva - que não foi localizada - e três filhos do casal: dois deles estudantes de Engenharia Civil e um menino de 6 anos.
O marido de Sílvia deve prestar depoimento hoje. A polícia quer saber até que ponto ele sabia das sessões de tortura que aconteciam dentro de sua casa. O engenheiro já declarou que desconhecia o crime. "Ele está transtornado, disse que não sabia dos fatos", afirmou o advogado Darlan. "É aquela história do marido traído, que saiu para o futebol. Ele saía para o trabalho às 6h30 e voltava à noite", afirmou. A delegada Adriana Accorsi disse que, se ele não aparecer, vai pedir sua prisão preventiva na condição de omisso e conivente à situação criada pela mulher.
Joana Darc da Silva, mãe biológica de L., disse que esteve "muitas vezes no apartamento". "Mas nunca vi nada diferente (anormal) na menina", declarou ontem, após depoimento.
Joana Darc também revelou que a adoção foi feita "de boca", sem "papel passado" e que desejava o crescimento físico e intelectual da menina. Depois da adoção, ela disse não ter tido nenhum contato com a nova família da garota. Segundo ela, foi assim com os demais cinco filhos. "Só um vive comigo." A polícia ainda não decidiu se ela será indiciada por ter entregue a menina sem passar pelo processo de adoção.
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O GLOBO
Crueldade
Publicada em 21/03/2008
Menina torturada diz que marido da empresária sabia das agressões
GOIÂNIA e RIO - A menina de 12 anos que era torturada pela empresária da construção civil de Goiânia Silvia Calabrese acusou nesta quinta-feira, em entrevista, o marido dela, o engenheiro Marco Antônio Calabrese, de ser conivente com os crimes. Ela relatou que em uma ocasião foi vista por ele amordaçada, limpando o banheiro do apartamento em que era mantida presa, e o pediu ajuda. Segundo a menina, o engenheiro teria tentado tirá-la do apartamento, mas a pedido da mulher voltou atrás.
Na quarta, em depoimento à polícia, o engenheiro se disse surpreso com a denúncia contra sua mulher e negou que tivesse conhecimento das torturas a que a menina vinha sendo submetida. Admitiu que viu o dente dela quebrado e que ela fazia trabalhos domésticos, mas ressalvou que nunca presenciou a violência porque viajava muito. Segundo a delegada Adriana Accorsi, ele será indiciado por omissão. A pena prevista é de quatro anos.
A menina foi nesta quinta ao Fórum de Goiânia e reiterou as denúncias contra Silvia Calabrese, presa em flagrante na última segunda-feira. Em companhia do juiz da Infância e Juventude, Maurício Porfírio Rosa, ela falou em vídeo-conferência aos jornalistas e afirmou que "tem dó e não deseja nada de mal para Sílvia". O juiz informou que está avaliando se entregará a menina aos pais biológicos e o retorno dela à escola, na próxima semana. O juiz disse que a vontade da menina irá pesar na decisão.
Também nesta quinta, a mãe adotiva da agressora, uma professora aposentada, de 82 anos, foi localizada e se disse "chocada" com a violência praticada pela filha. A professora, que pediu para não ter o nome divulgado, contou que adotou Silvia quando ela tinha 12 anos. Ontem à tarde, ela foi levada pelo filho biológico para uma cidade do interior para ser poupada das repercussões do crime pela imprensa.
- É um animal quem faz isso - afirmou ela, em entrevista a uma emissora local.
Apesar da afirmação, a aposentada, que morava há quatro anos no apartamento de Sílvia, contou ter visto os sinais de maus-tratos no corpo da menina - a língua mutilada e um dente quebrado -, mas afirmou que não presenciou a violência.
- Ela levava (a menina) para o quarto, trancava a porta para bater e a gente não ouvia nada - descreveu.
A professora afirmou que, às escondidas, chegou a dar restos de sua comida para a menina, que ficava dias sem comer:
- Um dia a Sílvia descobriu e se zangou demais comigo. Disse que estava punindo a menina e a melhor forma era deixar com fome para ver se ela se corrigia.
A aposentada contou que Silvia era muito nervosa e atribuiu o descontrole emocional da empresária à sua infância conturbada. De acordo com a mãe adotiva, Sílvia ficou órfã ainda criança e, como seus familiares eram muito pobres, a colocaram num orfanato, em Goiânia. Ela teria passado por três abrigos e chegou a ser expulsa de um deles, até chegar à instituição (hoje uma creche) onde a aposentada atuava como voluntária, em 1976.
Na época, Silvia tinha 12 anos e foi acolhida pela professora que já tinha três filhas adotivas, além do filho biológico.
- Sempre tratei todos com amor e carinho, nunca dei esse exemplo - disse
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GLOBO.COM

18/03/2008

Menina de 4 anos e 7 kg é encontrada em situação de abandono

O Conselho Tutelar de Barreiras (BA) encaminhou uma denúncia para o Ministério Público sobre maus-tratos a uma menina de 4 anos. A criança tem cerca de 7 quilos e foi encontrada na casa dos tios em estado avançado de desnutrição. Ela está internada no Hospital do Oeste desde 11 de março e recebe alimentação por meio de sonda.

Os conselheiros chegaram ao local onde a criança era mantida depois de receber reclamações de vizinhos, que informaram a situação de abandono da menina. Segundo a conselheira Zenaide Rodrigues, a vítima estava sozinha no imóvel, deitada na cama e com um aparelho de som ligado no volume máximo.

Segundo Zenaide, a tia da menina chegou visivelmente alcoolizada e quis impedir que a criança fosse levada para o hospital. A situação foi contornada e a criança levada para o Hospital do Oeste.

A médica Sandra Elisabeth, responsável pelo atendimento da criança, disse que a avó foi chamada pra acompanhar o tratamento da neta no hospital. Ela constatou que a desnutrição já provocava complicações na saúde da vítima. "Com 4 anos, a menina pesa menos de 8 quilos, peso equivalente de uma criança de 6 meses", disse Sandra.

A mãe biológica da menina foi encontrada pelos conselheiros tutelares com outros três filhos. "Assim como a tia da menina, a mãe foi encontrada visivelmente embriagada e com outras três crianças para cuidar", disse Zenaide.

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Que horror! Nossas crianças e jovens pedem SOCORRO.

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