SEMEC lança documento defasado
Lançado no último dia 15 de fevereiro e recentemente distribuído a todos os professores e pedagogos lotados nas escolas municipais, o documento intitulado "Diretrizes Curriculares do Município de Teresina" já pode ser considerado ultrapassado, em virtude de o Secretário Municipal de Educação, Washington Bonfim haver expedido a Portaria N° 036 / 2008 / GAB / SEMEC, datada de 29 de janeiro de 2008, reduzindo carga horária e excluindo disciplinas da grade curricular do Ensino Fundamental; tal decisão contraria o que se encontra previsto no documento que levou anos de estudos, pesquisas e debates na sua elaboração.
Exemplo disso, são as disciplinas de Ensino Religioso e Arte que, de acordo com as Diretrizes Curriculares (TEORIA), devem ser ministradas do 1º ao 9º ano. Já a Portaria do Secretário Washington Bonfim (PRÁTICA) determina que Ensino Religioso seja ministrada apenas nos 8º e 9º anos (duas aulas semanis) e que Arte seja ministrada somente nos 6º e 7º anos (duas aulas semanais).
Enquanto na teoria o Secretário assume declarações do tipo: “o material é um indicador claro do compromisso da administração municipal com a qualidade da educação” e “não dá para pensar em educação sem levar em consideração um guia que aponte um caminho aos professores”. Na prática, a postura por ele adotada é, no mínimo questionável. Onde já se viu expedir uma Portaria alterando um documento que há vários anos era esperado e cujo principal objetivo é "subsidiar a prática docente nas escolas e centros de educação infantil" de Teresina, antes mesmo do seu lançamento e da sua apresentação aos professores?
Além de reduzir carga horária e excluir disciplinas, a Portaria assinada pelo Secretário Bonfim, também define a quantidade de turmas, por disciplina, que os professores devem assumir em cada turno trabalhado. O que está por trás disso?
Isso nos parece mais um chavão em torno do discurso com a QUALIDADE DA EDUCAÇÃO e gastos desnecessários com uma campanha de marketing às vésperas de mais uma eleição municipal. Se por um lado a SEMEC desperdiçou dinheiro, com a elaboração, impressão (4 mil exemplares) e lançamento de um documento ultrapassado, por outro o Secretário, busca economizar recursos, remanejando professores, como os de Ensino Religioso e Arte, que, a pretexto de complementar a carga horária, são obrigados a assumir disciplinas diferentes (na mesma escola) ou escolas diferentes (na mesma disciplina); pasmem! É assim que a SEMEC investe na QUALIDADE DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL. Decisões como essa carecem da intervenção do Conselho Municipal de Educação.
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