As uniões de homens mais velhos com mulheres bem mais novas de acordo com os dados da Pnad não é um modelo em extinção. Os arranjos familiares onde a diferença de idade do homem para a mulher era de 15 a 29 aumentaram de 6,6 % para 7,2 %, passando de 1,4 milhão para 2,0 milhões. Vale lembrar que, em todo o país, a idade média das mulheres no primeiro casamento, apontada pelas Estatísticas do Registro Civil,´e três anos inferior a dos homens ( 25 anos, enquanto a dos homens é 28 anos). Ao analisar a escolaridade média do homem e da mulher de acordo com o diferencial de idade entre eles, o estudo observou que este não é um aspecto determinante entre as uniões. No entanto, chamaram a atenção dois casos específicos: no primeiro, em que o homem tinha de 15 a 19 anos a mais que a mulher, e ocupava a posição de cônjuge (a mulher era chefe), verificou-se a maior diferença de escolaridade entre o casal, pois a mulher possuía em média 1,4 ano de estudo a mais. No segundo caso, para as mulheres chefes com idade pelo menos 19 anos superior a dos homens, a média de anos de estudo da mulher era inferior à do homem em média 1 ano. A análise da escolaridade média do casal também revelou que os casais com maior diferença de idade possuem uma menor média de anos de estudo. Quanto ao rendimento, em média as mulheres recebem cerca de 70% do rendimento auferido pelos homens. No caso das famílias onde o homem tem idade superior à da mulher (73% dos arranjos compostos por casal), se o homem é o chefe da família as mulheres recebem em média cerca de 33% do rendimento do homem 1. Considerando este mesmo tipo de arranjo, mas onde o homem é cônjuge (a mulher é chefe), esta ainda percebe menos que o homem, em média 65%. A única exceção foi observada nas famílias onde a diferença de idade entre o casal era de 20 a 29 anos, onde a mulher chefe com idade inferior a do marido, tinha um rendimento 18% maior. Mulheres com idade superior a dos homens ganham mais quando são chefes de família Nos arranjos familiares onde a mulher tem idade superior à do homem se a mulher é chefe, ela apresenta um rendimento superior ao do cônjuge em quase todos os arranjos de acordo com os diferencias de idade, exceto na faixa de 1 a 4 anos de diferença etária, em que os homens recebem cerca de 9% mais que a mulher. Por outro lado, chama a atenção que no caso das mulheres com mais idade que o cônjuge, o diferencial de rendimento entre o casal aumenta de acordo que avança a diferença de idade. Para as mulheres com uma diferença de idade de 30 anos ou mais em relação ao cônjuge, o rendimento deste representa apenas 25% do rendimento da mulher. Nos casos onde a mulher tem idade superior à do homem, mas na família ela assume a posição de cônjuge, as mulheres apresentam um rendimento médio menor. Diferença esta que diminui à medida que avança o diferencial de idade entre o casal, o que permite verificar quanto o rendimento é importante na determinação da pessoa de referência na família. Com relação aos níveis de ocupação do casal, pôde-se observar que os resultados estavam bem próximos ao padrão observado para homens e mulheres no mercado de trabalho como um todo (em média cerca de 70% para os homens e 50% para as mulheres). À medida que aumentaram os diferenciais de idade diminuíram o nível de ocupação, o que era de se esperar pois um integrante do casal possuía uma idade mais avançada. Outro aspecto observado é a relação direta entre a posição de chefe e os níveis de ocupação (tais níveis tendem a ser maiores quando a pessoa é chefe). Dois outros aspectos chamaram a atenção: nos arranjos onde o homem tinha idade superior à da mulher e o diferencial de idade entre o casal era de 30 anos ou mais, o nível de ocupação da mulher era de cerca de 42%, abaixo do observado para o conjunto da população. Uma hipótese para explicar tal resultado pode ser o fato de que nas famílias onde a mulher cônjuge é bem mais jovem, haja uma pressão no âmbito familiar para que se dedique apenas à família e aos afazeres domésticos. Por outro lado, no caso onde a mulher possuía uma idade bem mais avançada que o homem, o baixo nível de ocupação pode estar refletindo a redução de atividade desta com a idade, bem como uma maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho ou a inatividade decorrente da aposentadoria. No Brasil, as desigualdades entre as áreas urbana e rural são expressivas, no entanto, este estudo não apresentou comportamento tão desigual. Com relação aos arranjos familiares formados por casal de acordo com o diferencial de idade, verificou-se que na área rural a proporção de arranjos em que a mulher tem idade superior à do homem é menor (16,7%). Com efeito, nos arranjos onde a idade do homem é maior que a idade da mulher, nas faixas de maior diferença de idade (acima de 9 anos), a proporção de arranjos é de 22,2%, enquanto que para o conjunto do país a proporção é de 19,8%. ___________________________________________ o cálculo do rendimento médio de todas as fontes foram consideradas, inclusive, as pessoas sem rendimento. Comunicação Social - 07 de março de 2008
Mulheres predominam entre os que procuram trabalho Em janeiro de 2008 a taxa de desocupação entre as mulheres foi de 10,1% e de 6,2% entre os homens. Em relação a janeiro de 2003 observou-se queda na taxa de desocupação entre homens e mulheres, sendo que entre elas essa queda foi de 3,4 pontos percentuais, enquanto que entre os homens essa redução foi de 3,2 pontos percentuais, como mostra o gráfico a seguir. Em média, o rendimento das mulheres equivale a 71,3% do recebido pelos homens O rendimento médio habitual das mulheres em janeiro de 2008 foi de R$ 956,80, enquanto que o dos homens foi de R$ 1.342,70 para o conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego. A partir desses valores, verifica-se que as mulheres recebem 71,3% do rendimento dos homens. Na análise de cada região metropolitana, esse percentual foi de 75,9% em Recife, 74,2% em Salvador, 65,2% em Belo Horizonte, 75,6% no Rio de Janeiro, 70,4% em São Paulo e 69,3% em Porto Alegre. A partir dos dados da tabela abaixo, observa-se que entre 2003 e 2008, o crescimento do rendimento da mulher foi maior no Rio de Janeiro, 16,5% (de R$ 817,20 para R$ 952,90) e menor em São Paulo, onde houve redução de 2,2% (de R$ 1.100,86 para R$ 1076,40). Nota-se, ainda, que na região metropolitana de São Paulo ocorreram os maiores rendimentos médios habituais, tanto para os homens quanto para as mulheres. Por outro lado, em Recife, homens e mulheres têm os menores rendimentos. Mulheres com nível superior recebem 60% do rendimento dos homens Para as mulheres que possuem nível superior completo, o rendimento médio habitual foi de R$ 2.291,80 em janeiro de 2008; enquanto que para os homens esse valor foi de R$ 3.841,40. Ainda que comparando trabalhadores que possuem o nível superior, o rendimento das mulheres é cerca de 60% do rendimento dos homens, indicando que mesmo com grau de escolaridade mais elevado as discrepâncias salariais entre homens e mulheres não diminuem. Entre as mulheres ocupadas, 37,8% tinham carteira de trabalho assinada No que se refere às formas de inserção, em janeiro de 2008 das mulheres ocupadas, 37,8% tinham trabalho com Carteira Assinada no Setor Privado , enquanto que entre os homens esse percentual foi de 48,6%. Em janeiro de 2003, as proporções de homens e de mulheres com carteira assinada eram, respectivamente de 35,5% e de 44,3%. Entre os Trabalhadores Doméstico a participação foi de 16,5% e de 0,7%, respectivamente, para mulheres e homens. Nas demais formas de inserção, as mulheres ocupadas estavam distribuídas da seguinte forma : Empregadas sem Carteira Assinada , 12,1%; Conta Própria , 16,9% e Empregadoras , 3,0%. Em termos regionais, a maior concentração de mulheres ocupadas com carteira assinada foi na região metropolitana de Porto Alegre (42,4%); e na região metropolitana de Salvador, o maior percentual das mulheres ocupadas em trabalhos domésticos (18,9%) em janeiro de 2008. Mulheres predominam nos Serviços Domésticos e na Administração Pública Analisando a distribuição entre as atividades econômicas , em janeiro de 2008, das mulheres ocupadas verificamos que 16,5% estavam nos Serviços Domésticos ; 22,0% na Administração Pública, Educação, Defesa, Segurança, Saúde ; 13,3% nos Serviços prestados à Empresa ; 13,1% na Indústria ; 0,6% na Construção , 17,4% no Comércio e 17,0% em Outros Serviços e Outras Atividades . Entre os homens ocupados predomina a participação na industria, 20,0%, e diferentemente das mulheres, eles têm um maior percentual de ocupação na construção, 12,0% e presença reduzida nos Serviços Domésticos , 0,7%. Escolaridade das mulheres permanece mais alta que a dos homens Entre as mulheres trabalhadoras, 51,3% possuíam 11 anos ou mais de estudo em janeiro de 2003, contra 59,9% em janeiro de 2008. Entre os homens, esses mesmos níveis de escolaridade eram de 41,9% e 51,9%, respectivamente, nos meses de janeiro de 2003 e de 2008. Mulheres predominam entre os trabalhadores com jornadas menos extensas Cerca de metade de homens e mulheres ocupados, 51,6% e 49,5% respectivamente, trabalham entre 40 e 44 horas semanais. No entanto, em faixas menores ou iguais a 39 horas, a população ocupada feminina predomina, com 26,4%, contra 10,1 % dos homens. O inverso se verifica na faixa de trabalho maior que 45 horas semanais, com percentuais de 38,2% para homens e 24,1% para as mulheres. Comunicação Social 07 de março de 2008
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