Ex-premiê disse estar ressentido com o repúdio da população
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, entregou sua carta de renúncia neste sábado ao chefe de Estado, Giorgio Napolitano. Aos 75 anos, ele havia se comprometido no último dia 8 a renunciar após o Parlamento aprovar a Lei de Orçamentos para 2012,que inclui as reformas econômicas exigidas à Itália pela União Europeia. A decisão abriu caminho para a saída do político italiano do governo e para a formação de um governo de emergência.
Quando saía de sua residência em Roma, o palácio Grazioli, Berlusconi foi vaiado por dezenas de pessoas. Enquanto isso, uma multidão o esperava na praça do palácio Quirinale, sede da Presidência, aos gritos de "Quem não saltar é Berlusconi", "Renúncia, renúncia", "Bufão" e "Saia". Berlusconi teve que fazer um percurso alternativo para chegar ao Quirinale devido à quantidade de pessoas concentradas na praça e nas ruas adjacentes. Fontes de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), disseram que o premiê se sente "muito amargurado" por estes atos dos cidadãos contra ele.
Segundo as leis italianas, Napolitano se "reserva a decisão" (ou seja, se aceita ou não a renúncia) e amanhã começarão as consultas com os partidos políticos para a formação de um novo Executivo. A norma estabelece que o chefe do Estado deve ser reunir com os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Renato Schifani e Gianfranco Fini, respectivamente, depois com os porta-vozes dos grupos parlamentares e conclua com os presidentes eméritos da República.
Não se descarta que, no próprio domingo, Napolitano encarregue a formação de um novo governo, com o objetivo de que na segunda-feira, quando os mercados financeiros abrirem, a Itália tenha novo Executivo que inicie as medidas econômicas exigidas pela UE. A opção mais provável é formação de um gabinete técnico, presidido pelo economista e ex-comissário europeu Mario Monti, que conta com um grande apoio entre as forças parlamentares.
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