É
correto afirmar que, nos últimos 24 anos, muita coisa mudou no Brasil,
especialmente na Educação. A Constituição de 05.10.1988
estabeleceu competências nessa área (quem faz o quê) e garantiu recursos, ao
definir percentuais obrigatórios das receitas da União, dos estados e dos
municípios para investimento em educação.
Essa nova realidade constitucional serviu de esteio para a
criação dos Fundos (FUNDEF, 1996 e FUNDEB, 2004). Nesse período, ganhamos
também uma nova LDB, o Plano Nacional de Educação e a Lei do Piso. Essa
última aponta para a necessidade de valorização profissional, no contexto de um
sistema educacional universal e de qualidade.
Entretanto, essa marcha de avanços apresenta sinais de
estrangulamento: a universalização ainda não é fato, os
profissionais ganham uma miséria e a qualidade da educação básica vai de mal a
pior.
Trata-se de um entrave de gestão, cuja solução passa
obrigatoriamente pela ruptura do modelo.
Como imaginar um padrão de qualidade na Educação Básica Pública,
se ela permanecer entregue a 5.565 prefeituras e 27 estados, cada um
fazendo o que bem quer?
Não existe um mínimo de unidade na forma de avaliação, na
organização interna do sistema, nos critérios de escolha dos gestores ou na
política de recursos humanos.
Se não, vejamos: num município há retenção, noutro promoção
automática; aqui a média é seis, ali é sete; aqui se expressa a avaliação em
conceitos, ali em números; aqui a organização é em série, ali em ciclo. E
quanto aos recursos humanos: aqui o Plano de Carreira possui duas Classes
(Médio e Superior), ali o Plano prevê cinco (Medio, Graduação, Especialização,
Mestrado, Doutorado); aqui a promoção é por antiguidade, ali já é por mérito...
E, assim, por diante!
Parece-me então que a saída é federalizar a Educação Básica
Pública. A União
passaria a ser a gestora única do sistema, para proporcionar educação universal
e de qualidade para todos(as) os(as) brasileiros(as), evitando o desperdício de
recursos, garantindo unidade/identidade na organização interna do sistema, nas
formas de avaliação, nos salários, nas carreiras, na forma de admissão.
Enfim, recuperando a autoridade da escola e construindo uma cultura de
valorização da educação.
Nesse sentido, há uma proposta do Senador Cristóvam Buarque que
merece maior atenção de todos nós.
Agora, pergunte a esses prefeitos e governadores, que reclamam
da falta de recursos para promoção da educação, se eles concordam com essa
medida.
"EDUCAÇÃO, ÉS TUDO!"
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