Ao contrário do ano passado, a diretoria do SINDSERM iniciou
o mês de fevereiro convocando servidores(as) municipais para uma Assembleia
Geral, a fim de discutir e referendar a deflagração da greve na educação
municipal, aprovada em 18 de novembro.
Em 2011, a
primeira assembléia aconteceu somente no dia 28 de fevereiro. O mês de março
passou em branco. E a segunda assembleia ocorreu em 11 de abril, sendo que a
deflagração da greve se deu apenas em 28/04.
Aparentemente,
houve uma mudança considerável na condução da luta. Mas, na essência, nada
mudou: a inércia, a inoperância, a incompetência, a falta de humildade e o
personalismo da atual diretoria continuam travando encaminhamentos necessários
às demandas da base.
Quem
esteve presente na assembleia da segunda-feira (06.02), teve a oportunidade de
registrar a desorganização, a falta de objetividade, as picuinhas e a desunião
das facções partidárias que dirigem o Sindicato. E, como sempre, especulações e
publicidade em cima de denúncias vazias.
De
concreto mesmo, só a deflagração de uma greve a ser construída “nas coxas”; a
escolha de uma "comissão" de negociação e muitas queixas de
servidores(as) acerca da falta de divulgação. Depoimentos dão conta de que em
muitos locais de trabalho, não chegou qualquer material do Sindicato,
convocando-os para a assembléia.
É
lastimável o despreparo dos nossos representantes tanto para organizar e
conduzir a luta como para lidar com as diferenças, principalmente, no campo das
ideias. O autoritarismo e a arrogância tem gerado um clima desagradável e
desrespeitoso para com quem lá comparece.
Solidarizo-me
particularmente com o Professor Pachêco, que tem sido alvo de ataques e
queimações gratuitas por parte de alguns diretores despreparados do SINDSERM
que se sentem ameaçados com sua presença e o tratam como inimigo. Ele tem pago
um preço muito alto por ter sido competente, dedicado, democrático e coerente
durante os seis anos que presidiu nosso Sindicato.
Na
assembléia da segunda feira foi destratado e acusado de inimigo da categoria,
pelo simples fato de ter apresentado uma proposta diferente, mas não contrária
à da diretoria. Vejam:
PROPOSTA
Nº 01 (apresentada pelo Professor Pachêco): GREVE
DO MAGISTÉRIO - envolvendo apenas professores(as) e pedagogos(as)
Os
seguintes pontos de pauta seriam o eixo das reivindicações:
1. Reajuste do Piso Salarial
Profissional Nacional, aplicando 22,23% de reajuste para todas as classes e
níveis e retroativo ao mês de janeiro;
2. Cumprimento do horário
pedagógico estabelecido na lei federal 11.738, que estabelece que apenas 2/3 da
carga horária devem ser cumpridos em sala de aula;
3. Realização das eleições para
a direção de todas as escolas e CMEIS.
PROPOSTA
Nº 02 (apresentada pela direção do sindicato): GREVE
DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL - envolvendo todo o pessoal que lotado na SEMEC (sede e
escolas). Dentre os pontos de pauta de reivindicações destacam-se:
"1. Realização eleições para a direção de
todas as escolas e CMEIS, uma vez que o prefeito pretende colocar seus cabos
eleitorais para dirigir os estabelecimentos de ensino , acabando com eleições
que existem desde 1986;
2. Cumprimento da Lei federal 11.738, pagando o
Piso Salarial Profissional Nacional, aplicando 22% de reajuste para todas as classes
e níveis, além do cumprimento do horário pedagógico estabelecido nesta mesma
lei, segundo a qual apenas 2/3 da carga horária deve ser cumprido em sala de
aula;
3. Pagamento de todas as horas- aula excedentes
trabalhadas em sala de aula, quando deveriam estar sendo ocupadas com horário
pedagógico (extra-classe);
4. Implantação do auxílio-transporte em pecúnia
(dinheiro) em substituição ao cartão de crédito credishop. imposto
arbitrariamente aos servidores municipais;
5. Fim das remoções ilegais e do assédio moral;
6. Reformulação do PCCS do magistério,
contemplando a legislação federal e as modificações que garantam a
redução de carga horária, vinculação da GID a 100%, escalonamento percentual
entre classes e níveis, afastamento integral remunerado para cursar
pós-graduação, titulação a 15%, 30% e 50% para especialização, mestrado e
doutorado, respectivamente, dentre várias outras reivindicações." (transcrito
do blog Sindserm - THE)
A proposta apresentada
pelo colega Pachêco - GREVE DO MAGISTÉRIO MUNICIPAL - sem dúvida, a mais viável
para a categoria e para uma diretoria responsável e preocupada em alcançar
êxito na luta, infelizmente, foi descartada.
A segunda
proposta GREVE DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL foi aprovada, porém, trata-se de uma
incoerência muito grande, uma vez que hoje, na PMT a quantidade de
servidores(as) terceirizados(as) é enorme, em todos os setores. Nas escolas,
por exemplo, com exceção do pessoal do magistério, quase todo o pessoal é
terceirizado: do Agente de Portaria ao Auxiliar de Secretaria. Dentre os poucos efetivos ainda existentes, grande parte é
vigia - que não pode "grevar", pois trabalha em regime de plantão. É
oportuno destacar que desde 1991, não foi mais admitido servidor administrativo
para o quadro efetivo.
Todos à ASSEMBLEIA ESPECÍFICA DA EDUCAÇÃO,
nesta quinta-feira (09/02), às 8 horas da manhã, na frente da SEMEC.
Janete Freitas - professora e ex-diretora do
SINDSERM
Nenhum comentário:
Postar um comentário