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quarta-feira, 14 de maio de 2008

SAÚDE - PARA FALAR MACIO

Tratamentos de "estética vocal" ajudam a conservar a voz mais jovem
TATIANA SCHIBUOLA
Personal trainer para um corpo firme, dermatologista para uma pele de porcelana, cirurgião plástico para os casos mais drásticos. A que outros profissionais uma mulher pode recorrer para parecer mais bonita e mais jovem? A resposta está nos consultórios de fonoaudiologia. Sim, porque a voz – uma das mais poderosas ferramentas de sedução, como comprovou estudo publicado em 2004 no jornal americano Evolution and Human Behavior –, como tudo o mais, envelhece. "Ela tem sua máxima eficiência entre os 25 e os 45 anos de idade", diz a fonoaudióloga Vivian de Oliveira. "A partir daí, processos como atrofia dos músculos que formam as cordas vocais, perda da elasticidade de seus ligamentos, inchaço e calcificação das cartilagens da laringe vão fazendo com que a voz perca velocidade, potência e, em alguns casos, comece a apresentar leves tremores", explica Carla Martins, fonoaudióloga.
Algumas alterações, como as que ocorrem durante o período menstrual e a gravidez, são passageiras. Mudanças hormonais fazem com que, nos dois casos, as cordas vocais fiquem inchadas e irritadas. "Por causa desse inchaço, a voz fica um pouco mais grossa e rouca", explica a fonoaudióloga Mara Behlau. Para quase 50% das mulheres, no entanto, a mudança mais importante – e permanente – acontece durante a menopausa. A baixa na taxa de hormônios femininos pode resultar em uma voz perceptivelmente mais grave e áspera.
A boa notícia é que a fonoaudiologia, que até há pouco tempo se preocupava quase que exclusivamente com os distúrbios da fala e da audição, se dedica cada vez mais a uma nova especialidade: a estética da voz. Os tratamentos podem ter como objetivo minimizar os efeitos do tempo, dos hormôniose do tabagismo sobre a voz ou simplesmente deixá-la mais bonita, fluida e agradável. Consistem, basicamente, em exercícios de respiração e outros que envolvem a pronúncia dos chamados sons facilitadores (veja o quadro abaixo). A repetição desses sons, sob orientação profissional, "recondiciona" as cordas vocais, melhorando suas condições biomecânicas. Na menopausa, as transformações se dão, principalmente, porque as cordas vocais, inchadas, ficam mais pesadas e, portanto, vibram menos. E, quanto menos uma voz vibra, mais grave ela se torna (uma voz feminina normal vibra de 180 a 220 vezes por segundo, enquanto a de um homem vibra de 100 a 120 vezes). Nesse caso, os exercícios prescritos pelos fonoaudiólogos vão procurar ativar a circulação sanguínea, de modo a facilitar as trocas celulares e reduzir a quantidade de líquidos que causam oinchaço. Há ainda exercícios que ensinam a "calibrar a voz". Por meio, novamente, da repetição de sons facilitadores, o paciente aprende a "deslocar" o foco da voz, fazendo com que ela, em vez de parecer saída do fundo da garganta, dê a impressão de brotar da ponta dos lábios – menos gutural e mais leve.
O inchaço causado pela inflamação das cordas vocais também é o principal motivo da voz grossa do fumante. Os exercícios que o fonoterapeuta indicará nesse caso não diferem muito daqueles prescritos para diminuir o inchaço das cordas causado pelas alterações hormonais na menopausa. Mas, ao melhorar a circulação sanguínea, eles também favorecerão a eliminação de toxinas, o que reduz a formação do pigarro (o "ran-ran" do fumante, que tem a secreção mais grossa, agride ainda mais as cordas vocais). Assim como pigarrear, falar alto demais e expor-se exageradamente ao ar condicionado são alguns dos hábitos inimigos de uma belavoz (veja o quadro abaixo). E uma bela voz não é coisa que mereça ser desprezada.
Ilustrações Paladino COM REPORTAGEM DE LUCIANA HRUBY http://veja.abril.com.br/especiais/mulher_2007/p_040.html

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