Motoristas e cobradores dizem que respeitarão lei, mas não se intimidarão
A greve dos motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina começa a meia noite. Os ônibus das linhas do “Corujão” (que rodam durante a madrugada) já não funcionam. Durante a assembléia, realizada no início da noite desta quarta, a categoria ignorou a contra proposta dos empresários, que aumentou apenas cinco reais no valor do tíquete-alimentação em relação aos últimos valores apresentados, que era de R$ 300.Logo no início da manhã desta quinta (15), fiscais do Sindicato dos Rodoviários irão para as garagens das empresas controlar a saída dos ônibus. Apenas 30% da frota, composta por 423 veículos, sairá para as ruas, respeitando a Lei de Greve. À tarde haverá uma assembléia da categoria no Teatro de Arena, localizado na Praça da Bandeira, centro de Teresina, para a avaliação do primeiro dia do movimento.
Pelo termo de ajuste de conduta assinado pela entidade com o Ministério Público Federal, os rodoviários devem respeitar três pontos básicos: não constranger trabalhadores mediante violência ou coação (física ou psicológica); não participar da suspensão de trabalho praticando violência contra pessoa ou coisa ou provocando interrupção de serviço de interesse público; e não estabelecer qualquer discriminação a trabalhadores em virtude de discordância com as oposições do sindicato. Em caso de descumprimento de qualquer um desses termos, a Procuradoria Regional do Trabalho imediatamente ingressará na Justiça pedindo que o juiz determine o pagamento de multa no valor de R$ 2 mil por dia para descumprimento de cada um dos termos.
“Nós iremos cumprir a Lei de Greve. Mas não gostaríamos de negociar com a Justiça. Nós queremos negociar é com os empresários. Fomos chamados até no Comando da Polícia para sermos advertidos. Não estamos em greve por nada. Estamos pedindo 8% para não passar fome”, diz o presidente do sindicato, Erivan dos Santos Silva.
Os motoristas e cobradores querem reajuste de 8% no salário, R$ 350 de tíquete-refeição e R$ 56 de plano de salário. Nos últimos anos, segundo dados do Sindicato dos Rodoviários, os reajustes salariais não acompanharam o aumento do salário mínimo nem da tarifa de ônibus. De acordo com Erivan, em 2001, o reajuste do salário foi de 7%, a tarifa aumentou 10%; em 2002 os índices se repetiram; em 2003 foram 7,9% de reajuste salarial e 27% na tarifa; já em 2005 foram 5% no salário e 11% na tarifa de ônibus; e no ano passado foram dados 4% no salário e 6,57% na tarifa.
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