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sábado, 8 de maio de 2010

8 de maio de 2010, véspera do "Dia das Mães": 6 ANOS APÓS A TRAGÉDIA DO COMPLEXO DE DEFESA DA CIDADANIA..

Em 8 de maio de 2004, assim como hoje, véspera do "Dia das Mães", 8(oito) adolescentes que se encontravam sob a tutela do Estado, no CDC, foram queimados vivos. Apenas um escapou com vida. Entre os mortos estava Mihhayl de Almeida Freitas, apreendido no mesmo dia da tragédia.
Ele foi recolhido pelo Estado, levado para uma instituição que, a priori deveria preservar sua integridade física e psicológia, mas, como se encontrava completamente despreparada e desorganizada, acabou tirando-lhe a vida.
E SE FOSSE SEU FILHO?
A Tragédia dos Queimados
Aproximadamente às vinte horas do dia 08 de maio de 2004 (sábado), aqui, em Teresina, Capital do Estado do Piauí, 08 adolescentes – a quem se atribuiu autoria de atos infracionais – privados de liberdade na cela 01 do Complexo de Defesa da Cidadania, instituição que abriga o Plantão Interinstitucional, destinado a cumprir as finalidades previstas no ECA (artigo 88, inciso V ), tentaram simular um incêndio para uma arriscada fuga, a fim de passarem "O DIA DAS MÃES" em casa.
Os adolescentes tiveram a idéia de tocar fogo em alguns colchões para chamar a atenção dos 14 servidores de plantão naquela noite no Complexo de “Defesa da Cidadania" e provocar uma fuga.
A iniciativa fracassou. Para o azar deles, os colchões utilizados eram de espuma, material de grande poder inflamável. Além disso, os extintores de incêndio existentes naquele prédio estavam com o prazo de validade vencido, sem a menor condição de serem utilizados.
O único sobrevivente da tragédia, W.J.S.S., só conseguiu escapar, com graves lesões nos braços e pernas, porque teve a iniciativa de recuar, molhar-se e proteger-se com um colchão molhado.
Os outros 07 adolescentes ficaram próximos à grade, parte mais afetada pelo fogo, gritando por socorro e aguardando que a abrissem a cela.
Nas paredes do banheiro, foram registrados vários escritos produzidos por atrito de sabonete de cor azul onde se liam nomes, apelidos e algumas frases, tendo chamado a atenção dos Técnicos da Perícia, as transcritas a seguir:
“NÃO VOU SORRIR SEM MOTIVO
SERIA FALSO
NÃO VOU CHORAR
PORQUE NÃOTEM LÁGRIMA
PRA TANTA DESGRAÇA. TIAU!”
"NÓS VOS PEDIMOS COM INSISTÊNCIA: NÃO DIGAM NUNCA “ISSO É NATURAL” DIANTE DOS ACONTECIMENTOS DE CADA DIA. NUMA ÉPOCA EM QUE REINA A CONFUSÃO, EM QUE CORRE SANGUE, EM QUE O ARBITRÁRIO TEM A FORÇA DE LEI, EM QUE A HUMANIDADE SE DESUMANIZA, NÃO DIGAM NUNCA: “ISSO É NATURAL” PARA QUE NADA PASSE A SER IMUTÁVEL!"
Bertolt Brecht

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