Pelo menos 23 escolas foram fechadas em um ano em Miguel Alves.
Por falta de merenda escolar os alunos são liberados mais cedo para casa.
Pais e professores da cidade de Miguel Alves, Norte do Piauí, estão preocupados com a situação dos mais de 8 mil alunos. De acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais, em um ano foram fechadas 23 escolas e as que ficaram funcionando têm estrutura precária. O problema é maior na zona rural, onde algumas crianças assistem aula em salas improvisadas.
A Escola Municipal Ana Costa Miranda, localizada no povoado Buritirana, funciona nos três turnos e os 134 alunos têm que se distribuir em apenas duas salas. Em cada turno são cinco turmas e as que sobram são colocadas em salas que foram improvisadas pelo corredor, pátio e direção da escola.
Na mesma unidade escolar falta merenda para os estudantes e por conta disso as crianças são liberadas mais cedo. “Algumas vêm para cá e relatam que nem tomaram café da manhã. O jeito é liberar mais cedo”, disse a diretora Maria de Lourdes.
Para a professora Joana Pereira, que dá aulas em um dos corredores, a situação é complicada. O quadro de acrílico pendurado na parede fica bem próximo dos alunos. Um espaço pequeno para a professora circular e as crianças também. “É muito difícil trabalhar assim. Não tem como ter rendimento”, resumiu.
Em outro ponto da zona rural de Miguel Alves, no povoado Sambaíba, a casa de taipa e palha nem de longe lembra uma escola, mas é lá que mais de 45 alunos assistem aulas, em uma sala de chão batido onde algumas paredes já ameaçam despencar por conta das chuvas. Com o fechamento das escolas, o espaço foi erguido pela própria comunidade, que há 14 anos espera pela construção de um colégio na região.
Sem alternativas, crianças entre 3 e 11 foram dividem a mesma sala de aula no chamado sistema multisseriado em que funcionam até quatro séries diferentes. O fogão enferrujado e com apenas uma panela em cima denuncia que na escola improvisada também há problemas com a falta de merenda escolar. Sem armários, copos e talheres são guardados em um balde plástico que fica no chão.
"Não temos a mínima condição de desempenhar o nosso trabalho", disse a professora Juliana Lopes.
"A gente quer que o problema seja resolvido porque desse jeito nem os alunos e nem os professores têm condições de dar aulas", disse a dona de casa Maria Rosalva.
Outro problema, segundo o Sindicato dos Servidores Municipais, é a quantidade de professores. São 347 docentes e desde o início do período letivo algumas escolas estão funcionando parcialmente devido à falta de profissionais. Segundo a presidente Rejane Coutinho, das 12 escolas que seriam fechadas pela prefeitura apenas três continuam em funcionamento.
"Escolas que foram reformadas no ano passado estavam cotadas para ser fechadas. Como isso pode acontecer? Então o dinheiro público foi gasto em uma escola que seria fechada", indagou.
A reportagem procurou o secretário de educação de Miguel Alves, mas foi informada por uma funcionária que o administrador estaria viajando.
Sobre os problemas relatados, a prefeita de Miguel Alves, Maria Salete Rego disse que há recursos garantidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a construção de quatro novas escolas. Em relação à falta de merenda escolar, a gestora afirmou que vai investigar uma possível deficiência no transporte que faz a entrega dos produtos e garantiu que há alimentos estocados na prefeitura.
Fiscalização
O vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, Francisco Soares, disse nesta terça-feira (1º) que irá protocolar um pedido de inspeção nas escolas que compõem o sistema público de Miguel Alves para identificar todos os problemas.
Fonte: G1 PI
Pais e professores da cidade de Miguel Alves, Norte do Piauí, estão preocupados com a situação dos mais de 8 mil alunos. De acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais, em um ano foram fechadas 23 escolas e as que ficaram funcionando têm estrutura precária. O problema é maior na zona rural, onde algumas crianças assistem aula em salas improvisadas.
A Escola Municipal Ana Costa Miranda, localizada no povoado Buritirana, funciona nos três turnos e os 134 alunos têm que se distribuir em apenas duas salas. Em cada turno são cinco turmas e as que sobram são colocadas em salas que foram improvisadas pelo corredor, pátio e direção da escola.
Na mesma unidade escolar falta merenda para os estudantes e por conta disso as crianças são liberadas mais cedo. “Algumas vêm para cá e relatam que nem tomaram café da manhã. O jeito é liberar mais cedo”, disse a diretora Maria de Lourdes.
Para a professora Joana Pereira, que dá aulas em um dos corredores, a situação é complicada. O quadro de acrílico pendurado na parede fica bem próximo dos alunos. Um espaço pequeno para a professora circular e as crianças também. “É muito difícil trabalhar assim. Não tem como ter rendimento”, resumiu.
Em outro ponto da zona rural de Miguel Alves, no povoado Sambaíba, a casa de taipa e palha nem de longe lembra uma escola, mas é lá que mais de 45 alunos assistem aulas, em uma sala de chão batido onde algumas paredes já ameaçam despencar por conta das chuvas. Com o fechamento das escolas, o espaço foi erguido pela própria comunidade, que há 14 anos espera pela construção de um colégio na região.
Sem alternativas, crianças entre 3 e 11 foram dividem a mesma sala de aula no chamado sistema multisseriado em que funcionam até quatro séries diferentes. O fogão enferrujado e com apenas uma panela em cima denuncia que na escola improvisada também há problemas com a falta de merenda escolar. Sem armários, copos e talheres são guardados em um balde plástico que fica no chão.
"Não temos a mínima condição de desempenhar o nosso trabalho", disse a professora Juliana Lopes.
"A gente quer que o problema seja resolvido porque desse jeito nem os alunos e nem os professores têm condições de dar aulas", disse a dona de casa Maria Rosalva.
Outro problema, segundo o Sindicato dos Servidores Municipais, é a quantidade de professores. São 347 docentes e desde o início do período letivo algumas escolas estão funcionando parcialmente devido à falta de profissionais. Segundo a presidente Rejane Coutinho, das 12 escolas que seriam fechadas pela prefeitura apenas três continuam em funcionamento.
"Escolas que foram reformadas no ano passado estavam cotadas para ser fechadas. Como isso pode acontecer? Então o dinheiro público foi gasto em uma escola que seria fechada", indagou.
A reportagem procurou o secretário de educação de Miguel Alves, mas foi informada por uma funcionária que o administrador estaria viajando.
Sobre os problemas relatados, a prefeita de Miguel Alves, Maria Salete Rego disse que há recursos garantidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a construção de quatro novas escolas. Em relação à falta de merenda escolar, a gestora afirmou que vai investigar uma possível deficiência no transporte que faz a entrega dos produtos e garantiu que há alimentos estocados na prefeitura.
Fiscalização
O vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, Francisco Soares, disse nesta terça-feira (1º) que irá protocolar um pedido de inspeção nas escolas que compõem o sistema público de Miguel Alves para identificar todos os problemas.
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