Fato foi registrado na Maternidade Dona Evangelina Rosa, a maior do estado.
Problema de superlotação ameaça vidas de recém-nascidos da unidade.
Um descaso com a saúde de recém-nascidos foi registrado nesta quarta-feira (2) por uma funcionária da Maternidade Dona Evangelina Rosa, a maior unidade neonatal pública do Piauí. A servidora fez imagens que mostram bebês dividindo o mesmo leito. Uma das fotos mostra quatro recém-nascidos dentro de um dos berços da sala RN. O espaço recebe os recém-nascidos que aguardam transferência para enfermarias, UTI Neonatal ou berçário.
Segundo a profissional, que não quis ser identificada, a situação é difícil. “Muitas crianças sadias são mantidas por até três dias no mesmo berço com outras que têm patologias, correndo risco de infecção ou até mesmo de morte. A sala RN fica superlotada de bebês sadios esperando vaga no berçário, e aqueles com patologia aguardam ser levados para a UTI que tem apenas 20 vagas”, revelou.
A servidora contou que o problema na maternidade é antigo e lamenta não poder fazer nada.
Segundo ela, quando os bebês são transferidos para ficar com as mães, nas enfermarias, já chegam debilitados. "Isso acontece porque ao dividir o mesmo leito com outros recém-nascidos eles acabam adquirindo alguma doença", contou.
“Damos o nosso jeitinho, pois somos responsáveis por elas quando estão na maternidade, mas nos sentimos de mãos atadas. Ficamos tristes com esta situação de colocar três a quatro crianças no mesmo berço, mas na RN temos apenas cinco leitos. Esta sala seria somente para medir e pesar as crianças, no entanto acaba funcionando como uma mini UTI”, comentou.
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Essa mesma situação já havia sido mostrada pelo G1 em setembro do ano passado quando uma médica postou fotos de dois bebês no mesmo leito em uma rede social.
O diretor da unidade de saúde, Francisco Martins, justificou que a situação não deveria existir, mas segundo ele, por conta da superlotação na maternidade a medida é necessária.
“A sala RN tem 10 leitos, mas nem deveria existir. Os bebês deveriam ser levados imediatamente para as enfermarias, no entanto, não há vagas e elas precisam aguardar a liberação de uma cama ou esperar a mãe retornar do centro cirúrgico. Estes casos acontecem quando a demanda é excessiva. Atualmente, a maternidade se encontra com 95% da sua capacidade preenchida. Estas crianças ficam na sala de RN apenas 10 ou 15 minutos aguardando a liberação da mãe e, dependendo do caso, alguns são encaminhados para a UTI”, argumentou.
Ao ver as imagens dos bebês dividindo o mesmo leito, o diretor relatou que os recém-nascidos das fotos são sadios e afirmou ser comum até duas crianças dividir o mesmo leito. “Quando temos seis partos ao mesmo tempo, não há espaços para alojar todos estes bebês. A maternidade é moldada, sua estrutura é comprometida e não tem como aumentar o número de leitos”, justificou.
Para Francisco Martins, somente a construção de outra maternidade resolverá o problema da lotação. Ele contou que no ano passado solicitou ao Ministério Público, através da promotora Claudia Seabra, que as maternidades da rede municipal realizassem mais partos e somente os casos mais graves fossem encaminhados para a Evangelina Rosa.
“Atualmente, as maternidades das prefeituras fazem apenas 14 partos, mas se houvesse um aumento de 10 cirurgias (nas unidades da PMT), a Maternidade Evangelina Rosa deixaria de fazer 300 partos normais por mês. Ao todo realizamos em média o nascimento de mil crianças durante um mês. Infelizmente, apenas algumas maternidades municipais assumem este compromisso, mas em passos lentos”, destacou.
Nesta quarta-feira (2), o diretor disse que cobrou do governador Wilson Martins a construção da nova maternidade e o gestor garantiu que irá assinar em breve a ordem de serviço para a construção da unidade.
Durante a inauguração do novo Banco de Leite da Evangelina Rosa, Francisco Martins levou o governador para visitar o Centro de Parto Normal, onde cinco apartamentos atenderão a Rede Cegonha, mas não estão funcionando por falta de profissionais. “A abertura desta área também desafogaria a sala de RN”, completou.
Fonte: G1 PI
Um descaso com a saúde de recém-nascidos foi registrado nesta quarta-feira (2) por uma funcionária da Maternidade Dona Evangelina Rosa, a maior unidade neonatal pública do Piauí. A servidora fez imagens que mostram bebês dividindo o mesmo leito. Uma das fotos mostra quatro recém-nascidos dentro de um dos berços da sala RN. O espaço recebe os recém-nascidos que aguardam transferência para enfermarias, UTI Neonatal ou berçário.
Segundo a profissional, que não quis ser identificada, a situação é difícil. “Muitas crianças sadias são mantidas por até três dias no mesmo berço com outras que têm patologias, correndo risco de infecção ou até mesmo de morte. A sala RN fica superlotada de bebês sadios esperando vaga no berçário, e aqueles com patologia aguardam ser levados para a UTI que tem apenas 20 vagas”, revelou.
A servidora contou que o problema na maternidade é antigo e lamenta não poder fazer nada.
Segundo ela, quando os bebês são transferidos para ficar com as mães, nas enfermarias, já chegam debilitados. "Isso acontece porque ao dividir o mesmo leito com outros recém-nascidos eles acabam adquirindo alguma doença", contou.
“Damos o nosso jeitinho, pois somos responsáveis por elas quando estão na maternidade, mas nos sentimos de mãos atadas. Ficamos tristes com esta situação de colocar três a quatro crianças no mesmo berço, mas na RN temos apenas cinco leitos. Esta sala seria somente para medir e pesar as crianças, no entanto acaba funcionando como uma mini UTI”, comentou.
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Essa mesma situação já havia sido mostrada pelo G1 em setembro do ano passado quando uma médica postou fotos de dois bebês no mesmo leito em uma rede social.
O diretor da unidade de saúde, Francisco Martins, justificou que a situação não deveria existir, mas segundo ele, por conta da superlotação na maternidade a medida é necessária.
“A sala RN tem 10 leitos, mas nem deveria existir. Os bebês deveriam ser levados imediatamente para as enfermarias, no entanto, não há vagas e elas precisam aguardar a liberação de uma cama ou esperar a mãe retornar do centro cirúrgico. Estes casos acontecem quando a demanda é excessiva. Atualmente, a maternidade se encontra com 95% da sua capacidade preenchida. Estas crianças ficam na sala de RN apenas 10 ou 15 minutos aguardando a liberação da mãe e, dependendo do caso, alguns são encaminhados para a UTI”, argumentou.
Ao ver as imagens dos bebês dividindo o mesmo leito, o diretor relatou que os recém-nascidos das fotos são sadios e afirmou ser comum até duas crianças dividir o mesmo leito. “Quando temos seis partos ao mesmo tempo, não há espaços para alojar todos estes bebês. A maternidade é moldada, sua estrutura é comprometida e não tem como aumentar o número de leitos”, justificou.
Para Francisco Martins, somente a construção de outra maternidade resolverá o problema da lotação. Ele contou que no ano passado solicitou ao Ministério Público, através da promotora Claudia Seabra, que as maternidades da rede municipal realizassem mais partos e somente os casos mais graves fossem encaminhados para a Evangelina Rosa.
“Atualmente, as maternidades das prefeituras fazem apenas 14 partos, mas se houvesse um aumento de 10 cirurgias (nas unidades da PMT), a Maternidade Evangelina Rosa deixaria de fazer 300 partos normais por mês. Ao todo realizamos em média o nascimento de mil crianças durante um mês. Infelizmente, apenas algumas maternidades municipais assumem este compromisso, mas em passos lentos”, destacou.
Nesta quarta-feira (2), o diretor disse que cobrou do governador Wilson Martins a construção da nova maternidade e o gestor garantiu que irá assinar em breve a ordem de serviço para a construção da unidade.
Durante a inauguração do novo Banco de Leite da Evangelina Rosa, Francisco Martins levou o governador para visitar o Centro de Parto Normal, onde cinco apartamentos atenderão a Rede Cegonha, mas não estão funcionando por falta de profissionais. “A abertura desta área também desafogaria a sala de RN”, completou.
Fonte: G1 PI
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