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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Genoino toma posse, se diz inocente e promete respeitar decisão do Supremo


Ao tomar posse na Câmara dos Deputados, junto com  outros 14 suplentes que assumiram nas vagas dos parlamentares que renunciaram por terem se elegido prefeitos, José Genoíno (PT-SP) - condenado no processo do mensalão e motivo de contestações dos oposicionistas e da imprensa em geral - disse que simplesmente cumpria a Constituição: “Me sinto confortável porque estou seguindo as normas da democracia e da Constituição do meu país. Além do mais, eu fui eleito em 2010, quando começou esta campanha condenatória", desabafou.
Ele ainda leu o inciso 57 do artigo 5º da Constituição que garante o direito de uma pessoa só ser considerada culpada após o trânsito em julgado  de sentença condenatória. Além disso, declarou-se inocente: “tenho a consciência tranquila dos inocentes”, repetiu, em entrevista coletiva depois da posse.
Mas, de qualquer forma, garantiu que cumprirá o que determina a carta Magna: “Eu respeito esta Constituição, lutei por ela e participei da elaboração e da votação. E quem respeita, cumpre”, disse o petista, parlamentar por 24 anos, inclusive durante o período da Constituinte de 1988.
Ele declarou-se ainda confiante de que a Justiça reverta a decisão sobre o seu caso e ressaltou ter assumido o mandato para fazer justiça aos mais de 92 mil votos obtidos na última eleição. Mesmo se dizendo inocente, garantiu que cumprirá a decisão do Supremo caso seja definitivamente condenado. Ele foi considerado culpado pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa, com pena de 6 anos e 11 meses, o que dá direito ao regime semiaberto.
Não serei causa para crise
José Genoíno não comentou o processo do mensalão, tampouco opinou sobre a cassação de mandatos, acusações contra o ex-presidente Lula e nem a suposta tensão entre a Câmara e o Supremo por causa dos deputados que estão sendo julgados. “Não serei causa para crise entre os Poderes”, adiantou.
Na entrevista coletiva, Genoíno estava ao lado da filha Mariana e acompanhado pelos deputados petistas Ricardo Berzoini (SP), José Mentor (SP), Sibá Machado (AC) e José Guimarães (CE), seu irmão. “Os deputados envolvidos têm nosso apoio político e nossa solidariedade; temos a leitura de que houve uma avaliação contraditória no julgamento e esperamos que isso seja revertido”, disse Berzoini, sobre o processo do mensalão.
Danos ao legislativo
Já o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), pensa bem diferente. Para ele, apesar de não haver impedimento legal para a posse de Genoíno, o ato causa danos à imagem do Legislativo: “Ele foi condenado e não há como negar que há um desgaste para o Parlamento.”
Bueno lembrou que o processo do mensalão ainda não transitou em julgado. “O processo ainda não foi finalizado pelo Supremo, apesar das condenações e penas impostas. É direito dele assumir. De minha parte, não fico constrangido, mas a Câmara não pode parar ou criar atritos com outro Poder por conta de uma questão já decidida pela mais alta Corte do País”, acrescentou.
Com informações da Agência Brasil e da Agência Câmara 

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