Para ministro José Múcio, posição é apenas de alguns
senadores petistas. PT emitiu nota após gravações
mostrarem elo entre Sarney e atos secretos.
O governo não levou a sério a nota emitida pelo líder da bancada do PT no Senado, na última sexta-feira (24), que pedia o afastamento do senador José Sarney (PMDB-AP) da Presidência da Casa. O ministro das Relações Institucionais, José Múcio, disse nesta segunda-feira (27), após a reunião de coordenação política, que a nota refletia na verdade a posição individual de alguns senadores petistas.
Segundo ele, a posição do governo é de pleno apoio a Sarney e à manutenção do senador do Amapá no comando do Senado.
A nota emitida na sexta-feira pelo líder do PT no Senado, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), dizia que as denúncias do jornal “O Estado de S. Paulo” contra Sarney “eram graves, porque há indícios concretos da associação do presidente do Senado em ato secreto de nomeação do namorado de sua neta”.
A nota posicionava o PT ao lado dos senadores que querem a antecipação da reunião do Conselho de Ética para essa semana, antes do término do recesso parlamentar e reafirmava o pedido de afastamento temporário de Sarney da presidência.
“A bancada do PT não se opõe a antecipação da reunião do Conselho de Ética, desde que asseguradas às exigências regimentais e a concordância e a disponibilidade de seus integrantes em período de recesso. A bancada reafirma a sua posição de que o melhor caminho seria o pedido de licença da presidência da Casa por parte do senador José Sarney”, diz a nota divulgada na sexta-feira.
Apoio do governo
Mesmo assim, o ministro José Múcio, coordenador político do governo, avalia que essa era uma posição pessoal de alguns petistas do Senado. “O que nós avaliamos é que não é uma manifestação do PT e sim de um ou dois senadores petistas”, disse. Segundo ele ainda, o governo avalia que o Senado vai resolver seus problemas. Questionado se o governo ainda mantinha o apoio irrestrito a Sarney e sua permanência no comando do Senado, Múcio disse: “não tem dúvida nenhuma”. Participaram da reunião de coordenação os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, da Casa Civil, Dilma Rousseff, da Fazenda, Guido Mantega, das Relações Institucionais, José Múcio, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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