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sexta-feira, 22 de abril de 2011

O debate que divide

O Piauí vive dias conturbados. A situação econômica/financeira/fiscal não dá sossego aos agentes públicos da área, ao ponto do governador dizer que a situação é insustentável. Greves, reclamações, protestos em frente ao Karnak tem sido a rotina. Numa situação como essa é evidente que a classe política deveria estar queimando pestanas e neurônios em busca de soluções, já que não dá, simplesmente, para fechar o Estado para balanço. E tem alguns que, cientes da situação e efetivamente preocupados com o futuro dessa geração, assim o faz. Mas outros...
Durante a semana, o governador Wilson Martins precisou chamar atenção de aliados, como o professor faz com alunos alheios ao que está acontecendo na sala de aula. É que, em meio a tudo isso, tem gente que só pensa naquilo: em eleição. O circo está pegando fogo e ao invés de se preocuparem em encontrar uma mangueira, jogam gasolina. É uma estratégia que deu certo no passado recente com os mesmos diretores e atores, mas em papéis diferentes. O atual diretor, diferentemente do ex, prefere enfrentar os problemas a escondê-los sob o manto de uma discussão estéril.
Estamos falando de eleição. Aqui no nosso Piauí velho de guerra, esse é um tema que sempre chama a atenção. Passada uma, imediatamente a seguinte ganha espaço nas discussões. É um dos esportes preferidos do povo: ao invés de falar do vizinho, fala de política e dos políticos. O que é até bom, pois dá a impressão de que todos somos autoridades no assunto e, portanto, votamos bem. Mas será que a classe política deveria se dar a esse desfrute?
Debate político
Essa é mais uma diferença marcante entre o ex e o atual governador. A antecipação do debate político virou política de governo depois de 2008 e hoje todos sabemos por que. Durante quase dois anos, o governador de então se utilizou desse debate para escamotear a realidade e esconder seus erros. Perdido em meio a uma administração desastrosa, sem saber o que fazer para salvar o projeto, fez o que lhe pareceu mais fácil: começou a falar de eleição e escalou seus cães de guarda para latirem bem alto, abafando qualquer manifestação de insatisfação.
Chegou a inventar uma espécie de prévia para escolher o sucessor. Aliás, teve o privilégio de estabelecer uma conexão direta com Deus, tal como os profetas bíblicos. E assim, enquanto o povo nas ruas, pautados pela imprensa teleguiada, se dava ao luxo de passar dois anos discutindo quem seria o escolhido do homem que dialogava diretamente com Deus, sem intermediários, os assuntos que realmente interessavam e que tinham a ver com a satisfação do povo, ficavam no limbo, limitados ao conhecimento de poucos que guardavam como segredo.
Essa marcha da insensatez contaminou todo mundo. Até porque discutir política é bom mesmo. E no Piauí, em particular, onde qualquer vereador é pop, então é que o negócio extrapolou. Nas tevês, não se falava de outra coisa. Quem não lembra do processo de afastamento do ex-prefeito Sílvio Mendes? Parecia telenovela. Uns diziam que ele não se afastaria; outros apostavam que teria a coragem de abandonar quase três anos de comodidade na prefeitura em nome de uma aventura de resultado duvidoso. Outros acreditavam piamente que ele sairia e teria o apoio do sucessor Elmano Férrer na campanha. Enfim, foram dias agitados.
Mas nada obteve mais sucesso de público do que a definição do nome que teria o apoio do então governador. Se a Janete Clair viva fosse, não teria escrevido nada nem parecido. Essa questão, de fato, mobilizou e sensibilizou a todos. De Cajueiro da Praia a Cristalândia e de Floriano a Marcolândia, não se falava de outra coisa. A luta das tevês era para ter o privilégio de convencer o diretor a entregar o final com exclusividade. Foram dias de angústia. Nos bares, muita cerveja foi apostada. Mas não parou por aí. Depois que a novela acabou, ainda teve o filme do João Vicente. Seria candidato ou não? Romperia com o indicado e se debandaria para a oposição? E seu João Claudino?
E ainda tinha o núcleo do Senado, que atraía quase tanta atenção quanto o dos protagonistas ao Karnak. E, imagine, ainda sobrava tempo para shows, como o de São João, bela cidade do sudeste do Estado que, de repente, segundo a comunicação oficial, se transformara num mega produtor de uvas, para adocicar a história. Nunca antes na história daquela terra, nem no auge do poder dos Paes Landim, se viu tanto forasteiro e avião. Um mimo do governador da época para sua esposa. Que custou caro. Para nós, que pagamos a farra.
Caos
Pois enquanto tudo isso tomava conta do imaginário popular, nos bastidores, longe das câmaras, o mundo real desabava. Mas tudo restrito a um pequeno círculo. De quando em vez, um ator marginalizado se revoltava e vinha a público manifestar sua insatisfação. Como casal em separação litigiosa. Aí, em breves segundos, aparecia qualquer idéia de anormalidade. Mas logo tudo era esquecido em nome da trama principal.
Somente depois que a novela acabou, em 30 de outubro de 2010, com o povo satisfeito, depois de ter escolhido, por votação, o vencedor do big brother, desligados os aparelhos de TV, a dura realidade foi desnudada. Obras paradas, contratos suspeitos, saúde doente, educação deseducada, falta de dinheiro. As medidas drásticas tomadas logo depois para garantir um mínimo de governabilidade foram um choque de realismo. Mas ainda assim, muitos ainda estão, até hoje, como que plugados naquele enredo.
Pois bem. Hoje, como disse, o mesmo diretor quer um making da mesmíssima novela. Só que, agora, não está com a caneta na mão e os interesses são outros. Seu sucessor não concorda. Acha que tem que escrever seu próprio roteiro e, por isso, não deseja a repetição do enredo. E é ele que tem os meios para garantir que a história não seja repetida. Ora, se assim for feito, o diretor passado vai tomar conta da cena. Agora, não para esconder os problemas e sim para esconder o novo diretor, seu sucessor.
Nesse momento os interesses de Wellington Dias e Wilson Martins são distintos. Se a antecipação do debate eleitoral prosperar, o governo ficará em segundo plano. Só que ao governador isso não interessa. Ele quer que o público volte todas as atenções para suas ações. Quer escrever sua própria história. E para o Piauí isso é bom. Mesmo estando enredado na armadilha criada pelo antecessor, tem dado mostras de que quer se libertar. Os problemas que tem aparecido - e não são poucos-, tem enfrentado de frente, sem medo de errar. Não está jogando sob o tapete. Nem sempre está certo, mas se está pecando, é por ação.
Diário do Povo do Piauí - Edição Eletrônica - Colunas - Mário Rogério

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Projeto estabelece punições para estudante que desrespeitar professor

A Câmara analisa o Projeto de Lei 267/11, da deputada Cida Borghetti (PP-PR), que estabelece punições para estudantes que desrespeitarem professores ou violarem regras éticas e de comportamento de instituições de ensino.
Em caso de descumprimento, o estudante infrator ficará sujeito a suspensão e, na hipótese de reincidência grave, encaminhamento à autoridade judiciária competente.
A proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) para incluir o respeito aos códigos de ética e de conduta como responsabilidade e dever da criança e do adolescente na condição de estudante.
Indisciplina
De acordo com a autora, a indisciplina em sala de aula tornou-se algo rotineiro nas escolas brasileiras e o número de casos de violência contra professores aumenta assustadoramente. Ela diz que, além dos episódios de violência física contra os educadores, há casos de agressões verbais, que, em muitos casos, acabam sem punição.
Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta: PL-267/2011

Confira os horários, o que abre e o que fecha no feriado em Teresina

Boletos com vencimento nos dias 21 e 22 de abril poderão ser pagos no 1º dia útil seguinte, sem juros.
O dia alusivo a Tiradentes e a chegada da páscoa trouxeram um presente para os teresinenses: um feriado prolongado. Entretanto, o que fazer se uma conta vence durante o período comemorativo? E quais comércios estarão abertos?
As instituições públicas funcionaram normalmente até às 18h desta quarta-feira (20), salvo exceções daqueles que possuem horário de funcionamento diferenciado como os bancos, que estiveram abertos ao público somente até às 16 horas.
O centro comercial funcionou normalmente, até às 18h, reabrindo apenas na segunda-feira (25). Os boletos com vencimento para os dias 21 e 22 de abril poderão ser pagos no primeiro dia útil seguinte, sem acréscimo de juros.
Teresina Shopping
O shopping terá funcionamento especial, respeitando as seguintes recomendações:
Dia 21/04/11 (quinta-feira)
Lojas: abertas das 10h às 16h.
Espaço Saúde: fechado
Espaço Família: aberto das 10h às 22h
Hiperbompreço: aberto das 9h às 22h.
Praça de Alimentação e Parque: abertos das 10h às 22h.
Cinemas: abertos das 11h30 às 22h.
Dia 22/04/11 (sexta-feira):
100% fechado
Dia 23/04/11 (sábado)
Lojas – fechadas
Espaço Família – aberto das 12h às 20h
Hiperbompreço – funcionará das 8h às 22h.
Praça de Alimentação e Parque – funcionarão das 11h às 22h.
Cinemas – funcionarão das 11h30 às 22h.
Dia 24/04/11 (domingo)
Lojas - fechadas
Espaço Família – aberto das 12h às 20h
Hiperbompreço – funcionará das 9h às 22h.
Praça de Alimentação e Parque – funcionarão das 11h às 22h.
Cinemas – funcionarão das 11h30 às 22h.

sábado, 9 de abril de 2011

Revista Época: A dor de Realengo

O Facebook ajuda ou atrapalha na superação do trauma?
Nenhum outro assunto nos mobiliza tanto nesses dias tristes quanto a tragédia de Realengo. Nos perguntamos por que um ex-aluno entrou armado numa escola municipal, matou 12 adolescentes, feriu outros 12 e se matou. Nos solidarizamos com a dor das famílias e nos perguntamos como o horror poderia ter sido evitado. Nesse momento de grande comoção, não posso fugir do assunto.
Não vou, porém, cair na tentação de tentar traçar o perfil psicológico do assassino Wellington Menezes de Oliveira, um rapaz aparentemente atormentado de 23 anos. Quem sou eu para tentar entrar na mente de quem quer que seja? Quem são os psiquiatras e outros "especialistas" que se apressam a apresentar na TV diagnósticos baseados em informações pífias e desencontradas?
Relatos de vizinhos e parentes não bastam para revelar os sentimentos mais íntimos de Wellington. A mente é um domínio sinuoso, feito de luz e sombra. É cheia de cantinhos inacessíveis até mesmo aos psicólogos e psiquiatras que acompanham um paciente por um longo período. Esses cantinhos, muitas vezes, estão fora do alcance da própria pessoa. São como uma teia de aranha que cresce atrás de um armário antigo. A vassoura não a alcança, mas ela está lá, avançando. Só se torna visível quando já é grande o suficiente para incomodar.
Não pretendo fazer a defesa de Wellington, mas chamá-lo de facínora e colocar uma pedra sobre esse caso não evitará que a história se repita. É preciso refletir sobre o que é possível fazer para identificar o sofrimento mental precocemente e tratá-lo antes que o sangue de outras vítimas seja derramado. A atenção à saúde mental no Brasil é tão ruim que, sinto dizer, veremos esse filme muitas outras vezes.
O que é possível fazer, agora, para reduzir o impacto da crueldade de Realengo? Como ajudar as famílias que perderam seus filhos e as crianças que sobreviveram a superar esse trauma? Como explicar uma história dessas a qualquer outra criança que, um dia depois de exposta às imagens de horror, terá que pegar sua mochila e entrar numa escola em qualquer lugar do Brasil?
Acho que o mais produtivo e útil, nesse momento, é entender o que ajuda e o que atrapalha a superar o chamado stress pós-traumático. Ele é decorrente de um trauma emocional de grandes magnitudes, como guerras, catástrofes naturais, massacres etc. Quem sofre disso revive o trauma por meio de sonhos e pensamentos; evita situações que o façam reviver o episódio; sente medo; apresenta sensações físicas de desconforto e ansiedade. O tratamento costuma ser feito por psicólogos, por meio de técnicas de apoio e encorajamento. Muitas vezes o tratamento requer medicações e acompanhamento de psiquiatras.
Uma forma de contribuir, nesse momento, é relatar experiências de quem já passou por situações semelhantes. Muita dessa experiência está concentrada nos Estados Unidos, onde ocorreram vários ataques a escolas e universidades nos últimos anos.
Procurei a psicóloga Amanda M. Vicary, da Universidade de Illinois. Ela resolveu pesquisar se as mensagens instantâneas enviadas pela internet e as redes sociais (em especial, o Facebook) contribuíram ou não para aplacar o sofrimento de alunos depois dos ataques ocorridos no campus de Virginia Tech e da Northern Illinois University, em 2007.
No primeiro ataque, um rapaz matou 25 estudantes e cinco funcionários e se suicidou. Um vídeo deixado por ele comprovou a premeditação do crime. Alguns meses depois, algo semelhante aconteceu no Dia dos Namorados, na Northern Illinois University. Um ex-aluno matou cinco estudantes e deixou 18 feridos.
Minutos depois dos dois ataques, os alunos encontraram um meio rápido e acessível para expressar a dor e a confusão: o Facebook. No dia do primeiro ataque, um estudante criou um grupo chamado "Um tributo aos mortos de Virginia Tech". Até o final da noite, mais de 100 mil pessoas haviam se juntado a ele. O mesmo aconteceu na outra universidade.
A imprensa, em especial o New York Times e o Washington Post, especulou que esse comportamento traria mais prejuízos do que benefícios. A tese era a de que o processo de superação seria prejudicado porque os envolvidos estavam fixados no assunto. Não conseguiam pensar ou falar sobre outra coisa.
Amanda decidiu investigar. Selecionou perfis mantidos no Facebook por 1,8 mil alunos das duas instituições e enviou a eles formulários da pesquisa acadêmica que realizava. Desse total, 124 estudantes da Virginia Tech e mais 160 da outra universidade aceitaram participar. Amanda descobriu que 71% dos participantes tinham importantes sinais de depressão duas semanas depois dos ataques. Sintomas de stress pós-traumático foram observados em 64%.
Os voluntários tinham, em média, 21 anos. Na rede social, participavam ativamente dos grupos criados para lembrar a tragédia. Um terço conhecia pessoalmente uma das vítimas. Mais de 80% conhecia alguém que era amigo de uma das vítimas.
Oito semanas depois dos ataques, Amanda testou a condição mental dos mesmos voluntários. O índice de deprimidos havia caído de 71% para 30%. O grupo com sinais de stress pós-traumático havia sido reduzido de 64% para 22%.
Ao contrário do que a imprensa dizia, o Facebook fez bem? Não exatamente. Ao analisar o tempo de uso da rede social, o tipo de mensagem postada e outros parâmetros, a psicóloga não encontrou nenhuma relação entre o Facebook e a recuperação dos alunos. "O Facebook não ajudou nem atrapalhou", disse Amanda a ÉPOCA. "Muitos estudantes disseram se sentir melhor depois de falar sobre o assunto na rede, mas os sintomas deles não melhoraram. Entre os que apresentaram recuperação, não foi possível associá-la ao uso da rede", afirmou.
Há algumas possíveis explicações para a discrepância entre a sensação de alívio relatada pelos alunos e a real condição psíquica deles:
1) É possível que os alunos tenham se sentido bem logo depois de usar a internet, mas esse efeito não tenha durado mais do que poucos minutos.
2) Talvez os alunos tenham observado uma pequena melhoria depois de algumas atividades on-line, mas essa melhoria não tenha sido forte o suficiente para influenciar na redução dos sintomas.
3) Quando uma pessoa espera que uma medida ou um tratamento seja benéfico, essa expectativa é capaz de produzir sensações de melhoria. É o conhecido "efeito placebo".
Pessoalmente, acho que falar é sempre melhor do que guardar. O ideal é poder falar sobre a dor, a insegurança, a culpa, a fantasia com quem é capaz de ouvir sem fazer julgamentos. Se essa pessoa não está ao alcance da mão, talvez compartilhar pensamentos pelas redes sociais traga algum alívio. Ainda que essa sensação seja enganosa e passageira. Hoje é um daqueles dias em que até o Facebook parece acanhado diante da dor de Realengo.
O que você acha? As redes sociais ajudam ou atrapalham na superação de traumas? O que é preciso fazer para reduzir a dor das famílias de Realengo e do Brasil?
(Cristiane Segatto escreve às sextas-feiras)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tragédia: Homem abre fogo dentro de escola do Rio e mata ao menos 12 crianças

Suspeito invadiu colégio Tasso da Silveira, no Realengo, e também foi atingido
e morreu; ainda não há informações sobre o motivo do crime
RIO e SÃO PAULO - Pelo menos 12 crianças morreram e cerca de 20 pessoas ficaram feridas após um homem efetuar diversos disparos dentro de uma escola em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, 7. Segundo informações da rádio Estadão ESPN, o atirador também morreu ao ser atingido por um disparo. O prefeito da cidade, Eduardo Paes, está no local.
O suspeito chegou à Rua General Bernardino de Matos e invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira disparando contra crianças e funcionários que estavam no local, por volta das 8h. De acordo com a polícia, Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, atirou aleatoriamente contra as pessoas que estavam no colégio de ensino fundamental, direcionando os disparos contra a cabeça das vítimas.
Agentes do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro) faziam uma fiscalização em uma rua próxima a da escola quando uma criança baleada avisou à equipe que havia um atirador dentro da escola. Policiais militares do Batalhão de Polícia Trânsito Rodoviário e Urbano (BPRV), que acompanhavam a ação do Detro, foram até o local e renderam o suspeito, que foi imobilizado com um tiro na perna.
Segundo testemunhas, o atirador só parou de acionar a arma, subindo uma escada, quando policiais chegaram ao local. Ainda conforme informações da Polícia Militar, Oliveira seria ex-aluno da escola e, ao ser baleado, teria se suicidado. O corpo do homem continua dentro do colégio.
Para evitar que outros alunos fossem atingidos, professores trancaram as salas de aula e bloquearam o acesso com cadeiras.
Os feridos estão sendo levados para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo. Helicópteros, viaturas do Corpo de Bombeiros e ambulâncias do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) estão no local para ajudar no socorro.
O Relações Pública dos bombeiros, Evandro Bezerra, disse que alguns dos feridos estão em estado grave. "Temos tentado retirar as pessoas o mais rápido o possível para salvar as vítimas deste atentado. Realmente ele atirou contra a cabeça delas, os feridos estão em estado grave. É lamentável", disse.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação do Rio cerca de 400 alunos estudam na escola, de três andares. No período da manhã há 14 turmas que vão do 4º ao 9º ano. As crianças têm entre 9 e 14 anos. A subsecretária Helena Bomeny foi para o local.
Ainda não há informação sobre o que teria motivado o crime.

STF confirma constitucionalidade do piso nacional dos professores como vencimento inicial

Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou ontem (6) a constitucionalidade da lei do piso nacional para professores da rede pública e determinou que ele deve ser considerado como vencimento inicial. A legislação, sancionada em 2008, foi ainda naquele ano contestada pelos governadores de Mato Grosso do Sul, do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e Ceará. O valor atualizado que deve ser pago pelos estados e municípios aos docentes em 2011 é de R$ 1.187,14.
Dois pontos específicos da lei foram questionados na ação. A principal divergência estava no entendimento de piso como remuneração mínima. As entidades sindicais defendem que o valor estabelecido pela lei deve ser entendido como vencimento básico. As gratificações e outros extras não podem ser incorporados na conta do piso. Por 8 votos a 1, o STF seguiu esse entendimento, considerando improcedente a ação.
Os proponentes da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) queriam que o termo piso fosse interpretado como remuneração mínima, incluindo os benefícios, sob a alegação de que os estados e municípios não teriam recursos para arcar com o aumento.
“Não há restrição constitucional ao uso de um conceito mais amplo para tornar o piso mais um mecanismo de fomento à educação”, defendeu o ministro Joaquim Barbosa, relator da ação, durante seu voto.
Somente o ministro Marco Aurélio Mello votou pela procedência da ação. O ministro Gilmar Mendes, entretanto, ressaltou que a lei não considera os impactos orçamentários da medida aos cofres estaduais e municipais, o que poderia “congelar” a oferta educacional no país. Apesar de a legislação falar de uma complementação da União quando o ente federado não for capaz de arcar com os custos, para o ministro a forma como ocorrerá o repasse não está regulamentada.
“A lei foi econômica ao dizer da complementação da União. É preciso dimensionar a responsabilidade por parte da União”, apontou Mendes. O ministro Ayres Britto, ressaltou, entretanto, que as questões orçamentárias não podem ser consideradas no julgamento da constitucionalidade de uma matéria.
O outro ponto da lei questionado pela Adin foi a regra de que um terço da carga horária do professor deverá ser reservada para atividades extraclasse como planejamento de aula e atualização. Os governos estaduais argumentaram que nesse ponto a lei fere a autonomia dos estados e municípios em organizar seus próprios sistemas de ensino. Esse ponto ficou pendente, já que não havia maioria no plenário para declarar a inconstitucionalidade. O ministro Ayres Britto, que presidiu a sessão, afirmou que a votação desse item deve ser retomada na próxima semana.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

MP cobra devolução de passaportes diplomáticos de filhos e netos de Lula

Lula está em viagem aos EUA e, segundo assessoria, não vai se manifestar.
Segundo MP, quatro filhos e três netos do ex-presidente têm o documento.
O Ministério Público Federal encaminhou nesta segunda-feira (4) um pedido ao Itamaraty para que recolha os passaportes diplomáticos dos quatro filhos e de três netos do ex-presidenteLuiz Inácio Lula da Silva.

Na solicitação, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, dá um prazo de 30 dias para que o Itamaraty recolha os documentos, caso eles ainda estejam com os parentes do ex-presidente.

Se o prazo não for cumprido, o Ministério Público anunciou que vai entrar na Justiça para que os filhos e os netos de Lula sejam obrigados a devolver os documentos.

A assessoria do ex-presidente afirmou que ele está em viagem aos Estados Unidos e que não vai comentar o pedido do Ministério Público.

No pedido, o Ministério Público diz que a concessão dos passaportes foi irregular e que não havia justificativa para que os familiares do ex-presidente recebessem o documento especial.

No final de janeiro passado, o Ministério Público Federal pediu que o Ministério de Relações Exteriores explicasse os critérios adotados para conceder passaporte diplomático.

Novas regras

O decreto 5.978, de dezembro de 2006, garante o benefício do passaporte a presidentes, vices, ministros de Estado, parlamentares, chefes de missões diplomáticas, ministros dos tribunais superiores e ex-presidentes.

Cônjuges e dependente até 21 anos (24 anos caso seja estudante) ou portadores de deficiência também têm direito ao passaporte. No entanto, a legislação permite que o ministro de Relações Exteriores autorize a expedição do documento "em caráter excepcional" e "em função de interesse do país".

No dia 14 de janeiro, o Itamaraty divulgou uma portaria que regulamenta a emissão de passaportes diplomáticos. Com a mudança, a emissão do documento só será permitida quando houver uma solicitação formal e fundamentada por parte da autoridade máxima do órgão competente que o requerente integre ou represente.

As alterações nas normas foram determinadas após a divulgação da notícia de filhos do ex-presidente receberam passaporte diplomático. Na época, a assessoria do Ministério de Relações Exteriores informou que o objetivo era “regulamentar” a legislação que especifica os critérios para a emissão do passaporte diplomático.

domingo, 3 de abril de 2011

Num país que adota um salário-mínimo de R$545,00, ministros têm "bolsa aluguel" de até R$ 6.680. Que falta de vergonha!

Os 37 ministros da presidente Dilma Rousseff começaram o ano com aumento de 148% no valor do auxílio-moradia a que têm direito. Desde fevereiro, podem pedir restituição de até R$ 6.680,78 para custear hospedagem.O novo teto do aluguel corresponde a 12 salários mínimos e equivale a 25% da remuneração dos ministros.Assim, quando em dezembro passado o Congresso equiparou rendimentos do primeiro escalão do governo ao salário mais alto do funcionalismo -R$ 26,7 mil-, automaticamente reajustou o valor do benefício, fixado anteriormente em R$ 2.600.
O auxílio-moradia não integra os R$ 26,7 mil. É um valor à parte, requisitado pelos ministros e depositado em sua conta bancária.Além dos ministros, mais de 4.000 funcionários em cargos de confiança têm direito à indenização mediante apresentação de recibo. No ano passado, foram gastos R$ 41,5 milhões em aluguel e hospedagem.Dos 16 ministros que requisitaram o auxílio-moradia, ao menos dez já ultrapassaram o limite anterior. Outros dez residem em imóvel funcional (pertencente à União), cinco têm casa própria em Brasília e três informaram viver em casas de parentes ou amigos. É o caso do titular do Ministério das Cidades, Mário Negromonte, que se declara hóspede do deputado João Leão (PP-BA).
O ministro Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) recebeu o auxílio nos dois primeiros meses do ano, mas optou por ganhar o benefício da Câmara, por ser deputado eleito. Três ministros ou não deram resposta à Folha ou afirmaram bancar o aluguel do próprio bolso. O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) ainda não pediu restituição, mas sua assessoria informou que ele gasta, em média, R$ 6 mil mensais para pagar o flat onde vive, variável de acordo com os serviços usados.
A lei que regula o auxílio-moradia não fala explicitamente sobre ressarcimentos referentes ao condomínio e outras taxas e serviços.Diz apenas que contará com o privilégio o servidor que comprovar "aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira".A conta geral pode ficar ainda maior, se Dilma resolver autorizar o reajuste salarial também para os cargos de confiança. Têm direito ao auxílio servidores que ganham a partir de R$ 6.843,76.Além de imediato impacto nas contas públicas, sobretudo em fase de ajuste fiscal, um eventual aumento inflacionaria os aluguéis em Brasília, dos mais caros do país.
Informações da Folha

Tiririca contrata humoristas como assessores políticos

Deputado mais votado do Brasil, com 1,3 milhão de votos, o palhaço Tiririca (PR-SP) usa dinheiro da Câmara para empregar humoristas do programa "A Praça é Nossa", do SBT. Em 23 de fevereiro, foram nomeados como secretários parlamentares os humoristas José Américo Niccolini e Ivan de Oliveira, que criaram os slogans da campanha eleitoral do deputado. Ambos recebem o maior salário do gabinete, de até R$ 8 mil, somadas as gratificações.

Os humoristas nomeados por Tiririca moram em São Paulo e não cumprem expediente diário como servidores da Câmara - até porque Tiririca não tem escritório político na capital paulista. Niccolini é presença semanal na TV com o personagem Dapena, uma sátira do apresentador da TV Bandeirantes José Luiz Datena.

Procurado pela reportagem, Niccolini justificou a sua contratação na Câmara com a seguinte frase: "A gente é bom para dar ideias". "Ele (Tiririca) escolheu a gente porque ajudamos na campanha, só por isso. Porque acredita que podemos dar boas ideias."

Tiririca informou, por intermédio da assessoria de imprensa, que contratou os dois humoristas para ajudá-lo no mandato parlamentar. "O deputado Tiririca nomeou os assessores levando em conta o critério de conhecê-los pessoalmente e também o fato de serem dois comunicadores que vão colaborar e desenvolver trabalhos dentro da temática que o deputado atua."