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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Justiça Eleitoral não recebe denúncia contra Tiririca

Juiz afirma que o TRE não apontou analfabetismo durante registro.
Promotor diz que buscará novas provas; partido de Tiririca não comenta.
A Justiça Eleitoral não recebeu denúncia oferecida pelo Ministério Público contra a candidatura de Francisco Everardo Oliveira Silva (PR), o Tiririca, a deputado federal. A decisão foi tomada na terça-feira (28) pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Rezende Silveira.
Segundo informações do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), o juiz entendeu que não há justa causa para a ação penal porque o tribunal não apontou nenhuma causa de inelegibilidade, inclusive analfabetismo, durante o processo de registro de candidatura. O magistrado baseou sua decisão no fato de que a legislação “não exige que os candidatos possuam mediano ou elevado grau de instrução, mas apenas que tenham noções rudimentares da linguagem”.
Na denúncia, o promotor Maurício Ribeiro Lopes apontou reportagem da revista “Época” que relata suspeita de que o candidato seja analfabeto. Para o promotor, a declaração de próprio punho apresentada ao TRE no registro de candidatura de Tiririca é falsa. “Se ele viesse à Justiça e mostrasse que sabe ler e escrever, seria absolvido”, afirmou.
Lopes, que entrou ainda com representações no TRE e na Procuradoria Eleitoral contra o candidato, diz que buscará outras formas de reunir provas e apresentar uma nova denúncia. Por meio de sua assessoria, o PR informou que não comenta iniciativas do Poder Judiciário ou do Ministério Público. O G1 não conseguiu contato com a assessoria do candidato.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tiririca, o candidato que não lê

Vários indícios sugerem que Tiririca não sabe ler nem escrever.
A Constituição proíbe candidatos analfabetos
De acordo com a Constituição, os analfabetos são inelegíveis e, portanto, não podem se candidatar e receber votos. Por lei, os candidatos são obrigados a apresentar à Justiça Eleitoral um comprovante de escolaridade. Na ausência de comprovante, devem demonstrar capacidade de ler e escrever. Para registrar sua candidatura a deputado federal, Tiririca apresentou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo uma declaração em que ele afirma que sabe ler e escrever. Essa declaração, segundo as normas legais, deve ser escrita de próprio punho. Mas Tiririca, de fato, sabe ler e escrever? A suspeita é que não. Vários indícios permitem levantar essa desconfiança.
O humorista Ciro Botelho, redator do programa Pânico da rádio Jovem Pan, diz que escreveu sozinho o livro As piadas fantárdigas do Tiririca em 2006. A publicação é assinada só por Tiririca. Botelho diz que escreveu com base em histórias contadas por ele. “O Tiririca não sabe ler nem escrever”, afirma.
Dois funcionários da TV Record também disseram a ÉPOCA que nos bastidores do programa humorístico Show do Tom, do qual Tiririca participa, é sabido que ele não lê nem escreve. De acordo com Ciro Botelho, o palhaço conta com a ajuda da mulher para decorar suas falas: “A mulher fica no camarim com ele e vai falando o texto. Ele vai decorando e conta do jeito dele”.
A reportagem de ÉPOCA acompanhou Tiririca por dois dias na semana passada. Viu o candidato dar autógrafos com uma grafia bem diferente da que aparece na declaração apresentada ao TRE, com letras redondas. Aos fãs, ele assina um rabisco circular ininteligível e desenha o que seriam as letras do nome de seu personagem. Em duas ocasiões, a reportagem deparou também com situações que demonstram que Tiririca tem, no mínimo, enorme dificuldade de leitura. No dia 21, a reportagem pediu para Tiririca ler uma mensagem de celular. Ele ficou visivelmente assustado diante do aparelho. O constrangimento do candidato só foi desfeito quando uma assessora leu o torpedo em voz alta. Minutos antes, referindo-se às críticas feitas a sua candidatura nos jornais, Tiririca dissera: “Eu não leio nada, mas minha mulher lê para mim”.
No dia 22, ÉPOCA fez um teste com Tiririca. Durante um almoço, pediu a ele para responder a perguntas da pesquisa Ibope sobre o Congresso. As duas primeiras questões foram lidas pela reportagem e respondidas normalmente por Tiririca. Em seguida, foi apresentado ao candidato um cartão para ele ler a terceira pergunta e as alternativas de resposta. Nesse momento, seus assessores o cercaram imediatamente. O filho de Tiririca, Éverson Silva, começou a ler a pergunta para o pai, mas a pesquisa foi interrompida pelos assessores com a alegação de que ele precisava almoçar e que a aplicação da pesquisa não fora combinada previamente. A cena pode ser vista em um vídeo no site de ÉPOCA.
Depois desse novo mal-estar, ÉPOCA tentou questioná-lo sobre sua alfabetização. Sua assessoria de imprensa não permitiu mais contatos. Ela diz que Tiririca sabe ler e escrever, mas os pedidos de um encontro com o candidato para que ele lesse um texto e encerrasse as dúvidas foram recusados. A assessoria disse que Tiririca está na reta final da campanha e ficaria “chateado por ter de provar que sabe ler”.
O que acontece com um candidato sobre o qual há dúvidas sobre sua alfabetização? “Se houver dúvidas, o juiz pode submetê-lo a um teste”, diz o advogado Fernando Neves, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Neves, essa prova é simples e visa apenas certificar a capacidade de ler e escrever do candidato. Se o candidato não conseguir provar que é alfabetizado, a jurisprudência da Justiça Eleitoral diz que a candidatura deve ser cassada.

sábado, 18 de setembro de 2010

O valete e a dama no jogo do vale-tudo

Quem tem amigos como Dirceu e Erenice não precisa de inimigos. Na explosiva semana que passou, Dilma Rousseff deve ter reavaliado sua amizade ferrenha por aloprados. Ao menos até 3 de outubro. A Casa Civil foi duas vezes implodida nos mandatos de Lula por amigos íntimos de Dilma: seu antecessor e sua sucessora. Amigos de ideologia, de luta, de confidências e de um projeto petista para o país. Ambos com língua solta e rabo preso.
Foi na Bahia que Dirceu rasgou a fantasia e saiu mais uma vez da clandestinidade a que estava condenado desde seu afastamento do governo, como chefe do mensalão. Para sindicalistas, falou tudo o que pensava, sem perceber a presença da maldita imprensa. Admitiu que a ex-ministra “não é uma liderança que tenha grande expressão popular ou uma raiz histórica”. Comemorou antecipadamente a vitória: “A eleição da Dilma é mais importante do que a eleição do Lula, porque é a eleição do projeto político, do nosso acúmulo de 30 anos, porque a Dilma não se representa”.
Dirceu é aquele valete que sonha ser rei. Enxerga uma oportunidade de ouro para voltar com força e acabar com o “excesso de liberdade de informar” no Brasil. Dirceu não se segura – e nunca vai se segurar. O ex-ministro da Casa Civil se considera um articulador mais realista que a rainha, mas se comporta como bobo da corte. Em sua pregação para os companheiros do setor petroleiro baiano, adulou Lula, “duas vezes maior que o PT”. Apoiou, como mal inevitável, a aliança com o PMDB e seus líderes, Renan Calheiros e José Sarney, os oligarcas que Lula avalizou como homens incomuns. E, agora, conclama os sindicalistas a “ganhar a maioria”.
Com a saída de Lula, Dirceu disse para os sindicalistas que é hora de “transformar de novo o PT numa instituição política”, “abrir para a juventude”, refletir sobre o “movimento socialista internacional”. Em seu discurso, negou que esteja afastado, disse que percorre o país como dirigente petista e apoia Dilma nos palanques estaduais. Falou muitas vezes na primeira pessoa do plural: “temos que reestruturar”, “demos um piso”, “somos o maior interessado”, “somos uma candidatura”, “o pau tá comendo em cima de nós”. Somos quem, afinal, Dilma?
Dirceu levou um puxão de orelhas de Lula. Não percebeu a inconveniência ao ser sincero antes do tempo, num país onde ainda há liberdade para informar. A íntegra da fala de Dirceu foi divulgada na grande mídia, nos blogs, nos sites e nas redes sociais. Ele só não caiu como Erenice porque não tem de onde cair, não ocupa cargo nenhum. Até agora.
A Casa Civil foi implodida por dois amigos de Dilma:
Dirceu (o antecessor) e Erenice (a sucessora)
Lula, que tomou posse em 2002 com uma defesa emocionante da ética nas questões públicas, prometendo ser “implacável” contra a corrupção e o suborno, adotou rapidamente o argumento de que “todo mundo faz”. Mas houve momentos – como no mensalão e, agora, a “formação de família” de Erenice Guerra – em que Lula abriu mão dos anéis.
A exemplo do valete, a dama também levou um puxão de orelhas por falar demais. Ao ser acuada por denúncias de tráfico de influência, Erenice chamou o adversário tucano de “aético e derrotado”. Mas não seria essa a tônica do atual governo? Não seria este o recado do Planalto: falar o que dá na telha, atacar quando acusado, jogar palavras no ventilador, meter-se onde não é chamado? Essa parece ser a cartilha de Lula e os subordinados a seguem com muito menos astúcia, carisma e autoridade. Só quem fala de menos é Dilma, que chegou a ficar rouca de tanto se calar. E Palocci, este sim é discreto.
Mais incisivo que Dilma, Lula mandou a dama passear antes que prejudicasse mais sua candidata. Erenice vivia de braços dados com Dilma como duas comadres, especialmente após sucedê-la na Casa Civil. Os escândalos levaram Dilma a rebaixá-la publicamente como “ex-assessora”. E, na demissão, foi elogiada pela candidata: “Ela agiu certo ao se retirar para permitir investigações”. A queda de Erenice (leia mais) não foi atribuída por Dilma a nenhum “malfeito”. Foram-se temporariamente os anéis, ficarão todos os dedos?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Funcionário da Casa Civil acusado de participar de esquema de corrupção é afastado

BRASÍLIA - Stevan Knezevic, um dos envolvidos na denúncia de tráfico de influência no governo, confirmou que foi afastado de suas funções na Casa Civil. Ele havia sido cedido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para onde voltará.( Entenda o escândalo na Casa Civil )

Segundo a revista "Veja", Stevan, juntamente com Vinícius e o filho de Erenice, Israel Guerra, controlavam a Capital Consultoria, empresa acusada de cobrar comissão para viabilizar negócios de outras empresas dentro do governo.
Comissão de Ética aplica 'censura ética' a Erenice Guerra

Um dia depois de pedir demissão do cargo de ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra sofreu uma "censura ética" da Comissão de Ética da Presidência, por não ter prestado informações sobre patrimônio, sociedade em empresas e a relação de seus parentes com o serviço público, quando tomou posse na pasta, em abril.
A comissão também decidiu, por unanimidade, converter o processo de apuração preliminar das denúncias de tráfico de influência contra Erenice em um processo de apuração ética.
Temendo novo desgaste, Lula pode adiar escolha de ministro
Avaliado dentro do Palácio do Planalto como o nome natural para assumir o comando da Casa Civil no lugar da ex-ministra Erenice Guerra , a coordenadora-geral do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Miriam Belchior, perdeu força ao longo do dia.
Preocupado com a possibilidade de um novo desgaste para o Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode prolongar a interinidade do secretário-executivo da Casa Civil, Carlos Eduardo Esteves Lima, no posto. O temor de Lula é que a nomeação de Miriam possa resgatar, a apenas duas semanas da eleição, o polêmico episódio do assassinato do ex-prefeito petista de Santo André Celso Daniel, com quem ela foi casada.
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